Capítulo 29 - Um dia de cada vez?

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"O sorriso de uma criança elimina qualquer tristeza do mundo. Faça uma criança sorrir que você vai ver a sua própria alma iluminar".

Kátia Tsubasa

Bianca

Alguns dias depois...

A nossa vida tinha voltado a normalidade, depois que nos acertamos, Matheus e eu fizemos uma reunião com os nossos familiares e amigos mais próximos e contamos sobre a verdadeira paternidade da Angélica.

Os pais do Matheus ficaram felicíssimos. A Dona Marta não cabia em si de tanta felicidade. Ela dizia que a Angélica era a netinha que ela sempre sonhou, e ao saber que era a sua neta legítima, caiu em lágrimas e a minha mãe a abraçou.

Assim como todos na sala mamãe também reagiu com surpresa com a revelação, mas a surpresa foi logo substituída pela felicidade ao saber que a Angélica não era filha do Olavo. Desde que ela descobriu as suas traições, o antagonismo com ele cresceu as margens estratosfericas. Ela me apertou em seus braços num abraço carinhoso. Mas logo depois passou a reagir de maneira estranha, por mais que ela mostrasse naturalidade eu percebi algo a mais em seu olhar e isso me intrigou. Queria entender melhor a minha mãe, a minha comunicação com a Juliana era tão fácil, queria que fosse assim com a mamãe também. As vezes eu a pegava me olhando fixamente e sentia que ela queria me dizer algo, mas não tinha coragem de abordar o assunto ou não sabia como fazê-lo.

No mais, tudo estava tranquilo e hoje eu vim com a Juliana pegar a minha surpresa para a Ângela.

- Você sabe que esse seu gesto foi lindo, não é? - a Juliana me fala apontando para a caixa que estava em minhas mãos.

Eu passo as mãos pelos meus cabelos que estão agora na altura dos ombros. Fazia uma semana que eu os havia cortado. No início estranhei, pois senti a minha cabeça leve, não tinha mais o peso das minhas madeixas que chegavam quase na altura da cintura. Eu cultivei aquele cabelo longo por quase dez anos. E estava felicíssima com o novo visual.

- Ai Jú. Eu estou leve e muito feliz por que em breve ganharemos outra ruivinha.

- Quando é que você vai dar a ela?

- Pedi que a Nathalia a levasse em casa amanhã, quero fazer uma surpresa. Acho que ela vai adorar o presente. E também queria leva-la para visitar o aquário da cidade.

Juliana empurrava o carrinho de bebê da Angélica, estávamos no shopping central de Mistral. Há uma semana estive ali e cortei os meus cabelos para confeccionar uma peruca de fios naturais para a Ângela. O Toshio Yoshikawa era o melhor cabeleireiro da região e fazia perucas de fios naturais a mãos, suas peças eram únicas, quem as olhasse de perto nem percebia que era uma peruca de tão perfeito que era o seu trabalho.

- Ela vai amar Bianca.

Continuamos o nosso passeio pelo shopping. Paramos na praça de alimentação para almoçar, estávamos em uma conversa descontraída quando eu reparei na mulher morena que estava parada admirando a vitrine de uma loja de roupas infantis. Eu a conhecia. Era a Sabrina.

- Jú, você olha a Angélica pra mim? Acho que a vi uma pessoa conhecida e gostaria de falar com ela.

Deixo a Juliana olhando a Angélica e caminho a passos largos em direção a mulher que eu tenho certeza ser a Sabrina. Eu não a vejo desde o dia que ela me deixou no hospital. Pedi que o Matheus a convidasse para o Mesversário da Angélica que aconteceria dali a alguns dias, mas não obtive respostas.

Parei ao lado dela na vitrine, ela estava tão absorta que nem percebeu a minha presença.

- Olá Sabrina, tudo bem com você?

A Dança da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora