O Capítulo 38 - Voltei Recife

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Bianca

"Voltei Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço..."

Nossa viagem foi tranquila e a Angélica se portou como uma mocinha, o orgulho da mamãe.

Desembarcamos primeiro conforme a nossa prioridade. Eu fiquei sentada na sala de desembarque aguardando o Matheus buscar as nossas malas. Com tudo empilhado no carrinho fomos para saída e a dona Marta e o senhor Edgard já estavam nos aguardando. Depois muito beijos abraços e tapinhas nas costas a dona Marta pegou a Angélica nos braços e ficou conversando com ela fazendo vozinha de criança. Sério, porque todo adulto na presença de um bebê tem que fazer aqueles sons engraçados? Confesso, eu falo fluentemente esse idioma.

-- Cadê a netinha mais linda da vovó? -- cheira os cabelinhos fininhos da Angélica. -- Cada dia que passa essa menina fica mais linda meu Deus!

-- Claro, ela puxou a mãe. -- seu Edgard replica acariciando a cabecinha da neta.

-- Ei! Ela também se parece comigo! -- Matheus finge um tom zangado nos levando as risadas.

-- Claro que sim meu amor. -- eu digo enlaçando-o pelo pescoço. -- Ela tem os seus lindos olhos azuis e o seu sorriso.

-- Eu não tenho aquele sorriso banguela. -- Ele franze a testa me levando mais uma vez ao riso.

-- Você é um bobo doutor Andrade. -- digo dando beijinhos no queixo dele.

-- Mas você ama esse bobo aqui. -- ele fala convencido apontando para si. -- E eu tenho certeza que
você que não resistiu à esse corpinho e os gominhos do meu abdômen. -- ele replica beijando o meu nariz e depois os meus lábios.

-- Vamos crianças, vocês terão muito tempo pra curtir um ao outro. -- seu Edgard fala em tom divertido. -- Em casa...

-- Bem que o dia podia ter tinta horas. Eu adoraria passar mais tempo com minha esposa linda e com a minha princesinha.

-- Como o dia não tem seis horas a mais, vamos aproveitar as horas que temos. Venham crianças eu preparei um café da manhã cheio de guloseimas.

-- Não me diga que tem aqueles docinhos maravilhosos? -- eu pergunto entusiasmada.

-- Aqueles e outros que eu tenho certeza, você vai amar. Vamos logo que eu quero aproveitar cada momento com a minha netinha.

Eu não tinha dúvida que a Angélica seria muito mais que paparicada naqueles dias.

Horas mais tarde...

Sabe aquele ditado: Deus escreve certo por linhas tortas? Então eu tinha certeza que Deus estava arrumando a bagunça que fizeram no passado e me dava a oportunidade de viver agora tudo aquilo que me foi negado. Foram longos vinte e sete anos e eu não queria esperar nem um minuto a mais, quero abraçar o quanto antes a minha prima.

-- Ainda com esse celular na mão amor?

Eu olho para Matheus e depois volto a atenção para o meu celular.

-- Eu tenho certeza do que quero, mas não sei como fazer. Como abordar o assunto.

-- Ligue logo para ela, diga que estamos aqui e que você gostaria de vê-la.

-- Você acha que ela viria?

-- Tenho certeza. Então, vai ligar?

Eu assinto e disco o número dela. O telefone toca quatro vezes antes da Sabrina atender.

-- Alô, quem é?

Matheus balançou a cabeça me incentivando, eu limpei a minha garganta e falei.

A Dança da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora