Capítulo 7 - A descoberta?

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Matheus

Eu não sabia por que estava tão ansioso para chegar logo no apartamento dela, mas a expressão da amiga preocupada com a sua ausência acionou o meu alarme de problemas. Acho que eu tinha um radar especial que captava essas vibrações.

Como a amiga havia falado o porteiro permitiu a minha entrada e me informou o andar e o número do seu apartamento. Corri para o elevador e acionei o botão do oitavo andar. Os poucos segundos que eu levei da garagem para chegar ao andar dela, pareciam uma eternidade.

Quando eu parei de frente a porta do apartamento 802, senti o meu coração disparar, não sabia descrever o sentimento que estava tomando conta de mim. Coloquei a chave na fechadura e abri a porta.

Tudo estava na penumbra, às cortinas tipo blackout estavam todas fechadas, no local silencio total. Fui caminhado pelo corredor que eu deduzi que levaria até o quarto dela, abri a primeira porta, e mesmo no escuro pude distinguir a sua figura coberta com um lençol branco até a altura da cintura, me aproximei silenciosamente e ela estava dormindo.

Mesmo com a pouca claridade, pude ver nitidamente o seu rosto. Ela estava visivelmente abatida, manchas escuras circundavam os seus olhos, em sua face era possível ver o rastro que foi deixado por lágrimas, o que a tinha feito chorar?

Na mão direita uma foto amassada e eu pude perceber que era o Olavo beijando... O Olavo beijando a morena gostosa que estava no hotel com ele naquela noite que ele me fez aquela sórdida proposta.

Ela tinha descoberto as traições dele. Por isso estava daquele jeito? Aquele desgraçado não merecia as lágrimas dela. Nem mesmo depois de morto.

Sentei ao seu lado na cama e impulsionado por um desejo maior do que tudo que eu posso explicar toquei a face dela, lentamente ela abriu os olhos que me olharam sem foco. Ela sorriu docemente pra mim, parecia ter acordado de um sonho bom.

- O que faz aqui Matheus? - ela sussurrou se espreguiçando languidamente e aquilo me excitou, meu amigo lá embaixo ficou duro na hora, por que aquela mulher conseguia acender o meu desejo sem fazer esforço algum?

- Vim ver você, saber se estava bem, já que você não deu notícias. - ela sorriu debilmente.

- Eu não queria ver ninguém Matheus, só queria ficar sozinha com a minha dor, chorar minhas mágoas e tristezas, sozinha e sem plateia.

- Eu compreendo Bianca, mas acontece que você deixou a coitada da sua amiga sem noticias, e ela não sabia o que fazer com as suas aulas de hoje. - ela piscou e logo lágrimas começaram a brotar dos olhos dela mais uma vez.

- Eu não queria preocupá-la... e eu não queria ocupar você! Desculpa.

- Não precisa se desculpar, vou ligar para a sua amiga e dizer que você está bem. - peguei o celular e disquei para o numero do estúdio. - Oi é o Matheus... sim ela está bem... não se preocupe eu sou médico... sim vou cuidar... ok, tchau.

Olhei para ela, sua palidez era evidente.

- Há quanto tempo você está sem se alimentar Bianca?

- Eu não sei. - ela tentava buscar da memoria. - Estava sem fome e ainda estou...

- Fique aqui, vou preparar alguma coisa pra você comer. - ela abriu a boca para protestar. - Não diga nada, só fique deitada e me espere voltar.

- Eu não vou discutir com você Matheus, não tenho energia pra isso.

- Então só me espere, fique aí quietinha.

Continuei pelo corredor até que cheguei na sua cozinha muito bem equipada, embora passasse das onze horas, prepararia uma comida leve para ela, se fazia tanto tempo que ela não comia, era melhor ir com calma. Preparei tudo que era necessário, pus em uma bandeja e caminhei até o quarto. Ela ainda estava deitada, na mesma posição que eu a deixei quando sai.

A Dança da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora