Bianca
"Qualquer coisa que possa correr mal, ocorrerá mal, no pior momento possível"
Murphy
Olhei para todas as direções naquele teatro em busca de alguém com as características do Olavo. Cabelos, olhos, altura porte físico. Meus olhos varriam todo o perímetro.
- Tudo bem meu amor? - Matheus perguntou preocupado. - Alguma coisa errada?
- As flores Matheus, só uma pessoa me mandava essa flores, ele está aqui amor, e está brincando com a gente.
- Quem está aqui Bianca? - Sua voz era urgente.
- O Olavo está aqui Matheus, ele me mandava tulipas vermelhas em todos os espetáculos, ele quer brincar de gato e rato. - falo entredentes, mas minhas mãos tremiam. - Onde está a Thally, precisamos contar isso a ela.
O Alfredo se aproxima e ver meu semblante aflito, logo seus olhos caem no ramalhete em meus braços, em um segundo ele assimila tudo.
- Essas flores? - eu pego o buquê e jogo nos braços dele.
- Livre-se disso, por favor. Jogue essas flores no lixo.
- Você está bem Bianca? Está pálida. Não é melhor se sentar?
Respiro fundo e empino o meu nariz.
- Eu estou ótima Alfredo, me faz um favor? Assim que vir a Thally conte-a sobre as flores, o Olavo está nos deixando uma mensagem, e agora mais do que nunca eu tenho certeza que ele sabe que sabemos que ele está vivo. - olho para o Matheus. - Vamos pra casa amor, não há nada para nos preocupar.
Seguimos para a saída e mais uma vez os flashes pipocaram a nossa volta. Seguimos sorrindo e entramos no carro que nos esperava em frente ao teatro. Aquela noite tinha sido de muitas surpresas.
[...]
O motorista contratado nos deixou de frente ao nosso prédio. Matheus tirou a Angélica dos meus braços e seguimos para a entrada. Cumprimentamos o porteiro que fazia plantão a noite e seguimos para o elevador. Estávamos em silêncio, cada um com suas conjecturas.
O apartamento se encontrava na
penumbra. A Dolores estava de folga e aproveitou para visitar a filha no interior, só voltaria na segunda feira a tarde.- Leve-a para o quarto amor, troca a roupinha dela enquanto tomo banho para amamentá-la.
Matheus assente e dou um selinho nele e sigo para o nosso quarto. Tiro a roupa e entro no banheiro, a água morna cai nas minhas costas e o meus pensamentos voam.
Por mais que eu não queira pensar nas minhas últimas descobertas, por mais que eu não queira pensar no Olavo é quase impossível não levar os meus pensamentos para aquela direção.
Desgraçado filho de uma cadela! Fingiu a própria morte e agora quer ressurgir das cinzas como a Fênix? Aí meu Deus!
Sacudo negativamente a cabeça para afastar aqueles pensamentos incômodos. Aquilo tudo já estava esgotando a minha paciência. E olha que minha paciência é enorme.
Saio do banho, hidrato a minha pele, visto uma camisola leve e sigo para o quarto da Angélica.
- Voltei amor, ela ainda está dormindo?
- Dorminhoca, puxou a mãe. - ele diz sorrindo.
Aproximo-me mais dele e o envolvo pela cintura por trás. Adoro o calor que emana do seu corpo, adoro o seu cheiro e não imagino mais a minha vida sem ele. Matheus é parte de mim... Somos um só.
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A Dança da Vida
RomanceA vida de Bianca Castro poderia ser facilmente confundida com a história de qualquer heroína de novela mexicana. Ignorada pelos próprios pais, aprendeu desde cedo a tomar conta de si mesma e por esse motivo tinha dificuldades em se racionar com as...