Capítulo 6 - Ele mentiu pra mim?

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Bianca

Hoje é segunda feira e com ela vem a preguiça, depois de dois dias de apresentações no teatro municipal de Mistral eu fico de folga a segunda feira e a terça feira pela manhã, só vou ao estúdio B na parte da tarde e apenas para resolver questões administrativas.

Ontem minha mãe ligou avisando que viria em minha casa hoje.

Eu estive na casa dela naquela sexta feira e jantei sopa de berinjela com quiabo. O jantar estava uma delícia, não foi feito por ela e sim pela empregada, mamãe é um desastre na cozinha, suspeito que nem saiba esquentar água. A minha boca salivou quando eu senti o cheiro da sopa, repeti o prato sob o olhar divertido da minha mãe.

- Mandei fazer essa sopa especialmente pra você, quando estava grávida de você comia isso o tempo todo, na verdade isso era o que ficava no meu estômago por mais tempo. Você tem sentido muito enjoo?

- Pouquíssimas vezes, eu tenho comido quase de tudo. - eu ri. - Mentira mamãe, eu estou comendo de tudo, estou parecendo uma draga, passo o dia inteiro comendo.

- Só tome cuidado para não engordar demais, quem precisa ganhar peso é o bebê e não você.

- Hum-hum, eu sei disso. - falei levando mais uma colher a boca. - Estou seguindo as recomendações médicas, sem contar que não sou sedentária, não engordei quase nada.

- Verdade filhota, quem olha pra você nem percebe que está grávida de quase quatro meses.

Levei a última colher de sopa até a boca, estava completamente saciada. Sorri para mamãe acariciando a minha barriga. Foi ai que aconteceu, uma forte ânsia de vômito tomou conta de mim e eu só tive tempo de correr para o banheiro e colocar tudo para fora na privada, minha mãe correu até mim segurou meus cabelos. E riu.

- Viu só, isso é o que dar comer com os olhos. - ela riu divertida.

- Mamãe! - falei zangada. - Você está mangando do meu sofrimento?

Ela se abaixou do meu lado no chão do banheiro e cariciou o meus cabelos, aquele gesto me pegou totalmente de surpresa, minha mãe nunca foi chegada em me fazer carinho. E agora ela estava ela lá sentada no chão do banheiro sorrindo com carinho pra mim e com os olhos cheios de lágrimas. Aquilo fez um rebuliço com o meu coração, um nó se formou na minha garganta e eu engoli em seco. Tinha amor nos olhos dela, amor direcionado a mim.

Quando dei por mim, nós duas chorávamos abraçadas, nem consigo lembrar a última vez que ela me abraçou, mas devo dizer que esse foi o melhor abraço de minha vida.

E hoje ela virá a minha casa, disse que tinha alguns papéis importantes para me mostrar.

A companhia toca e eu me precipito para abrir, mamãe sempre pontual, fiquei surpresa ao abrir a porta e ver que ela estava acompanhada de uma jovem que deveria ter aproximadamente a minha idade.

- Bom dia filhota, você está linda hoje. - ela dá uma posso pra frente e me surpreende mais uma vez quando beija a minha bochecha. - Essa moça que está comigo se chama Thally Ribeiro e é detetive particular.

- Vamos entrem. - convidei levando as minhas visitas até a sala, as duas se acomodaram no sofá. - Vocês querem beber algo, um suco ou água?

- Está quente lá fora filha, um suco gelado cairia bem.

Assenti e fui até a cozinha preparar o suco. Enquanto estava ocupada naquela atividade a minha mente divagou, o que minha mãe estava fazendo na minha casa com uma detetive? Era no mínimo estranho.

Peguei uma bandeja no armário e coloquei a jarra de suco, três copos e um pratinho com alguns biscoitos. Quando cheguei à sala ainda ouvi o resto da frase que minha mãe falava para a moça.

A Dança da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora