43 - Príncipe Lucky

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Agora com a minha irmã Grace casada e morando na Rússia, eu confesso que me senti um pouco desorientado, solitário e até mesmo infeliz.

Mas em seu casamento eu pude ver como ela estava feliz, eu não poderia estragar isso jamais, eu sempre prezei por sua felicidade estragar seu momento estava completamente fora de cogitação, mesmo que eu não acreditasse no verbo felicidade, pois para mim era momentâneo, mas eu também acreditava que Grace sentiria melhor lá, uma vez que ela amava o Valdmir.

Durante a festa passei meu tempo me isolando da minha família feliz, fiquei o tempo todo ao lado da Rachel, por sorte ela resolveu não me pressionar para me derreter e falar sobre coisas românticas, convenhamos que falar sobre sentimentos era um pouco demais para mim, isso era coisa do Shalom, eu nunca fui do tipo romântico e não será de um dia para o outro que me tornarei.

Me senti muito mais feliz quando estava no avião de volta para casa, após voltarmos ao palácio senti de novo a solidão, o palácio estava incrivelmente vazio, sem as selecionadas, sem os príncipes da Grace, sem a Grace e seus gatos. Mas eu não tive muito tempo para pensar sobre isso, no dia seguinte começamos a trabalhar com os rebeldes, todos que se entregaram receberam penas leves de serviço comunitário, o pai de Rachel ficaria preso algum tempo e depois ele seria solto para cumprir serviço comunitário ele e todos os líderes da rebelião receberam a mesma punição.

Exceto Kol, esse fugiu e era o homem mais procurado em toda Illéa, quanto a Sophie ficara hospitalizada alguns dias e quando estava melhor ficou na prisão, mas com o passar dos dias e percebendo que Kol não viria busca-la ela perdeu a noção das coisas, enlouqueceu. Uma semana antes de ser açoitada em praça pública que era uma regra da seleção uma vez que ela envolveu-se com outro homem durante a seleção, aliás um não, sabe-se lá com quantos ela não dormiu para conseguir o que queria, mas no final não aconteceu porque ela se suicidou nessa semana que antecedeu sua punição, com uma faca de plástico que lhe foi dado para comer, ela cortou seus pulsos, o que me fez pensar na dor que ela sentiu antes de morrer, o que me vem à mente "o que leva o ser humano a extremos, será que realmente não existia nada para ela? Será que a vida dela valia tão pouco?". Eu passei a ter pesadelos todas as noites, todas as noites eu era açoitado por garota encapuzadas, poderia ser um sonho pornográfico, mas não era, era assustador, elas estavam me punindo por tudo que eu fiz, eu não me orgulhava disso, mas não existia como consertar isso. Eu fiz o que pensei que Grace me mandaria fazer, eu enviei uma carta pedindo desculpas a todas elas, como eu consegui saber quem eram? Bom eu não sei como, mas meu pai possuía uma lista completa de todas as garotas a quem fiz mal, Giovanna não aceitou minhas desculpas, ela disse que aproveitava-se de mim igualmente então era apenas diversão, no futuro eu faria algo para essas moças, eu não sabia o que, mas minha redenção necessitava disso. Mas voltando ao caso de Sophie eu não posso dizer que lamento, ou que eu sinto algo, pois eu não sinto e não sou hipócrita, claro que eu fiz um belo discurso, mas eu não fiz por ela, eu fiz por seus pais, eles eram apenas vítimas do acaso.

Rachel estava ocupada demais com o nosso casamento, Amberly e minha mãe à estavam ajudando com todos os tramites, os filhos de Amberly agora estavam morando no castelo e Amberly me repreendia sempre que eu ensinava algo errado para eles, não que eu queria que eles seguissem meus passos, eu apenas achava divertido irritar minha irmã mais velha, eu também sabia que eles eram bundões demais para fazer qualquer coisa. O pouco que eu conseguia encontrar a Rachel era nos treinamentos de esgrima e ela reclamava que estava exausta com os preparativos do casamento.

Amberly além de ajudar Rachel e me vigiar para não ensinar bobagens para seus filhos, estava providenciando a cerimonia de renúncia também, agora após trinta e seis anos de reinado, meu pai renunciaria e anunciaria Amberly a nova rainha de Illéa, finalmente ela calaria a maldita boca, mulher irritante e eu me livraria dos olhos afiados dela.

Gêmeos de Illéa - Livro 3 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora