16 - Príncipe Lucky

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Após levar alguns pontos eu fiquei deitado em uma maca e peguei no sono, depois de levar pontos quase a sangue frio, acredito que era comum eu me sentir esgotado.

Acordei quando estávamos sendo liberados do abrigo real, saímos primeiro, que as selecionadas, o caos estava instalado no palácio, havia muita coisa quebrada e sujeira por toda parte.

Olhei em volta e vi um corpo com minha espada espetada em seu peito, fiquei surpreso, sabia que eu tinha boa mira, mas eu sinceramente não mirei apenas atirei com raiva do homem que havia atirando em mim. Caminhei me sentindo frio, e sem sentimento algum por aquela pessoa, coloquei meu pé em seu peito e puxei minha espada com toda força, escutei um arfar e olhei na direção.

Rachel estava olhando rodeada por várias outras meninas a sua volta, todas pareciam chocadas, mas ela estava descontrolada, ela estava chorando e colocando suas mãos na boca suprimindo um grito, olhei para elas de forma fria. Sophie parecia composta e Trixy olhava as próprias unhas.

Ophélia estava séria, Brooke me olhava de forma indecifravel, contida sem chorar como Rachel. Cleo e Pamela estavam abraçando Rachel em uma tentativa de acalma-la.

Escutei minha mãe dar ordens para levar as meninas para longe, o olhar de horror no rosto de Rachel me incomodou, mas eu não demonstrei qualquer sentimento, não transpareci nada a elas, limpei o sangue da espada na barra da camisa, lhes dei as costas e fui para a sala de reuniões que era onde iriamos nos reunir.

Sentei e esperei calmamente, meu pai não tardou a entrar na sala acompanhado a minha mãe.

- Eles deveriam ter tirado os corpos antes de liberar para as meninas saírem – comentou minha mãe ao entrar.

- Não esperávamos corpos – disse meu pai aflito.

- Ah Maxon, parece até ataque dos sulistas que aconteceram aquele dia fatídico – ela disse pesarosa.

- Não vamos pensar que será igual meu amor – ele disse consolando-a.

Eu não esbocei qualquer comentário, eu sentia uma ardência onde a bala havia aberto uma ferida, depositei a espada na mesa e fiquei olhando para ela, eu jamais imaginei que pudesse matar uma pessoa, eu não sabia como me sentir quanto a isso eu deveria sentir culpa? Remorso? Eu apenas sentia-me vazio de sentimentos, se era errado não sentir culpa ou remorso, eu então estava bem errado porque não conseguia sentir esses sentimentos.

Antony entrou na sala junto com Amberly e Grace que ainda segurava sua cesta de gatas, ela olhou na sala e ao me ver correu em minha direção, depositou a cesta em uma cadeira ao meu lado e me abraçou.

- Ai, cuidado – eu disse quando senti uma pontada de ardência na lateral.

- Oh céus, você está ferido? – perguntou Grace preocupada.

- Coisa atoa, apenas uma ferida – eu disse dando de ombros e lembrando-me que isso me causava dores horríveis.

- Ele está com um ferimento de bala em sua cintura, mas foi de raspão – explicou meu pai soltando Amberly de um abraço apertado.

- Você devia ter ficado conosco no abrigo – me repreendeu Grace sentando ao meu lado e pegando minha mão, eu a olhei de uma forma significativa, e ela acenou positivamente, ela entendeu que eu queria falar com ela depois.

Eu não precisava falar para que Grace entendesse o que eu queria. Amberly veio até mim e me abraçou de uma forma delicada.

- Obrigada – ela sussurrou em meu ouvido – Mas não faça isso de novo! – ela me repreendeu.

- O que diabos deu em você para dialogar com os rebeldes? – perguntei alto e todos olharam para ela, ela me soltou e sentou-se.

- Antes da sirene tocar, eles me encurralaram na sala onde eu estava revendo alguns assuntos, eu não sei como, mas eles sabiam que eu estaria ali – ela disse frustrada e Antony segurou sua mão.

Gêmeos de Illéa - Livro 3 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora