Carina não prolongou na casa de Andy e Amélia após o jantar e sobremesa e em questão de minutos seus olhos estavam em mim com um convite mudo, porém explícito de que fosse com ela a sua casa.Para um pedido mudo, uma resposta muda, então apenas assenti e isso foi o bastante para Carina dizer que já estávamos indo.
Os olhares maliciosos de Andy também foram explícitos, só para constar.
Acabei descobrindo que a casa de Carina era caminho da minha, atravessando o parque, una bela casa despontava no final de uma rua de aparência familiar. Um pedaço de mim anotou que era uma boa escolha morar em uma casa, não em um apartamento, tendo uma criança pequena presente.
E adentrando o imóvel, não me surpreendi com sua excentricidade de móveis de cor uniformemente cinza e detalhes de cores fortes como a parede azul escura atrás do sofá na sala ou os ladrilhos vermelhos na parede atrás do balcão do fogão. Os móveis planejados eram discretos e suaves e isso dava conforto ao tom diretamente rude das cores que saltavam em seus cantos vez ou outra.
Assim que entramos, a pirralhinha que não havia parado de tagarelar e pular durante todo o caminho falando sobre como eu tinha que ver o quarto dela, saltou, soltando-se das mãos da mãe, e agarrou as minhas me puxando para o interior da casa.
-Olha! Olha! Olha! - ela exclamava enquanto me puxava e empurrava a porta branca com desenhos feitos a mão de pequenas e delicadas flores roxas de várias pétalas.
Seu quarto era espaçoso e bastante organizado para os padrões de uma criança, sobretudo a mesma que havia bagunçado o tapete da sala de Andy. Haviam diversos ursos de pelúcia no tapete verde escostado na cama de criança de aparência bastante confortável coberta por mais ursos sobre a colcha azul.
Nas paredes brancas, haviam desenhos de mais flores e borboletas coloridas. A aparência era de entrar em um jardim mágico, pois haviam imagens de fadinhas e estrelas penduradas no teto que balançavam vez ou outra. Era lindo.
A criaturinha, já solta de minha mão, corria de um lado a outro gritando "olha isso!" em um espanhol afinadissimo e excitado e me obrigou a ver desde seus ursos, até suas roupas e o quadro branco rabiscado na parede, até que conseguiu o tablet que disse ser da mãe, ligou no youtube e me mostrou seus vídeos favoritos de música infantil.
Então em algum momento ela achou algo particularmente interessante com imagens de macacos e de título "Xuxa Só Para Baixinhos" (acredito que seja portugues), correu para a sala e me abandonou.
-Você perdeu a graça para ela. Apenas isso - Carina disse, assim que me viu chegar a sala novamente, a encontrando sentada no sofá me esperando pacientemente.
-O que? - perguntei, confusa, enquanto caminhava e me acomodava a seu lado.
-Ela já te conhece, já deu o que ela queria e viu o que ela tinha para mostrar então não tem mais motivos para ela ficar eufórica. Você agora é apenas alguém que ela conhece como Andy ou Amélia.
Que jeito horrível de colocar as coisas.
-Eu me sinto usada...
-E você foi. Mas ela só tem três anos e não sabe o que é isso - Carina explicou - ela não entende as diferenças entre pessoas e brinquedos e tudo o que ela conhece está dentro de uma bolha de suas vontades e pessoas que fazem tudo por ela. Isso é uma das razões para que eu a faça ir para a escola agora. Não é como se eu fosse larga-la, quando ela sequer entende seus sentimentos, mas ela precisa aprender a lidar com o outro.
Oh...
Isso soava sensato, mas Dahlia era tão pequena que não sei se teria coragem.
-Não tem medo de machucarem ela?
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With All My Heart
FanfictionSegunda temporada de With All My Love Formada, com a carreira a mil, me mudando para um novo estado como chefe em uma nova filial da empresa onde trabalhava e todos os meus planos no caminho certo. Perfeito, não é? Exceto por um detalhe: eu não cons...