Capitulo 56

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Olhando assim, enquanto Carina estava deitada mergulhada em seu sono, meu coração até se acalmava em relação ao que estava prestes a fazer.

Eu tinha certeza absoluta quanto a estar no caminho certo. Há algumas semanas eu sabia.

Carina estava deitada ao meu lado de bruços, uma mão espalmada sobre o travesseiro a frente de seu rosto, a perna do mesmo lado dobrada, interpondo um espaço entre a gente. Sua bochecha estava amassada, comprimindo um olho, e os lábios entreabertos deixando um ressonar baixinho soar no ambiente silencioso.

Linda.

Totalmente inconsciente de que estava completando vinte e quatro anos naquele dia.

Me espreguicei e decidi que estava na hora de começar o dia dela. Levantei com cuidado para que Carina não acordasse e saí do quarto.

Tentando fazer o mínimo de barulho possível, comecei a primeira etapa de preparar o café da manhã. Clichê, mas não seria nada fora do que ela estava acostumada. Ela já sairia da rotina pelo resto do dia e não queria que fosse um impacto tão grande a ponto de acabar fazendo com que se sinta mal.

Preparei uma salada de frutas, panquecas - porque ela as adora - e suco de laranja.

Com a bandeja em mãos, caminhei de volta ao quarto, onde ouvi o barulho de risos.

Abrindo a porta, encontrei Carina e a pirralha agarradas na cama rindo. As duas olharam para mim ainda em meio a risadas e Carina falou:

-Estávamos esperando você.

-O que?

-Sim! E o café da manhã - a praguinha completou.

-Como...?

Carina se sentou e eu coloquei a bandeja em seu colo.

-Ah, Maya , é meu aniversário e você não estava na cama quando acordei. Além disso, ouvi barulhos na cozinha. Juntei um mais um e pronto - ela riu.

Fechei a cara.

-Não tem graça fazer coisinha fofa para você - resmunguei.

-Ah, amor... eu adorei, se quer saber. Nunca recebi esse mimo antes - contou, em seguida olhou para a bandeja - hm, isso parece estar uma delícia.

-Nunca fizeram isso para você? - perguntei, a vendo começar a comer as panquecas.

-Não - disse.

-Que triste. Você merece ser mimada.

Ela riu e deu um pedaço do alimento na boca da filha.

-Eu nunca fui mimada - falou.

-Ah, pois hoje é seu dia de sorte.

-Eu percebi - ela sorriu para mim, completamente linda.

Neguei com a cabeça.

-Você não faz ideia, na verdade.

Carina ergueu uma sobrancelha.

-Ah não?

Balancei a cabeça negativamente de novo.

-Não mesmo. Por exemplo, você não faz ideia, mas vamos nos livrar de você essa tarde. Não é, Cake?

-Sim! - a coisinha exclamou.

Carina franziu o cenho em confusão.

-Como assim?

-Você vai para um spa - a comuniquei e ela riu.

-Maya, que diabos eu vou fazer em um spa? - seu tom era cético.

-Vai ter um dia de relaxamento e mimo. Um dia de princesa, minha rainha.

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