Capitulo 55

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Mais dois ou três capítulos e chegamos ao final da fic 💔

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Não posso dizer que não fiquei morrendo de medo pelo resto do dia, mas segui como se minhas carnes não estivessem tremendo e a rotina do dia anterior se repetiu.

Acordar.

Preparar o café da manhã.

Limpar bunda de criança.

Levar Cake na escola.

Ir trabalhar.

Buscar Dahlia na escola.

Jantar.

Verificar os deveres.

Brincar.

Falar com Carina (dessa vez, a coisinha pareceu um pouco mais disposta a falar com ela e se animou quando soube que a mama voltaria no dia seguinte)

Meu sonho se repetiu.

Começava com a escuridão, passava pela terra e pela morte até que eu acordava com a cena do corpo de Carina no fundo do abismo que, até onde eu sentia, eu mesma havia provocado.

Dessa vez, não houve Dahlia me acordando. Ela estava perfeitamente bem em sua cama enquanto eu tremia até os ossos e as lágrimas corriam por meu rosto e eu repetia aos sussurros que não era real, que não tinha chance de algo do tipo acontecer.

Por fim, cansada de tentar recuperar o sono e com medo do pesadelo se repetir novamente, levantei e preparei um chocolate quente, já sentindo ainda mais saudade de Carina e sua culinária maravilhosa.

Saciada com o líquido doce, caminhei a passos leves até o quarto da criança da casa e empurrei a porta recostada, a encontrando embolada em sua coberta, as pernas arreganhadas e o dedo indicador na boca.

A cena me fez sorrir e meus batimentos se acalmaram.

Respirei fundo.

Gastei o que poderia ser uma eternidade observando seu sono, o que me fez lembrar de um vídeo de Carina em que ela tinha o rosto apoiado no colchão e a admirava enquanto dormia, apenas um bebê, mas exatamente da mesma maneira.

Me deixei levar, caminhando até a beira de sua cama, sentando sobre o tapete macio e recostando a cabeça sobre o colchão.

A observando, refiz todo o planejamento do dia.

Levaria a menina comigo para a terapia. Não sei onde eu a enfiaria, mas dizem que mães dão um jeito para tudo, certo?

Ri baixo, negando com a cabeça diante dessa perspectiva de ser mãe.

Eu estava me tornando a madrasta da criança que coloquei no mundo. Ela já me tinha como referência de mãe.

Isso não é loucura?

Ali, perto dela, por alguma razão me sentia mais tranquila.

Certamente tinha a ver com o fato de meu pesadelo ser com ela e ve-la bem desmontava as armadilhas de minha mente.

Sim, era isso.

Fechei meus olhos pesados por um momento, os descansando.

Paz. Ao menos por uns segundos. Era isso que eu precisava.

-Mamãe? - a voz fininha me fez saltar de susto.

Droga, eu a tinha acordado!

Mas...

Franzi o cenho, confusa por poder ver seu rosto melhor do que quando fechei os olhos.

Olhei para trás, buscando de onde vinha a luz e me deparei com uma iluminação diferente: o sol.

With All My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora