Capitulo 28

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Carina, a coisinha e eu nos encontramos no parque a meio caminho para a casa de Andy e Amélia.

Estava anoitecendo e os últimos raios de sol refletiam nos olhos castanhos de Carina como se fossem ouro, deixando a paisagem mais bonita. Eu poderia admira-la por décadas sem me cansar.

-Então, o que acha que vai ser? - ela perguntou enquanto ajudava a filha a pular um paralelepípedo.

-O que? - perguntei, confusa demais por estar ocupada olhando para ela.

Tropecei e Carina me segurou pelo braço com a mão livre murmurando um "cuidado". Me senti uma criança destrambelhada.

-A criança de Andy e Amelia - explicou Carina - vai ser um menino ou menina?

Parei por um segundo. Não havia pensado nisso até o momento. Na verdade, não é mentira dizer que havia até mesmo esquecido o motivo do encontro.

-Uh... menino?

Ela riu baixo e negou com a cabeça.

-De novo? Com Cake você também disse que era um menino.

Fiz uma careta.

-O que eu posso fazer, ela me enganou!

Carina gargalhou bonito, jogando a cabeça para trás enquanto desviava a coisinha de um carrinho de bebê que vinha no sentido contrário.

-Como ela te enganou?

-Fingiu que seria um menino e depois mudou de ideia para me sacanear - bufei e Carina riu ainda mais.

-Você só tem que confessar que é péssima nessas coisas.

-Eu não sou péssima. Quer apostar?

Carina me olhou por um segundo antes de abrir um sorriso que eu nunca tinha visto em seu rosto, mas pude entender como seu lado malvado.

Quem diria que ela teria um lado assim.

-Quero - sua voz saiu doce e macia, mas eu podia sentir suas intenções diabólicas.

-Se for um menino, e vai ser, você... ahn... vai ter que me fazer um lap dance - disse e a vi arregalar os olhos.

-Maya! - exclamou como se eu tivesse dado o código pra ir para o inferno.

-O que? - me fiz de inocente.

Seu rosto se tornou vermelho até a raiz dos cabelos e a ponta das orelhas.

-Eu não faço essas coisas... - disse como se confessasse seu segredo mais obscuro.

-Se você perder, vai fazer. Ou vai dar para trás?

-Não! - gaguejou.

-Então qual a sua aposta?

Carina mordeu o lábio inferior por um segundo, pensando.

-Bom... se for uma menina, quero que passe essa noite comigo.

Ergui uma sobrancelha em pura desconfiança.

Não podia ser tão simples. Eu vi seu sorriso diabólico antes, certeza.

-Só isso?

Ela virou o olhar para mim e seus olhos brilhavam, mas não havia aquela maldade que juro de pés juntos que tinha visto. Ao invés disso, me parecia que suas intenções eram as mais puras possíveis.

Por um segundo, me senti mal por ter feito uma aposta tão alta para alguém tão inocente.

-Somente isso - confirmou.

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