Eu ainda não conseguia parar de pensar no encontro que tive com Carina na noite anterior.
Desde que nos separamos, a meio caminho entre nossas casas, debaixo de uma árvore no parque, minha mente recriava a cena de despedida onde Carina se aproximava e me dava um beijo no rosto.
Um beijo no rosto que me deixou em chamas como nada antes.
O mais assustador era o quanto esse calor era puramente sentimental. Eu sabia que isso era coisa de gente apaixonada, pois já havia me apaixonado levemente antes, mas com Carina as coisas sempre eram elevadas a outro nível e cada vez mais alto.
Sou capaz de me lembrar com perfeição de querer que seguíssemos adiante em nossos beijos e carícias na primeira vez que estivemos juntas, mas daquela vez eu só queria que ela me segurasse a mão e me beijasse como antigamente para que eu sentisse a mesma coisa: como se eu fosse única e preciosa de alguma maneira.
E sei que não iria querer apressar as coisas logo de cara porque estaria ocupada demais curtindo o momento.
Depois iria querê-la em minha cama, porque sou humana, mas o que quero dizer é que a coisa que eu sentia por ela estava muito além dos meus desejos.
Até porque quem não iria querer Carina Deluca em sua cama?
Suspirei.
Estava protelando na cama desde que despertei às oito e meia da manhã e agora passava das dez, quase onze, mas ainda parecia cedo demais para existir. O problema era que eu precisava esvaziar a bexiga urgentemente ou uma tragédia aconteceria.
Nisso, escorreguei para fora da cama e corri para o banheiro, aproveitando para tomar um banho morno que combinava com a manhã quente que fazia.
-Muito bem, Maya - murmurei para mim enquanto fazia um rabo de cavalo frouxo - deixe de preguiça e vá dar uma volta.
Dar uma volta deve ser entendido como "ir na Cookies", apenas para deixar claro.
Quando eu dizia que um dia moraria na Cookies, falava sério. Se eles servissem almoço e jantar eu colocaria meu apartamento a venda imediatamente.
Talvez devesse sugerir isso a Carina...
Carina... Suspiro enquanto tranco a porta de casa.
Eu estava tão apaixonada que mesmo o calor excessivo não destruía meu humor. O tempo parecia até mais bonito, na verdade, eu me flagrava amando o céu ininterruptamente azul.
Adentrei o parque arrastando os pés nos chinelos e ajeitando os óculos no rosto.
Ótimo dia.
Crianças brincavam, cachorros corriam, idosos alimentavam os pássaros...
Ninguém deveria sair de casa debaixo do sol forte de onze horas da manhã, mas estava quente demais para estar dentro de casa e o dia... suspiro... o dia estava lindo.
E foi aí que as vi.
Primeiro, claro, identifiquei a bunda de Carina porque ela estava deitada de bruços sobre uma toalha xadrez deixando a mostra o volume de sua bunda coberta por um short jeans.
Minha atenção se voltou para ela no instante em que ouvi sua risada e os protestos irreconhecíveis da coisinha deitada de bruços a seu lado.
Me aproximei e percebi que o trequinho estava diante de folhas com desenhos que coloria.
Carina falava francês, então eu não entendia nada, mas seu tom era suave e paciente.
-Peixe - a menina respondeu em inglês e Carina perguntou mais alguma coisa - laranja e branco.
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With All My Heart
FanfictionSegunda temporada de With All My Love Formada, com a carreira a mil, me mudando para um novo estado como chefe em uma nova filial da empresa onde trabalhava e todos os meus planos no caminho certo. Perfeito, não é? Exceto por um detalhe: eu não cons...