Capítulo 4

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*Maraisa*


Olha, beber é muito bom galera, mais acho que a humilhação que nos faz passar não é não, sem contar a ressaca, acordei com a claridade do sol no meu quarto fazendo minha cabeça latejar.

A bebida do mundo não ia acabar Maraisa!

— Bom dia flor do dia. — Luiza entrou no meu quarto com um copo de água e um remédio pra ressaca.

— Só se for pra você né. — reclamei.

— Bem que Marília me avisou. — riu.

— Oh droga a Marília, o que eu fiz — ouvir o nome dela foi como um choque de realidade. — Onde ela está? preciso conversar com ela, eu não devia ter beijado ela. — Coloquei o travesseiro no rosto.

A boca de sacola não era a Maiara? O que tá acontecendo comigo?

— É o que Maraisa? Você beijou a Marília? — Luiza me questionou desacreditada.

— Luiza pelo amor de Deus ninguém pode saber disso tá me ouvindo. — Me sentei na cama implorando as céus pra ninguém saber.

— Me conta isso direito Isa. — ela se sentou do meu lado.

— Eu amo a Lila, Luiza eu juro que tentei me manter afastada e seguir com a minha vida, mas é diferente estar próxima a ela porque a tranquilidade que residi naquela mulher é transmitida para mim por palavras, gestos e sorrisos. E me vi caindo em seu encantamento como se acorda de um sonho: começando devagarinho, indecisa entre me aprofunda ou fugir, foi uma epifania que tive nesse quarto ontem, fiz a única coisa que podia ser feita ou ao menos, a única que realmente pensei, eu a beijei, mas, tão rápido quanto senti seu toque molhado misturar-se ao meu e as pequenas descargas elétricas que aumentavam meu fervor, tão rápido ela se desfez do meu beijo, lançando um olhar assustado e culpado pra mim e agora acho que perdi minha amiga. — me joguei na cama de novo.

— Eu já havia percebido a forma como você olha pra ela. — abri a boca para contestar. — Mas eu te entendo, os olhos daquela mulher, com todo respeito. — fui incapaz de segurar a gargalhada que me arranhou a garganta. — Do que você está rindo?

— É porque, cada vez que olho para aqueles olhos castanhos, eu penso a mesma coisa. É quase como se eu me afogasse neles e não tivesse vontade alguma de sair.

— Meu senhor, você tá muito boiola por ela. — Luiza gargalhou. — O que vai fazer agora?

— Eu preciso ir me desculpar e falar pra ela dos meus sentimentos. — me levantei indo em direção ao banheiro.

— Me conte as novidades depois, vou ver sua irmã agora. — Luiza saiu.

Eu precisava ver Marília, não podia guardar esse sentimento mais, fiz minha higiene matinal, tomei um banho, ás onze horas, eu estava encostando em frente a casa dela, girava uma margarida amarela entre os dedos e pensava sobre o que poderíamos conversar, como eu chegaria naquele tópico super sutil de ter beijado ela, eu me afundei tanto nesses pensamentos que não percebi o carro de Murilo na porta, até ouvir ele me chamando na porta da sala, meu susto arrancou uma risada dele e me fez sorrir fraco também.

— Olá Murilo, como vai? — Perguntei abraçando ele.

— Muito bem e você Isa? — ele sorriu.

ÓTIMA, te vendo saindo da casa dela a essa hora, com a mesma roupa de ontem.

— Com uma ressaca danada acredita?

— Sua cara conta. — Ele gargalhou.

— Marília está? — perguntei sorrindo pra ele.

A esperança dele dizer que não, e que ele dormiu sozinho aqui.

Parece que ela lê meus pensamentos, como pode isso meu senhor.

— Estou bem aqui pequena. — ela apareceu na minha frente secando o cabelo com a toalha, me abraçou. — Você está bem? — ela se afastou e eu quase a puxei de volta.

Murilo veio até ela e lhe deu um selinho.

Deus podia abrir um buraco no chão, pra eu entrar agora.

— Preciso ir em casa trocar de roupa, essa de ontem já deu o que tinha que dar. — Ele sorriu pra ela, e meu estomago se contorceu. — Até mais Maraisa. — Ele se despediu saindo.

Como eu posso ser tão burra, os dois dormiram juntos, estão juntos de novo, eu demorei demais a assumir pra ela o que sinto e agora a perdi de novo, olhei para o chão enquanto tentava organizar meus pensamentos tolos. O que eu queria dizer para ela, afinal? Eu tinha vindo aqui, para tal coisa, então eu deveria começar a conversa, não?

— Maraisa tudo bem?

Levantei o rosto, encarando seus olhos absurdamente profundos.

— Você está se matando por dentro por causa daquele beijo, não? — a constatação dela me fez soltar uma risada irônica.


* Deixem um carinho que prometo voltar com mais um capítulo à tarde *

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora