Capítulo 32

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*Maraisa*

Acordei de madrugada com uma enfermeira aplicando remédio na Marília, ela dormia um sono pesado, a moça sorriu pra mim.

Olhei para Marília, toda dor que ela sentiu, tinha sido causada unicamente pela minha mãe e eu não sabia como eu podia melhorar as coisas.

— Deveria ir comer algo senhorita, não há vi sair do quarto hora nenhuma. — a enfermeira disse me despertando.

—  Não quero deixar ela sozinha. — olhei pra loira.

— Ela não vai acordar agora, e ela está segura aqui. — ela tentou me tranquilizar. — Qualquer alteração eu chamo você.

— Promete me chamar?

— Claro que sim.

Dei um beijo na testa da Marília, e me levantei, sai pela porta e vi Murilo sentado em uma das cadeiras.

— Achei que tinha ido embora. —  me sentei ao lado dele.

— Ruth queria ficar, então consegui convencer ela a ir, e eu ficaria aqui, de qualquer forma não iria conseguir dormir, como ela está?

— Ainda dormindo, eu fico impressionada com a força que ela tem.

— Não é só você, acredite. — ele sorriu sincero.

— Você já comeu?

— Ainda não, estou aqui sentado desde que sai do quarto.

— Vem vamos comer algo, saco vazio não para em pé. —  sorri pra ele.

Caminhamos em silêncio até a cantina que tinha no hospital, pedimos um lanche e nos sentamos.

— Posso te perguntar uma coisa?

—  Claro Maraisa. — ele me encarou.

— Marília alguma vez já falou com você sobre casamento? — perguntei sem graça.

— Nós nunca falamos sobre isso, está querendo pedir a mão dela? —  ele me encarou.

— Já sei, estou sendo rápida demais né? — passei as mãos no rosto.

— Eu não acho isso —  ele riu — Ela te ama muito, e você também a ama, me lembro de quando ela me contou sobre os sentimentos dela, logo quando decidi lutar por ela, achei que aquela noite seria nosso retorno, até ela começar a chorar, a acalmei e ela conseguiu me contar o que tinha acontecido na sua casa...

— Eu não queria estragar nada entre vocês, sinto muito Murilo, eu...

— Tudo bem Maraisa, você não estragou nada, eu só fiquei com medo do sentimento não ser correspondido e que você só tivesse feito aquilo porque bebeu, então testei você aquela amanhã. —  ele riu —  Percebi sua tristeza quando me viu na casa dela e quando dei um selinho nela, desculpe por isso, mais eu precisava saber se isso iria te incomodar.

— Eu achei que havia perdido ela pra você, pode ter certeza que incomodou. — dei um sorriso amarelo pra ele.

— Eu percebi pela sua cara, ela ficou completamente abalada pelo seu beijo aquele dia. —  ele deu uma risada.

— E pra você tudo bem?

— Eu amo a Marília, teria uma vida com ela se pudesse, mais ela ama você Maraisa, e eu fico muito feliz em saber que você a faz feliz, isso que importa pra mim. —  ele sorriu e apertou minha mão —  Faça o pedido, ela com certeza irá aceitar.

— Obrigado Murilo, por tudo, pela ajuda nos últimos dias e por ser tão presente e carinhoso com a gente.

— Vocês são minha família eu vou sempre estar aqui.

— Sinto muito pela bebê. — apertei a mão dele.

Percebi os olhos dele marejarem, Murilo seria um pai incrível.

— Eu só consigo pensar na dor que a Marília está sentindo por perdê-la, estou muito triste, mais tenho que me manter forte por ela.

Fomos interrompidos por uma enfermeira.

— Desculpe atrapalhar, Marília acordou e está chamando por você senhorita.

Murilo se levantou comigo e fomos para o quarto, tinha uma médica com ela, Marília sorriu assim que viu nós dois entrando.

— Doutora, ele pode ficar aqui dentro com a gente?

— Claro que sim, se a poltrona não for confortável me avise, dou um jeito pra você. — Ela sorriu pra ele.

— Obrigado moça.

— Meu nome é Nick, podem me chamar de Nick. — ela falou olhando pra ele sem graça.

— Obrigado Nick. — ele repetiu.

— Por nada, qualquer coisa podem me chamar, está sentindo algo senhorita Marília?

— Já disse pra me chamar só de Marília. — ela sorriu pra moça.

— Tudo bem, qualquer coisa peçam a enfermeira pra me chamar, tenham uma boa noite.

Assim que a médica saiu, olhamos para o Murilo e não consegui segurar a risada.

— Então você tem uma queda por loiras mesmo né Murilo?

Marília brincou deixando ele sem graça.

— Pelo visto a queda é recíproca.

— Parem de me zoar, ela só estava sendo profissional. — ele disse rindo.

— Uma profissional muito bonita por sinal. — Marília disse.

— Você tava reparando na médica por acaso Marília?

— Claro que não amor, só estou dizendo. — disse rindo.

— Não sabia que gostava de loiras Marília. — Murilo falou me implicando.

— Acho melhor você nem responder. — a encarei.

— Não fica com ciúmes minha pequena, eu também gosto das morenas.

Dei um tapa no braço dela, ela gargalhou e me deu um selinho.

— Eu te amo, só tenho olhos pra você minha morena.

— Aí minha diabetes. — Murilo falou nós fazendo rir.

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora