De quem é a culpa?

Capítulo 38

*Marília*

Eu e Maraisa passamos o restante do mês todo na correria entre shows e decisões, sobre flores, comidas, bebidas, cores, eu já estava quase surtando, não tínhamos tempo para ficar juntas a dias, e ainda tive que tirar tempo não sei de onde pra ir escolher meu vestido.

— Oi maninha. —  João entrou todo saltitante no meu escritório.

— Oi João. 

— Nossa que seca em maninha, vou buscar um balde de água.

— Desculpa, é que eu estou muito cansada, você precisa de algo? —  o olhei.

— Sim, de tirar você desse escritório, hoje é sua despedida de solteira.

— E se a gente fingir que simplesmente se esqueceu desse detalhe? —  passei a mão pelo cabelo. —  Não é uma ótima ideia?

 — Você acha mesmo que eu vou conseguir viver com a Maiara falando na minha cabeça o tempo todo?

— Você não passaria por essa tortura por sua irmã amada? — fiz um beicinho pra ele.

— Eu te amo muito, mais esse preço é muito alto. —  ele gargalhou. —  agora vem, você precisa se alimentar antes de beber todas.

—  Quem disse que vou beber todas?

— Quer enganar a quem? 

Desci com o João para cozinha e aproveitei pra comer bastante, talvez me ajudasse a ficar menos ansiosa, minha mãe se sentou com a gente. 

— Os dias tem sido corridos né minha filha?

— Demais mãe, e a Maiara ainda me inventa uma festa hoje, como se amanhã eu não trabalhasse. — revirei os olhos.

— Vai ser bom pra você se divertir minha filha, e a Maraisa?

— Acredito que ainda esteja dormindo, elas fizeram show ontem a noite.

— Fiquei sabendo que vai tá cheio de mulher nessa festa hoje, acho que vou sem a Iolanda em. — João disse.

— Vai sonhando João Gustavo. — joguei o pano de prato na cara dele. — Respeita minha cunhadinha.

Fomos interrompidos por Maiara que entrou gritando na nossa casa.

— BOA TARDEEEEE FAMÍLIA LINDA.

— Boa tarde minha menina. — Minha mãe respondeu.

— Não vou mais pra festa.

— Como assim Marília?

— Fui atingida por uma surdez. — reclamei e levei um tapa. — Aí, não me bate Nanica.

— Vem comigo, vou escolher sua roupa, anda que agorinha o Bruno tá aqui pra maquiagem.

— Maiara é só uma festa e não meu casamento, pra que isso tudo?! — revirei os olhos.

— Só assim pra concertar essa sua cara maninha.

— Cala a boca João Gustavo. — dei língua pra ele.

Maiara me arrastou para o quarto, me fez tomar banho enquanto revirava meu closet.

— E sua irmã? — perguntei enquanto secava meu cabelo.

— Está dormindo, a noite foi bem cansativa, e essa correria com o casamento ta deixando a bichinha exausta.

— Eu adoraria estar dormindo também sabia.

— Cala a boca Marília, tenho certeza que você estava se entupindo de serviço.

Revirei os olhos justamente porque ela tinha razão, ela me entregou a roupa.

— Eu não vou vestir esse vestido Maiara, nem pensar, eu quero ficar confortável.

— Você vai ficar gostosa, veste ele vai, por favorzinho.

— Não, deixa que eu mesma escolho minha roupa.

— Nem sei como te aceitei como cunhada Marília, você é muito chata.

— Mais não vive sem mim né. — ouvimos batidas na porta. — Pode entrar.

— Pronta para arrasar Lila? — Bruno entrou todo saltitante.

— Vou logo avisando que ela está impossível hoje. — Maiara mostrou língua pra mim.

Com a maquiagem finalizada, coloquei uma roupa bonita e confortável, peguei uma bolsa, estilo wallet, branca pra combinar com minha roupa. 

{Roupa e maquiagem da Marília☝️}

— Tenho que admitir você fica gostosa de todo jeito cunhadinha. — ela deu uma risada.

— Eu sei nanica, eu sei, vou ligar pra sua irmã antes de sairmos. — depois de alguns minutos com minha morena, decide desligar antes que a Maiara surtasse. — Vamos no meu carro ou no seu?

— Murilo já está nos esperando lá fora, bêbados não podem dirigir carros. — ela piscou.

Ela nem me deixou protestar, saiu me puxando, depois dos minutos, que mais pareciam horas, dentro do carro, chegamos na fazenda, uma música agitada tocava, mas não tão alto. A decoração era toda em folhagens, e luzes, algumas pessoas estavam em pé próximo à piscina, outras ao bar, e algumas sentadas em bancos que eram espalhados pelo local, praguejei por ter deixado os óculos em casa, não conseguia ver nenhum rosto conhecido.

Maiara me arrastou em meio da pequena multidão, me levando até Luisa que estava ao lado de duas moças. Caminhamos até elas, e quando a loira me viu, veio correndo me abraçar, e eu não pude controlar a risada quando todos começaram a olhar em nossa direção para entender o motivo dos gritinhos dela.

— Que corpão é esse em Lila. – Luisa disse, me apertando em um abraço.

— Cada dia que passa minha cunhada tá mais bonita né. — Maiara sorriu.

— Obrigado minha fã numero um. – eu disse jogando um beijo pra Maiara em meio a risadas.

— Convencida. — ela sorriu 

— Essa é a Arielle, coreografa da Anitta, e a Mariana Fagundes você já deve ter ouvido falar. — Luisa gargalhou, apresentando as moças.

— Obrigado pela parte que me toca Luisa. — Mariana riu, e logo veio me cumprimentar com um beijo estalado na bochecha. – Quer beber algo Marília? – ela ofereceu.

— Claro, qualquer drink. — eu disse e ela foi até o bar para providenciar.

Maiara falava umas coisas que não tinham muito a ver, e a gente apenas ria, ela conseguia ter um senso de humor incrível, mesmo que um pouco peculiar.
Depois de algumas boas risadas, Mariana voltou com uma caneca de chopp pra mim.

— Acredito que você goste bastante  desse. — ela sorriu.

— Meninas, vou roubar Lila por alguns segundos. — Anitta pegou minha mão. — Algumas pessoas querem conhecê-la.