Capítulo 25

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*Marília*

Nossa manhã foi um pouco corrida, tomamos café da manhã no quarto mesmo, entre risadas e carinhos.

— Vamos tomar um banho meu amor, agorinha temos que ir para o aeroporto.

— Porque não podemos ir no mesmo avião? — fiz bico pra ela.

— Foi de última hora meu amor, não consegui na mesma linha área que você, sinto muito, mais prometo te esperar no aeroporto de Goiânia. — ela me deu selinho.

— Só aceito se me der outro beijinho. — fiz carinha de pidona.

Poucas horas depois eu já estava desembarcando no aeroporto de Goiânia, BA e alguns seguranças estava comigo.

— Pra sua segurança vai ter uma van nos esperando, disseram que o aeroporto está muito cheio de fãs e repórteres.

— Mais sempre está cheio de fãs BA, qual o problema?

— Não sei, foi o que o pessoal do aeroporto nos instruiu a fazer.

— E já avisou a Maraisa? Ela vai estar me esperando lá.

— Acabei de mandar msg pra ela.

Desci do avião e entrei na van, avistei Maraisa vindo em minha direção com um sorriso lindo, mais fui surpreendida quando a porta da van fechou de uma vez e acelerou.

— Mas que merda é essa? Parem agora. — gritei impaciente.

Vi o olhar frio do homem pelo retrovisor e senti meu estômago revirar, senti braços me puxarem com força e um pano ser colocado no meu nariz, me debati, mais sem sucesso.

Fui me despertando aos poucos, sentindo minha cabeça doer, pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a luz.

Na tentativa falha de tentar me mover, percebi que estava completamente amarrada a uma cadeira.

Olhei ao redor tentando reconhecer o lugar, mais a única coisa que consegui ver foram várias caixas empilhadas e alguns móveis velhos, vozes masculinas me chamaram atenção, um arrepio me percorreu a espinha, medo era única coisa que conseguia sentir naquele momento, ouviu uma voz feminina se misturar e não demorou muito tempo para reconhecer de quem se tratava.

Eu conhecia bem aqueles cabelos castanhos, os olhos negros e o andar confiante.

— Ora ora se não é a mulher que levou minha filha para o caminho de perdição. — ela me olhava com nojo.

— Almira por favor, eu não fiz...

— O que te faz pensar que eu quero ouvir sua versão da história de novo Marília. — ela apertou meu queixo com força.

— Isso aqui não vai mudar nada Almira, eu amo a sua filha.

Um estalo alto ecoou por todo o lugar silencioso, Almira me deu um tapa no rosto de novo, com certeza os cinco dedos dela ficaram desenhados ali na minha pele branca, senti formigar com a ardência do impacto. Antes que eu pudesse me recuperar Almira agarrou meu queixo novamente.

— Acho melhor você não repetir isso Marília. — Almira estava com um sorriso sádico.

Eu não sabia quanto tempo já havia se passado desde que eles me trouxeram pra esse lugar, se foram horas ou minutos, esse lugar escuro está afetando meus sentidos.

— E se eu fosse você eu não estaria tão confiante de que ficará com minha filha, eu não permitirei isso. — ela apertou meu queixo com força. — Não se preocupe eu vou te libertar desse pecado.

— O que você tá falando Almira? — um arrepio percorreu meu corpo.

— Seja lá o que for que você diz sentir pela Maraisa acaba agora Marília, isso é pecado. — ela me olhou com um olhar frio.

Eu engoli em seco com o coração acelerado, eu conhecia aquela expressão, não era coisa boa, eu senti isso na pele, o incomodo se alastrando.

O que vai acontecer? Com Maraisa? Senti o aperto mais forte no peito, a dor de vê-la perdida, culpando-se por algo que não tem culpa.

Só de lembrar dela, sinto uma sensação sufocante e mais lágrimas surgem em meus olhos escorrendo pelo meu rosto. 

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora