Capítulo 57

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*Maraisa*

Marília estava deitada na espreguiçadeira ao meu lado, ela me disse que hoje ficaria bronzeada, e eu claro não discordei dela, percebi que uma moça ficava olhando pra gente.

— Ai, meu Deus! — a moça disse um pouco mais alto. — É a Marília Mendonça! — Outras pessoas viraram nos olhando sorriram quando a viram e ela sorriu e acenou.

— Oi, gente! — Marília já estava habituada demais com o pessoal a reconhecendo nos lugares.

— Desculpa atrapalhar, meu nome é Gisele eu sou uma grande fã, Marília! — A mulher veio até a gente e esticou a mão para ela.

— Sem problemas Gisele, é um prazer. — minha mulher sorriu.

— Você poderia tirar uma foto comigo?

— Claro. — ela me olhou, me deu um selinho. — Já volto amor.

— Vou buscar uma bebida pra gente. — sorri pra ela. — Eu só preciso descobrir onde eu faço isso! — olhei em volta. —   Eu acho que eu posso pedir...

—  Ali! —  a tal fã apontou para o bar que estava ali próximo a gente.

— Isso, ali, obrigado! Eu já volto! — dei outro selinho na Marília e saí em direção ao bar.

— Oi, eu quero duas caipirinhas por favor! — pedi para a única moça que estava ali.

— Boa tarde, só um momento. — Ela disse colocando algumas coisas em um copo de metal. — Aproveitando as férias? — neguei com a cabeça e ela começou a agitar o copo de metal.

— Na verdade, eu estou em lua de mel! — sorri pra ela.

— Entendo, seu esposo é corajoso, deixar uma mulher bonita como você andando por aqui com esse tanto de caras bonitos.— Ela despejou a bebida em dois copos grandes, e entregou para mim com um canudo preto dentro. — Se precisar de qualquer coisa, pode me chamar, eu sou o Roberta!

— Obrigada Roberta, e no caso minha esposa confia bastante no meu potencial de socar qualquer cara folgado! — Sorri para ela, que sorriu de volta.

Peguei as duas caipirinhas e voltei em direção a ela, percebi um grupinho de pessoas olhando em direção a Marília, e conversando.

— Eu não havia reconhecido ela! — uma delas falou dando risada, e um dos rapazes acompanhou.

— Não, para! Agora falando sério, ela é mega gata! — um dos rapazes falou assentindo com a cabeça.

— Obrigado, fico feliz com o elogio, minha esposa é gata mesmo! — passei por eles, e levantei o copo que estava em minha mão, como se fosse brindar.

Me aproximei de Marília que parecia distraída observando a vista.

— O que faço com o fato de eu querer te beijar toda hora? — falei olhando pra ela e ela me olhou.

— O quê? — ela me olhou tentando entender o que eu tinha dito.

— Isso mesmo, estou bem a fim de beijar minha esposa agora! — Marília sorriu pra mim. — Será que posso? — levantei o rosto de Lila para encontrar seu sorriso perfeito.

— Acho melhor... — Ela não conseguiu terminar, pois naquele momento os meus lábios se encontravam colados nos dela.

O beijo durou bastante tempo, o tempo que julguei suficiente para não morrermos por falta de ar, só me dei conta de que minhas borboletas tomaram conta de mim quando me aproximei de Marília e a empurrei para trás, fazendo-a deitar na espreguiçadeira, notei que o controle de meu corpo não estava mais na minha mente, o beijo estava intenso, minha mão passeava pelo corpo dela, e os nossos corpos se encaixavam perfeitamente.

— Ok, pera! — Marília resmungou, e eu me recompus me sentando. — Não estamos mais na praia privada.

— Caralho, você é muito irresistível!

— Você que é, Maraisa! — Ela sorriu para mim, segurou meu rosto entre as mãos.

Ela juntou seus lábios com os meus, dando início a um beijo calmo e terno. Marília colocou as mãos nos meus ombros. O beijo foi interrompido por vários selinhos, ela sorria entre um selinho e outro.

Nossa tarde foi perfeita, não conseguia olhar outra coisa que não fosse Marília, e quando nossos olhares se cruzavam era inevitável um beijo rápido, ou um sorriso bobo. Marília falou um pouco sobre seus próximos shows, eu ouvia tudo com muita atenção e com o coração cheio de orgulho da minha mulher.

— Passou protetor solar já? — Marília questionou me olhando.

— Sim amor.

— Acho bom, ou vai queimar nesse sol, poderia passar mais nas minhas costas?

— Mais fácil você queimar com o protetor do que eu sem. — dei uma risada e estendi a mão para pegar o frasquinho.

— Nossa que engraçada. — me mostrou língua.

Marília tirou o cabelo das costas colocando no lado direito do pescoço e soltou o laço que prendia o biquíni, apenas segurando com as mãos, passei tão cuidadosamente e devagar só para poder apreciar mais um pouco e ter as melhores imaginações com essa pele tão macia, amarrei o biquíni dela de volta.

Ela se levantou, sem entender, fiz o mesmo também, vendo-a colocar nossos pertences na pequena bolsa.

— O que está planejando? — franzi a testa.

— Vamos caminhar um pouco. — sugeriu. — Dizem que a paisagem daquele lado é ainda mais bonita.

Sem poder protestar, tive apenas tempo de calçar minhas sandálias, sendo arrastada na direção oposta de onde a concentração de pessoas ficava. Caminhamos em silêncio por vários metros e logo estávamos perto de algumas grandes rochas. Soltando a minha mão, Marília subiu com facilidade em uma das rochas, realmente, havia valido a pena a longa caminhada.

— Esse lugar é incrível! — ela apontou na direção do horizonte.

— Cuidado para não cair! — disse, subindo na rocha ao lado.

— Eu estou bem amor. — ela me olhou com um sorriso de lado. — Apenas olhe.

O fiz e a visão era de tirar o fôlego. O céu azul sem nuvens se misturava com o azul intenso das águas do mar e apenas a linha do horizonte era capaz de delimitá-los. Soltando um assovio de admiração, pude entender mais plenamente a paixão das pessoas por lugares assim. Era simplesmente magnífico.

Quando o sol começou a se pôr, resolvemos retornar, caminhado pela areia agora fria. De longe, já avistávamos as poucas pessoas ainda na praia.

— Sabe, eu nunca pensei que me casaria. — de repente Marília disse.

— Nunca quis se casar? — a fitei confusa.

— Não é isso. — balançou a cabeça. — Eu sempre quis, mas acho que a forma como as pessoas tratavam a situação me fez pensar muito antes. Eu não queria estar ao lado de alguém apenas por estar.

— Pensou assim no nosso caso? — voltou a olhar para frente.

— Sim. — admitiu. — As pessoas costumam dizer muitas coisas e isso pode confundir.

— E já chegou a pensar em desistir? — voltei a encará-la.

— Mais de uma vez. — parou e eu fiz o mesmo. — Mas no fim, o que importa não é o que as pessoas dizem e sim o que seu coração diz.

— E o que o seu coração diz sobre mim? — sorriu.

— Ele diz que você é a pessoa certa! — se aproximou.

— Então parece que nossos corações estão em sintonia. — dei um passo até ela.

Segurando a mão de Marília, observei a aliança que estava em seu dedo anelar, passando o polegar sobre a joia dourada, tenho a noção de que aquele conto de fadas terminaria em alguns dias, todavia, desejava aproveitar bem o tempo restante.

Terminando a pouca distância entre nossos corpos, a beijei com carinho, expressando todo o amor que sentia. Marília retribuiu o gesto com a mesma intensidade, deixando claro que sentia o mesmo.

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora