Capítulo 76

742 86 32
                                    

Dois anos depois...


*Marília*


— Cadê esses dois, hein? — Maraisa respirou fundo, andando de um lado pro outro na sala, como se aquilo fosse apressar nossos filhos.

— Se arrumando. — disse risonha, enquanto misturava a salada em um recipiente. — Aurora faltava só o vestido, sequei o cabelo dela e ficou a coisa mais linda do mundo.

— Deus do céu, só eu sei como meu coração tá aqui  Marília e você ainda me diz uma coisa dessa? — ela me perguntou meio desesperada, o que só me rir mais. — Você deveria me consolar e não piorar o meu estado. — minha esposa fez uma careta, mas findou por rir.

— Calma, amor, é uma festa de colégio, apenas, e você praticamente obrigou Léo a ir junto!

— Eu sei que  nosso filho vai junto, mas meu coração não deixa de ficar apertado. — Maraisa fez uma careta de choro e riu em seguida, ouvindo um barulho bem característico de que os irmãos estavam descendo as escadas, os dois parecem duas sirenes. — Estou nervosa! — ela arregalou levemente os olhos me causando mais uma crise de riso.

Maraisa tem muito ciúmes da nossa filha, acho engraçado ver ela passando pelo que passei quando era o Léo crescendo.

— Boa noite, mulheres da minha vida. — nosso filho brincou e Aurora riu um tanto contida, talvez até envergonhada pela produção.

— Diz se a gente não está a coisa mais linda do mundo! — nossa filha mandou um beijo.

— O que vocês acham dos Mendonça Pereira mais lindos da família toda? — Léo disse rindo fazendo a irmã rir de forma mais espontânea, fazendo uma pose assim como ele.

— Que eu vou chorar! — a frase escapou sem permissão da boca de Maraisa.

Sai de detrás da bancada para abraçar nossos filhos, olhando bem pra cara quase de choro da minha esposa. 

— O quê? Olha esses dois! Eu não posso com isso, meus meninos cresceram e eu estou sofrendo, me deixa, Marília!

— A mãe de vocês não tem jeito! — ri sacudindo a cabeça e fui até os dois. — Meus amores estão tão lindos. — segurei o rosto dos dois, os fazendo rir com o meu encantamento. — Olha isso, Maraisa! Eu quero uma foto! — fui esmagada pelos meus filhos, que riram.

— Vocês estão muito lindos! — Maraisa riu com a cena deles me apertando em um abraço e capturou o momento em foto. — Eu também quero foto amor, mas vão, se ajeitem, vou tirar a foto mais perfeita do mundo, porque eita família linda que eu tenho. — Maraisa abriu um sorriso gigante. 

Eu nunca imaginei que minha vida seguiria esse rumo, que nossos meninos cresceriam tão rápido, assim como meu amor por eles e por Maraisa.

— Achei que eu passaria por isso só uma vez irmãzinha. — Léo disse rindo.

— Na sua vez eu também fui obrigada a participar das fotos maninho.

— E a Gisele e os meninos? — Perguntei ao revezar o posto de fotógrafa com minha esposa, vendo ela se posicionar no meio dos dois.

— A gente ficou de se encontrar na porta do colégio. — Aurora abriu um sorriso animado. — Só não sabemos ainda como vamos.

— Olha a foto! — anunciei os fazendo sorrirem largamente e assim capturar um dos momentos mais lindos. — As avós de vocês vão surtar com essas coisinhas mais lindas! — os três riram mais um pouco e Maraisa abraçou os dois com força, voltando para perto de onde eu estava.

— Sobre ir, o carro está liberado apenas por hoje e só hoje, Léo! — Léo soltou um grito de comemoração.

O garoto não se aguentou e correu até a mãe, a abraçando com força e a tirando do chão, ao mesmo tempo em que beijava a bochecha dela repetidas vezes em agradecimento por aquilo, gesto que fez minha mulher se dividir entre rir alto, segurar o vestido no corpo e bater no ombro dele, mandando que a soltasse.

— Me põe no chão, garoto! — Maraisa soltou um gritinho de repreensão, enquanto ainda ria da felicidade do rapaz.

— Eu te amo, dona Maraisa! Amo, amo, amo! — Léo riu, sacudindo a mãe no abraço e beijou a bochecha dela mais uma vez, enquanto eu dava risada. — Vamos, Aurora? — ele chamou a irmã, praticamente brilhando.

— Vamos! — nossa menina soltou um gritinho animado.

— Juízo, vocês dois! — alertei, enquanto via Maraisa se despedir dos dois com abraços e uma cara de quem estava com o coração partido.

Pisquei para ela, como se aquilo fosse a confortar e logo sai acompanhando nossos de filhos até a porta, enquanto os dois tagarelavam sobre como o tal baile iria ser legal, divertido e tudo que ela já tinha passado um dia na idade dos dois, me despedi deles com beijos na bochecha e as recomendações de cuidado que mais pareciam um monológo, fechei a porta da frente assim que vi eles entrarem no carro e partirem, respirei fundo e segui pra cozinha na intenção de consolar a mãe babona que mais parecia estar sendo deixada pra trás.

— Muito mal eu ainda estar com o coração apertado? — Maraisa fez um bico imenso e enfiou o rosto no meu pescoço, me fazendo gargalhar e esmagá-la entre os braços. — Não ri de mim, Marília! — ela riu junto, ainda aconchegada a curva do meu pescoço. — Você viu como ela estava linda?

— Eu me lembro bem de você rindo quando foi a minha vez de me sentir abandonada pelo nosso filho, e sim, eu vi como nossa filha estava incrivelmente linda, ao contrário do que você pensa, também foi um baque pra mim. — a apertei um pouco mais no abraço, ganhando um singelo beijinho no pescoço. 

— Eu te amo, sabia?

— Você faz questão de me lembrar sempre! — ri segurando o rosto dela entre as duas mãos. — Mas eu também te amo. — Maraisa abriu um sorriso gigante e não demorou muito até beijar me beijar.

Estar com Maraisa é uma sensação incrível que me tira do chão, é como se minhas pernas bambeassem todas as vezes que ela diz que me ama, o estômago afunda em uma imensidão, me mostrando que pode se passar trinta anos e eu não deixaria de amá-la tanto, mulher nenhuma no mundo era ela e nem nunca seria, só ela me faz  ficar com o coração louco no peito, só com um sorriso contido, um abraço de surpresa ou o mais inocente dos beijos. 

Ela é o amor em sua forma completa.

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora