Capítulo 71

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Quebra de tempo...
2 anos depois

*Maraisa*

Abri a porta para que Maiara entrasse rapidamente, mas minha irmã simplesmente me entregou umas mil bolsas e empurrou o carrinho do filho para dentro da minha casa.

— Desculpe metade, preciso ir, ou vou perder a reserva no restaurante, muito obrigado por cuidar de Miguel. — nem me esperou responder só voltou para o carro, onde Mioto a esperava.

— Bom pequeno, agora somos nós três né. — falei para o bebê.

— Mamãe a titia já chegou? — Léo perguntou vindo até mim. — Olá pequeno Miguel. — meu filho sussurrou perto do carrinho já que o primo dormia.

Maiara não queria deixar Miguel aqui, é claro, se dependesse dela levariam o filho para todos os lugares, mas Mioto insistiu que eu podia cuidar dele por algumas horas, eles iriam comemorar o aniversário de um ano de casamento.

Empurrei o carrinho até a sala, deixando-o ao lado do sofá. Miguel ainda estava dormindo, espero que ele acorde logo, era melhor do que acordar só de madrugada.

Me sentei no sofá, ligando a TV o mais baixo possível, por medo de acordá-lo, Léo se sentou ao meu lado, apoiando a cabeça em minhas pernas, fiquei apenas observando meu filho por alguns minutos, fui interrompida pela voz sussurrada dele.

— Mamãe?

— Oi meu amor. — comecei um carinho em seus cabelos.

— Porque você e a mama não me dão um irmãozinho?

— Uou, desde quando quer um irmão? — perguntei surpresa com o pedido dele.

— Ah mamãe, eu já sou um homenzinho, precisamos de um bebê em casa. — ele falou como se fosse óbvio.

— Oh tudo bem, podemos pedir a sua mamã depois, o que acha?

— Vou fazer aquela carinha que ela não resiste mamãe. — ele sorriu sapeca.

Não demorou muito tempo para que Miguel acordasse e começasse a chorar. Pelas horas seguintes, Léo me ajudou em tudo, dando comida para o bebê, trocando a fralda, tentando fazer com que ele dormisse e o entretendo. Fazia muito tempo que não cuidava de uma criança tão pequena.

Miguel ainda é muito pequeno, com apenas seis meses, e faz anos desde que tive contato com um bebê dessa idade, é claro, eu sabia o que fazer, não era tão complicado cuidar assim de uma criança por uma noite, mais fazer isso agora, fazia com que algo dentro de mim despertasse.

Continuei pensando sobre o assunto até Maiara voltar para pegar Miguel, que já estava dormindo quase profundamente e ao seu lado Léo fazia o mesmo.

Coloquei Léo na cama e subi para o meu quarto, Marília estava fazendo um show em São Paulo e voltaria ainda hoje, estou cheia de saudades da minha esposa já, tentei dormir mais parecia impossível, fui para a sala de cinema e liguei a tv, não conseguia me concentrar no que passava, apenas no pedido que Léo havia me feito.

— Vamos lá para cima, pequena, você está quase dormindo aí nesse sofá — Marília falou, me cutucando, me fazendo despertar de meus pensamentos.

— Não estou dormindo, estou pensando, nem te vi chegar amor. — Respondi, ainda meio perdida, mas acabei me levantando mesmo.

— Pensando no que? — ela me deu um selinho e perguntou, enquanto me seguia até o quarto.

Ajudei a carregar as bolsas até nosso quarto, não a respondi até chegarmos no cômodo, fazendo com que minha esposa franzisse o cenho, ficando curiosa para saber sobre os meus pensamentos.

— Eu quero ter um bebê — falei fazendo com que Marília parasse na entrada do quarto — Eu acho que já está na hora de termos outro bebê, Marília.

— Agora? — Ela riu, se aproximando de mim. — Isso é sério, amor? Você não só ficou com saudades hoje por cuidar de Miguel? — Ela falou, sentando-se na cama.

— É claro que é sério, amor. — respondi sorrindo pra ela — Léo me perguntou hoje, porque não demos um irmãzinho pra ele, e eu não consigo negar um pedido do nosso filho, você sabe. — falei, me aproximando dela.

— E o que você respondeu? — ela me puxou para seu colo.

— Falei pra ele te pedir. — ela me olhou abrindo a boca algumas vezes. — Me desculpe, eu não sabia o que responder na hora.

— Eu quero outro bebê — ela falou depois de um longo silêncio.

Marília abriu um o sorriso lindo, e me beijou.

— Então vamos fazer um bebê Marília. — ela gargalhou da minha animação. — Estou doida pra te ver com um barrigão de novo amor.

— Onde foi que chegamos a conclusão de que eu que vou gerar nosso próximo bebê? — ela me olhou erguendo a sobrancelha.

— Ahhh amor não é justo, você fica linda com um barrigão, e eu vou mimar muito você de novo. — fiz um bico.

— Prevejo o nosso filho me pedindo um irmãozinho com esse mesmo bico aí, estou errada?

— Claro que não né amor, ele já até ensaiou mais cedo. — gargalhamos. — Amanhã você está de folga não tá?

— Estou amor. — ela sorriu me dando um selinho.

— Podemos ir até o consultório do doutor Marcelo, o que acha?

— Sim amor podemos, só que tem uma condição. — ela falou me fazendo a olhar curiosa.

— Qual condição amor?

— Eu quero usar os seus óvulos que estão congelados.

A olhei surpresa, nem sabia que ela ainda se lembrava disso.

— O que foi?

— Achei que não se lembrava mais disso Marília.

— Claro que me lembro amor, acha que iria esquecer a possibilidade de ter um bebê com esse gene maravilhoso, será que agora vem uma menininha? — ela abriu um sorriso maravilhoso.

— Mamã.

— Pode entrar nenê. — Léo abriu a porta. — Você não estava dormindo?

— Sim mamãe, mais ouvi a voz da mamã, e estava com saudade. — ele subiu na nossa cama e se jogou nos braços de Marília.

— Mamã também tava com saudade nenê. — falou fazendo carinho no cabelo dele.

Não demorou para Léo voltar a dormir, olhei para os dois agarrados, que agora dormiam profundamente, passei as mãos pelo cabelo da minha esposa, eu amo os dois mais do que tudo, e com certeza estamos prontas para outro bebê, nosso filho ja completou seis anos, está crescendo tão rápido.

Sorri observando os dois, tão parecidos, até mesmo o jeito de dormir, tão esparramados na cama, me aconcheguei do melhor jeito possível e acabei pegando no sono.

De quem é a culpa?Onde histórias criam vida. Descubra agora