Capítulo 31

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"Na solidão da existência,
Nado firme na batida das águas,
Corpo revolto a mercê das decisões das ondas, vou destilando coragem no desespero das braçadas. É noite
Ainda bem que os versos são claros,
Me ancoram, me falam e me salvam,
Me beijam na boca o beijo longo da salvação
Me devolvem o ar, a vida, a trilha

O poema é pra mim terra firme
Como é para o náufrago, a Ilha "

Capítulo não revisado. Pode conter erros. Então preciosas, o capítulo vai esquentar um pouquinho 🔥🔥🔥🔥

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- Por Luana Tavares -

É horrível amar tanto alguém e ter de a deixar, é horrível dormir e acordar com esse sentimento cada vez mais forte, mesmo que a coisa que a gente mais quer é arrancar do peito.

Nos dias seguintes ao dia em que ele deu-me o telemóvel, comecei a sentir raiva de mim mesma por não conseguir parar aquele turbilhão de sensações.

Deixei de o atender ou ficar mais de dois minutos falando com ele porque comecei a sentir uma sensação tão estranha que olhar pra ele tornava-se insuportável. Eu queria voltar o mais rápido possível para Calomanhengue.

Não sentia-me preparada para ouvi-lo, toda vez que usava uma roupa dele o meu coração acelerava e a minha cabeça mergulhava num mar de recordações, o cheiro dele era uma espécie de gatilho que ativava no meu subconsciente a vontade intrínseca de o amar a pesar de tudo, eu estava lutando para o deixar de amar (falhei miseravelmente), não quis saber se era por ele que eu estava viva, que podia falar com a minha filha todos os dias e que finalmente eu poderia voltar pra casa.

Eu serei eternamente grata por tudo isso mas a mágoa é tão grande que sufoca e dói. Estava vivendo um dilema, ou amava-o como tanto queria ou apegava-me àquela mágoa que insistia em lembrar-me que ele não era quem eu queria que fosse.

Quando concordei em encontrar-me com ele em Millenium Park não achei que fosse sentir empatia por ele, por tudo que ele e mãe tiveram de abdicar... O facto de ter de esconder quem verdadeiramente é para a família que tem em Doha... Eu sentia muito por ele, sentia muito pelo adolescente incompreendido que foi...

- Eu sinto muito.... - de repente me vi a imaginar um menino com uns olhos incrivelmente azuis de seis anos perdendo o pai como se ele realmente tivesse morrido mas não, foi-lhe arrancado da família. Queria abraça-lo...

- Obrigado... Eu não tive o meu pai mas cresci cuidando e protegendo o meu irmão. Eu não fazia idéia de quem realmente era o Abul. Quando vi-te lá eu percebi que havia algo de errado...

Luana, a Vendida (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora