Capítulo 9

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"Morgh-zirak chun be dam oftad, tahammol bayadash"

(Quando um pássaro esperto é apanhado num laço, tem de ser forte e esperar)*

Hafez

Capítulo não revisado. Pode conter erros.

- Por Luana Tavares -

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- Por Luana Tavares -

Tinha começado a chover lá fora nem parecia que há horas atrás faziam um Sol torrencial, (como o clima mudou, se adequando ao meu actual estado de humor?).

O comentário intolerável que a Sara fez sobre "gostar" de ter estado com o Abul fez-me alterar instantâneamente o humor algo que já não tenho faz dias, joguei ao chão as coisas (julgo serem produtos de beleza) que estavam por cima da cama.

É raiva que eu tenho! Odeio-o, se ninguém parar-me eu vou mata-lo.

Gritei, chorei, quis arrancar as roupas do meu corpo. Chamei por ela a choramingar ela veio correndo pra dentro do quarto. Quando viu o meu estado se comoveu.

- Oh menina Luana, não pode ficar se auto-infligindo querida! Venha, vou ajuda-la a tomar banho. Não vou passar a mão na sua cabeça se voltar a fazer isso. Já existe um homem cruel que o faz! Eu tento protegê-la mas a Luana é teimosa, é teimosa como uma mula!

Não digo nada, vou com ela para ajudar-me. Logo após o banho encontrei em cima da cama roupas novas, calças, blusas, vestidos, saias e ao lado alguns sapatos, optei por usar um vestido solto branco de alcinhas com varias flores amarelas como girassóis calcei umas rasteirinhas e não queria usar nada no rosto mas ela deu um jeito de colocar-me uma base leve, rimel e um gloss da cor dos lábios.

Quando olhei-me ao espelho parecia eu novamente, porém esquelética (nunca fiz dieta, sempre comi de tudo sem preocupar-me se engordei ou não, ou se as pessoas iriam me notar) mas as restrições de alimentação que tenho sofrido aqui!? Nossa Senhora! Esse homem vai arder no fogo do inferno.

Levantei-me da penteadeira e virei-me pra Sara, ela é daquelas pessoas que mostram todas as emoções com os olhos, tinha os olhos arregalados como se estivesse vendo algo perfeito.

- Luana, a menina é muito bonita. Agora percebo o porquê ainda está aqui.

- Tu dizes "Está aqui" como se fosse da minha vontade. Por favor pare de chamar-me menina. É menina daqui menina pra lá, tenho 30 anos, não tens de estar a iludir-me. Não sou parente de vocês não!
Arrancaram-me da minha filha como se ainda estivessemos no tempo da escratura.

Não suporto mais essas falas que ela lança no ar tentando levantar o meu astral. Só piora tudo. Não quero ser injusta com ela, mas se realmente fosse boa pessoa iria ajudar-me e ajudar todas as mulheres que esse homem fez mal.

Luana, a Vendida (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora