Capítulo 7

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"... Que a minha solidão me sirva de companhia.
Que eu tenha coragem de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo".

Clarisse Lispector

Capítulo não revisado, pode conter erros.

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- Por Luana Tavares -

Em circunstâncias normais, não sairia do lugar onde ele deixou-me na noite passada. Teria ficado em prantos me condenando e culpando-me por tudo o quanto permiti que ele fizesse comigo! Eu não sou uma leviana, preciso continuar repetindo isso para mim própria para que não me perca.

Suportei inúmeras tormentas em nome das aparências antes de ter a Ayanna, e depois que ela nasceu, deixei de me importar com o resto do mundo porque eu tinha deixado de estar sozinha no mundo, eu era mãe eles arrancaram-me da minha filha, ela é a minha minha bússola. Tudo que fizer nesse lugar de hoje em diante será porque eu sou a única responsável por um ser que trouxe ao mundo. Eu vou com os meus planos até ao fim.

Vejo a Sara entrar afobada pelo quarto, encontrou-me deitada na cama, olhei atentamente pra ela, afastei-me um pouco do lado da cama onde estava deitada ficando sentada e bati com a mão no lugar vago para que ela se sentasse também a beira da cama.

O seu rosto perfeito em forma de coração, e a sua pele tão morena como se fizesse bronzeamento artificial, ela é linda (as Kardashians morreriam por um bronzeado natural como o dela) senti-me de algum modo reconfortada pela sua doçura, pela suavidade das suas faces, pelo contorno do seu seu lábio que estava quase a todo momento com um meio sorriso, o cabelo escuro tão brilhante hoje trazia duas tranças por baixo do lenço parecia uma menina.

— Menina, lamento não ter vindo mais cedo, imagino que estejas com muita fome. Mas tive de organizar tudo, iremos levá-la daqui.

Levanto-me e ponho-me a andar de um lado para o outro (ele vai me matar). Comecei a suar, esfregando as mãos nas minhas pernas.

— Eu vou morrer Sara? Ele vai me matar?

Ela vira pra mim com uma cara interrogada.

— De onde a menina tira esses disparates? Vais para uma das casas do Xeique.

— Porquê?

— Porque sim. A Luana faz muitas perguntas, vamos por favor. Quando lá chegarmos vai poder comer.

Saí daquele quarto pela primeira vez depois de tanto tempo com a roupa que tinha vestida (calça jeans, uma blusa branca e tênis branco) enquanto ia seguindo a Sara no meio do corredor encontramos dois homens, diferentes do que vi no dia que fui sequestrada. Um deles segurou-me pelo braço (como se eu fosse suficientemente burra para fugir de um lugar que nem sequer sei onde ou que país é).

Luana, a Vendida (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora