capítulo 109

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𝗔𝗻𝘆 𝗚𝗮𝗯𝗿𝗶𝗲𝗹𝗹𝘆
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- Não, senhora. Nós estamos aguardando os exames, queremos ver se ela fraturou algo, hoje não será possível liberá-la.

- Odeio hospital. - Falei impulsivamente.

- Calma, mocinha. Isso aqui não é nenhuma mansão mal assombrada. - Ele fez uma piada totalmente sem graça.

- Meu pai já sabe? - Perguntei.

- Sim. - Úrsula respondeu. - Ele vai tentar voltar o mais rápido possível, pediu para que eu cuidasse de você.

- E como soube que eu estava aqui? Do acidente?

- Eles pegaram seu celular, discaram os únicos dois números que estavam salvos ali, ninguém atendeu no numero de seu pai, então ligaram para mim. Mas logo ele retornou a ligação, e então contei para ele. Ele ficou apavorado, mas acalmei-o dizendo que você estava bem.

- Meu celular não quebrou? - Perguntei surpresa.

- Não, estava dentro de sua bolsa.

- Amém, Senhor. - Falei e Úrsula riu, mas vi que ela tinha algumas feições tristes. Tentei mover meu braços, mas dei um grito ao ver que ambos doíam e ardiam.

- Olá. - Alguém entrou. Eu não podia enxergar, mas logo que a pessoa chegou perto, avistei um médico que possuía uma pinça em suas mãos.

- O que é isso? - Perguntei.

- Na hora do acidente, alguns cacos de vidro perfuraram seus braços, porque eles estavam nus. - O outro médico disse. - Alexander vai cuidar disso.

- Ai meu Deus, não. - Reclamei.

- Não vai doer. - O tal do Alexander sorriu, ele era muito gato. - Só vou lavar bem e tirar. Apenas isso. - Ele tentou me tranquilizar.

- Esse seu ''só isso'' vai doer pra caramba. - Falei.

- A senhora pode esperar lá fora? - o médico perguntou para Úrsula.

- Sim, Doutor Simmons. - Úrsula. assentiu e me mandou um beijo antes de sair. Alexander veio todo sorridente com um recipiente onde continha água e sabão, em seguida pegou algumas gases e começou a limpar os machucados, eu tentava conter os gritos aquilo ardia demais, eu me sentia horrível, até para falar doía, mas eu ignorava, eu lembrei de minha dor interior e aquela dor física nem fazia cócegas.

- Prontinho. - Alexander riu. - Vou lhe dar a receita de uma pomada para você passar nessas feridas, ela tem uma fórmula forte e cicatriza rápido, não vai ficar muito marcado, então não se preocupe.

- Não vou precisar levar pontos no braço, né? - Perguntei.

- Não, os cacos não eram grandes coisas. - Ele disse pegando um com a pinça e me mostrando. - Acho que essa coisinha não faria você levar pontos. - Ele sorriu.

- É, acho que não.

- Ela é forte, você não acha Alexander? - Doutor Simmons disse.

- Claro que acho, qualquer garota que estivesse neste estado já estaria berrando. - Os dois riram.

- Mas eu estou à ponto de fazer isso, não consigo mover minhas pernas e estão doendo muito. - Choraminguei.

- Nós fizemos o raio X enquanto você dormia. Só estamos esperando o resultado. - Simmons disse. - Solicitei os resultados mais rápido possível, daqui à pouco eles estão aí.

- Posso saber quem está arcando com as despesas? Meu plano de saúde não estava comigo. - Estranhei ao lembrar aquilo.

- Não temos como informar isso. - Alexander sorriu.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 -𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲-Onde histórias criam vida. Descubra agora