~capitulo 51~

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𝑨𝒏𝒚 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐
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- Desculpa. - Dei um sorriso leve, enxugando as lágrimas. - Você não está acostumado com isso.
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- É, se as garotas choram em minha cama, é de prazer. - Ele disse indiferente.
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- Para, Beauchamp. - Falei brava. - Odeio quando você diz essas coisas.
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- Ciumes? - Ele disse com um sorriso torto.
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- Não, mas é horrível se sentir mais uma. Eu não deveria ter vindo para cá, vou embora. - Disse levantando-me.
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- Ah vai? E para onde? Até onde eu sei você está fugindo de seu pai. - Ele disse.
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- Vou ligar para Lamar. - Disse simples.
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- O nerd? Vocês tem algo? - Ele perguntou desconfiado.
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- Não, e nem pense em fazer nada com ele, se não...
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- Se não o que? - Ele disse me encarando.
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- E- eu mato você. - Ele gargalhou.
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- Só se for de prazer, Gabyzinha. - Ele disse mordendo os lábios e me puxando pela cintura.
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- Para, Josh. - Falei com a voz irritante de tão chorosa que eu estava. - Eu não estou com cabeça para isso.
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- Mas eu estou. - Ele disse.
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- Dá para você ser legal comigo pelo menos uma vez?
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- Eu sempre sou legal com você, deixo você transar comigo.
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- Eu desisto. - Falei cansada, me jogando na cama. Um silêncio pairou entre nós.
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- Ok, porra. Fala o que aconteceu. - Ele disse vencendo o silêncio e sentando ao meu lado.
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- Meu nome não é porra, é Any Gabrielly. - Falei em um tom sensível. - Não gosto quando você fala assim comigo, parece que quer me matar. - Nem eu estava me reconhecendo desse modo.
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- Mas eu quero, pra ver se eu me livro dessa sua chatice. - Ele disse deitando de um lado da cama, colocando as mãos em baixo da cabeça e olhando para o teto.
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- Nossa, eu sou tão chata assim? - Me fiz de boba.
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- Sim, pensa em uma pessoa chata pra caralho e depois multiplica. - Ele disse simples. - Mas agora, me diz o que aconteceu.
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- Você não se importa. - Dramatizei, ficando de bruços ao seu lado, apoiando minha cabeça em minhas mãos e levantando as pernas involuntariamente.
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- Tem razão. - Ele disse seco e fechou os olhos.
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- Acorda seu idiota, vou te contar. - Falei dando um tapa em seu abdômen, fazendo ele abrir os olhos rapidamente e virar para o lado a fim de me olhar, confesso que fiquei meio intimidada ao me encontrar com aquele par de olhos azuis.
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Contei tudo para ele, desde o que havia acontecido no dia anterior até o fato de meu pai querer mandar eu morar com minha tia no Texas. Josh me ouvia atentamente, ou então, estava encenando. Falei da vadia que mia era e utilizei uma pá de palavrões para caracterizá-la, fazendo Josh rir.
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-É sério, Beauchamp. - Falei.
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- Depois sou eu que não tenho senso de humor, que caralho. - Ele disse ficando sério, me fazendo rir.
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- Nós nunca rimos das mesmas coisas. - Ri pelo nariz e Beauchamp me lançou um olhar divertido. - Mas enfim. - Respirei fundo. - Se eu voltar eu vou ter que ir morar com minha tia que deve ter uns cem anos no couro, e eu não quero isso, Beauchamp. Me ajuda.
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- Você... - ele disse pensativo. - Pode ficar aqui.
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- May me odeia.
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- Então vá para a casa do Leon viado.
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- Você me mataria. - Revirei os olhos.
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- Estou gostando de ver, você está aprendendo hein. - Ele disse todo debochado.
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- Idiota.
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- E gostoso também.
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- Porra. - Gritei ficando sentada na cama e assustando Beauchamp.
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- O que aconteceu, sua maluca? - Josh disse irritado por causa do susto.
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- Com certeza meu pai vai me procurar na escola, aí vão me chamar.
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- Isso é verdade. - Ele concordou. - Mas nós damos um jeito. - Eu nunca vi Beauchamp ser tão coletivo assim comigo.
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- Nós? Você conhece esse pronome? - Ironizei.
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- Sim, é necessário quando se tem uma gangue bem conceituada.
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- Não precisa me lembrar onde eu me meti. Ok? - Falei.
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- Vou dormir. - Ele disse simples, virando-se para o mesmo lado que eu estava.
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- E eu vou dormir aonde? - Perguntei.
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- Comigo, ué. - Ele disse natural.
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- Não tem outro lugar? - Perguntei.
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- Tem o sofá.
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- Então, tchau. - Falei levantando-me e pegando um travesseiro, mas Beauchamp me impediu.
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- Não sei se você entendeu, mas isso é uma ordem. Eu quero você aqui comigo.
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- Ultimamente você está me querendo demais, por que não assume logo que me ama loucamente? - Falei provocativa e Josh ficou me olhando.
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- Amar é algo muito forte, você não acha? Eu só amo à mim e tudo o que eu conquistei. - Ele disse grosso, virando-se para o lado contrário.
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- Josh? - O chamei e ele não respondeu - Josh? - O chamei novamente. - Josh? - O chacoalhei.
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- O que é, cacete? - Ele disse irritando sentando na cama.
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- É que eu tenho que tomar um banho, estou do mesmo jeito que eu cheguei da escola.
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- Não está vendo o banheiro logo ali? - Ele disse nervosinho, apontando para o banheiro de seu quarto.
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- Sim, mas eu tenho que pedir a permissão do senhor. - Falei debochada.
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Fui para o banheiro e tomei um banho não muito demorado, também fiz questão de pegar as cuecas de Beauchamp que estavam atiradas e colocá-las em um sesto. Vesti um pijama confortável e um tanto ousado, porque eu amava provocar Josh. Saí do quarto e percebi que ele não estava na cama, fui atrás dele, realmente eu era muito chata.
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Saí do quarto e me vi andando pelo grande corredor, avistei um porta semi aberta e era o quarto de May, pois ele estava deitado em sua cama roncando igual à um porco, fiz questão de fechar a porta totalmente.
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Me vi na sala de estar, onde em cima da mesa havia duas garrafas de vodka e várias latinhas de RedBull. Fui até a cozinha e lá estava Josh, encostado em um armário qualquer com um copo d'água em sua mão, se ele me viu, fez pouco caso.
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                    🌛Continua?🌚

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 -𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲-Onde histórias criam vida. Descubra agora