capítulo 88 (8/15)

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𝗝𝗼𝘀𝗵 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗰𝗵𝗮𝗺𝗽
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- Assim como? - Ela perguntou e droga, o que eu iria responder?

- Eu quero dizer que... - Molhei os lábios involuntariamente. - Você não precisa ir embora.

- Você está pedindo para eu ficar?

- Não, claro que não. - Sim eu estava, mas o meu orgulho falava mais alto.

- Então apenas solte meu braço e me deixe ir. - Ela falava com suavidade na voz, como se não quisesse se estressar com um babaca que nem eu.

- Não.

- Tudo bem. - Ela disse coma voz fraca, pude ver que ela segurava o choro e comecei a me sentir um idiota, ela começou a caminhar até a sala novamente e logo ouvi o barulho da porta se fechando, ela havia ido embora e de novo me veio aquela necessidade de ir atrás dela. Porra, Beauchamp, não vai. Deixa essa insuportável com as paranoias dela. Eu não estava me reconhecendo mais, eu precisava ir atrás dela, mas não podia deixar Angel sozinha.

- E aí, Drew. - Krys entrou junto com Urrea. - Acabei de encontrar, Gabrielly. Por que ela estava chorando? Pode me dizer, vacilão?

- Cuide de Angel. - Foi a única coisa que eu disse antes de sair correndo, a porra do elevador demorou mais do que o normal, então resolvi ir pelas escadas mesmo, o que iria demorar um pouco, pois eu morava no décimo andar, mesmo assim eu corria igual à um louco, cheguei na portaria e perguntei para o porteiro se ele havia a visto.

- Ela acabou de sair. - Ele respondeu enquanto devorava uma rosquinha.
Saí correndo para fora do prédio e observei que o carro dela ainda continuava ali, porém não tinha ninguém, olhei para todos os lados e não a avistei em nenhum lugar, caminhei um pouco até que comecei a ouvir algo.

- Gabrielly? - A avistei sentada em um canto qualquer encolhida e chorando pra caralho, confesso que aquilo me atingiu em cheio. - O que...

- Me deixa, Beauchamp. - Ela dizia entre soluços. - Você não precisa ver eu me humilhando em um canto qualquer da rua. - Como lidar com uma situação dessas? Porra, eu não sabia.

- Gabrielly, você não está chorando por minha causa, né?

- Não, claro que não. - Ela negou, mas assim como eu, ela também era dona de um orgulho tremendo.

- Por que você está chorando? - Perguntei.

- Porque do nada me deu uma vontade louca de sentar em um canto e começar a chorar até os olhos secarem. - Senti ironia em sua voz. Sentei-me ao seu lado naquele chão frio.

- Vá embora, por favor. - Ela pediu, seus lindos olhos trasbordavam lágrimas. - Eu não quero que você me veja assim. - Ela chorou mais ainda e aquilo estava me doendo.

- Desculpa. - Foi o que eu consegui dizer.

- Por que você faz isso comigo? - Ela soluçava. - Eu não mereço isso, Beauchamp, não mereço.

- Eu concordo com você. - Respirei fundo, enquanto fitava o asfalto. - Você não merece. - Ela me olhou sem entender e fui obrigado a passar minhas mãos pelo seu rosto limpando suas lágrimas. - E é por isso, que eu vou deixar você ir. - Falei, por mais que dependesse dela e tivesse fortes sentimentos por ela, eu só a fazia sofrer.

- 𝙀𝙪 𝙩𝙚 𝙖𝙢𝙤, 𝙗𝙚𝙖𝙪𝙘𝙝𝙖𝙢𝙥 - Era a primeira vez que ela me dizia aquilo, meu estômago se revirou e uma vontade imensa de dizer "𝘦𝘶 𝘢𝘮𝘰 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦́𝘮" surgiu, mas eu não conseguia falar nada, apenas fiquei a olhando. - Eu lutei poucas vezes para deixar de ser posse sua, porque eu estava apaixonada por você. - Era como se ela estivesse confessando algo. - Eu pensei que você poderia se tornar meu com o tempo, mas eu estava enganada, somos de mundos bem diferentes, eu te amo, você não me ama e nunca vai me amar e eu tenho que aprender a conviver com isso. - Ela tentou controlar um pouco o choro e quando eu vi, quem estava quase chorando era eu. Porra, Beauchamp, chorar não. Por favor.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 -𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲-Onde histórias criam vida. Descubra agora