capítulo 111

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𝗔𝗻𝘆 𝗚𝗮𝗯𝗿𝗶𝗲𝗹𝗹𝘆
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- Tudo bem? Não pude nem ir buscar você. - Ele reclamou.

- Pois é, meu pai realmente te quer longe. - Minha voz saiu triste. - Droga.

- Se eu pudesse, eu virava um mauricinho de merda pra poder ficar com você livremente, mas nem assim seu pai me aceitaria. - Josh riu.

- Não quero que você mude. - Falei. - Mauricinhos não me atraem nem um pouco. - Josh riu. - Como conseguiu meu numero novo?

- Tive que pegar o número da barata esmagada no celular de May, depois ligar para ela e implorar para que ela me desse, tive que prometer que nunca mais a chamaria de barata esmagada.

- Você cruzou os dedos ao fazer essa promessa, não é?

- Lógico. - Ele disse e eu dei uma risada leve.

- Nós temos que conversar, você não acha?

- Não, eu tenho certeza. - Falei. - Mas você sabe, eu tenho medo que pai faça algo como restringir minha saída da escola, tenho medo que ele seja muito severo quanto à minha liberdade.

- Porra. - Josh resmungou. - Não quero colocar você em risco, Any. - Eu quase tinha um orgasmo quando Beauchamp me chamava de Any.

- Mas eu mesma posso me colocar. - Falei.

- Eu te amo.

- Tô ligada. - Fingi indiferença e Josh riu.

- Com quem você está falando? - Vi meu pai descendo as escadas, porra, ele estava em casa?

- Hmm... Com joalin... - Menti. - Tchau, amiga. Amanhã a gente se fala. - Ouvi Josh dar uma risada gostosa e então eu desliguei. - Você sabe, ela queria saber se eu estava bem. - Menti. - E você onde estava?

- Estava dormindo um pouco. - Ele sorriu. - Eu estava muito cansado. 

Continuei sentada no sofá e percebei que meu pai foi até a cozinha me olhando estranhamente, como se desconfiasse de algo.

- Tudo bem? - Perguntei.

- Tudo ótimo. - Ele disse e eu fui até a cozinha novamente. - Tirando o fato de que você estava falando com ele. - Meu pai me olhou friamente e eu estremeci.

- Ele quem? - Tentei me fazer de boba.

- Você sabe, Any. Não se faça, não minta. - Sua voz era firme. - Sabe, você disse que tinha medo que eu restringisse sua liberdade e eu estou prestes à fazer isso, estou vendo que não posso confiar em você. - Ele bateu a porta da geladeira com força.

- Você é exagerado demais. - Abri o jogo. - Beauchamp não vai me fazer nenhum mal.

- Você que acha, não quero que minha filha acabe sofrendo por causa de um gangster de meia-tigela.

- Não fala assim dele. - Quase gritei. - Você acha que foi quem que pagou aquela droga de hospital? Porque do seu bolso não saiu nada e o senhor ficou bem quietinho. - Falei brava e meu pai

- Não me diga que...

- Sim, eu te digo, pai. Josh pagou tudo, ele se preocupou comigo.

- É só uma maneira de te comprar minha filha. - Não acredito que eu ouvi aquilo. - Vou devolver todo o dinheiro para ele, vou mandar Úrsula perguntar quanto que foi o custo. - Ele disse. - Mas quanto à vocês dois, mantenham distância um do outro, ou você sabe, eu te mando para o Texas.

- Você fala isso numa naturalidade, como se eu fosse algo sem importância, o qual você pode embrulhar e mandar para outro lugar. Não caia no meu conceito, pai. Só isso que eu te peço. - Saí dali apoiando meu corpo nas muletas, demorei para chegar em meu quarto, mas o importante foi que eu consegui.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 -𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲-Onde histórias criam vida. Descubra agora