~capitulo 49~

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𝑨𝒏𝒚 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐
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- Você esta merecendo umas boas surras, Gabrielly. - Ele disse autoritário.
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- É mentira dela, meu amor. Eu sempre estou aqui, compro coisas para a casa, a alimento, a cuido como se fosse sua mãe, mas ela me odeia, meu xuxu. - Aquilo estava ficando nojento e hipócrita.
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- Você não vai acreditar nessa ridícula, né pai? Essa mulher esta nos desunindo e isto não é de agora. - Falei segurando as lágrimas.
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- Eu já estou decidido, Gabrielly. - Ele disse soberbo.
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- O que você vai largá-la? - Perguntei esperançosa.
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- Não. - Ele fez uma pausa e passou as mãos pelo rosto como se aquilo doesse, mia me olhou e deu um sorrisinho. - Você vai morar com sua tia no Texas. - Dei um pulo da cadeira.
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- O QUE? - Gritei.
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- Eu conversei com mia, e você sabe, você esta na adolescência e precisa de alguém que mantenha os olhos em você, eu estou sempre trabalhando e eu não posso simplesmente colocar toda a responsabilidade em mia. Então ela sugeriu isso, ela te entende, e sabe que você se sente sozinha. - Meu sangue esquentou.
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- Claro. - Ela disse e sorriu, eu estava com raiva, muita raiva.
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- Sua vadia. - Gritei e me avancei contra ela que estava sentada no sofá, comecei a puxar seus cabelos e a lhe dar tapas e chutes. - Eu te odeio, mia. Você estragou minha vida. - Eu gritava descontrolada. - Eu também te odeio, pai. - Falei enquanto meu pai me puxava para longe de mia, que continuava sentada no sofá toda escabelada. - Você não vê as coisas ao seu redor, eu sempre tento abrir seus olhos, mas eu espero que não seja tarde demais quando você se arrepender e vê que em sua cabeça há quinhentos pares de chifres. - Senti suas mãos em meu rosto, que agora ardia, assim que eu acabei de falar.
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- Isso é para você aprender a me respeitar e também por mia. - Ele gritou bravamente.
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- Quer saber pai? - Falei com as mãos sobre o lugar atingido e com os olhos cheios de lágrimas. - Eu estava sim com um garoto, porque sim, eu posso fazer o que eu quiser, eu não tenho pai. - Disse
com raiva. - E espero, que o você esteja bem ciente da merda que está fazendo, porque uma namoradinha puta, se encontra em qualquer esquina, mas agora, uma filha... no nosso caso, ex filha, não é bem assim. - Falei indo para as escadas. - Ah, e eu não vou pra porra nenhuma de tia no Texas. - Disse decidida e subi as escadas, entrando em meu quarto e quebrando tudo, tudo mesmo.
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Eu já havia tomado minha decisão: Naquela casa, eu não ficaria mais.
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Peguei uma mala, porque dessa vez a coisa era séria, coloquei o máximo de coisas possíveis, roupas, sapatos, acessórios, alguns dinheiros guardados de minha mesada, tudo o que eu consegui eu enfiei naquela mala, fazendo-a ficar um pouco pesada, deixei naquele quarto só o que era menos importante, na verdade, tudo ali era importante para mim.
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Aquele quarto era uma parte minha, meu lugar favoritos, meu refugio, mas sei que se eu ficasse naquela casa eu teria um destino horrível: Minha tia no Texas. Ela era legal e tal, mas já deveria ter uns cem anos, ou duzentos, não lembro. Sem contar que ela morava numa fazenda com mais ou menos quinze pessoas, imagina eu numa fazenda com mais ou menos quinze pessoa. Uma fazenda. Quinze pessoas. Essa vida não era para mim.
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Joguei minha mala pesada pela janela, e ela caiu no jardim fazendo um barulho nada favorecedor, fiz um esforço para pular me agarrando na grade, fui de encontro ao gramado o que me doeu, dei um gemido de dor e levantei-me rapidamente, pegando minha mala com certo esforço. Eu não queria pegar meu carro, além de ter esquecido as chaves na sala, eu também não queria nada que tivesse vindo de meu pai, além do dinheiro de minha mesada e...minhas roupas.
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Saí pelo portão de casa tentando fazer o mínimo barulho possível, andei um pouco até me afastar da frente de minha casa, eu não conseguia conter as lágrimas, elas escorriam automaticamente. Eu não tinha para onde ir, pensei em ir para a casa de joalin, pois sabia que por mais que ela estivesse com raiva de mim ela não me deixaria na mão em uma situação delicada dessas, mas mesmo assim, haveria sua mãe super moralista que logo me denunciaria ao meu pai e ''Olá titia idosa no Texas'' confesso que eu nem sabia o nome dessa tal tia minha, acho que eu só tinha a visto uma vez quando eu tinha mais ou menos três anos.
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Até que a pior pessoa de todas veio em minha cabeça ''Josh'' droga, não, não, essa era a pior hipótese de todas, mas eu estava desesperada e não sabia o que fazer, sentei-me no meio fio da calçada, as lágrimas escorrendo, o frio desagradável me atingindo e a escuridão me assustando.
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Peguei meu celular e eu nem sabia se eu tinha seu número em minha agenda, fui em minhas mensagens e com toda a sorte achei uma mensagem de Josh que dizia ''Minha, somente minha".Revirei os olhos ao ver aquela mensagem que eu havia recebido já fazia um tempinho. Pressionei com o dedo onde estava escrito ''ligar'' começou a chamar e eu desliguei, sem coragem alguma. Fiquei mais um tempo ali, tomei coragem e liguei novamente. No quinto toque ele atendeu.
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- Gabrielly?
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- Alô, Josh. - Falei com a voz trêmula. - Me ajuda.
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- Gabrielly, o que aconteceu? - Ele disse com certa preocupação. - Onde você está? Quem sequestrou você?
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- Ninguém, Beauchamp. Vem me buscar por favor. Vou te esperar em frente a terceira casa depois da minha. - Falei caindo em lágrimas
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- Estou indo. - Ele disse com aquela rouquidão enlouquecedora em sua voz e desligou.
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                    🌛Continua?🌚

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 -𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲-Onde histórias criam vida. Descubra agora