Coronel 🥷
Eu tava sentado na sala bolando um quando o Gaspar e a Luana chegaram, ela entrou sorrindo e ele com a cara feia de sempre, maior postura meu menino tem.
Luana: Você quer pizza? - Falou mostrando a caixa e eu neguei.
Coronel: Ta mandadinho ein.- Falei gastando o Gaspar que me encarou.
Gaspar: Claro pô, tô fazendo os gostos do meu moleque.- Luana riu indo pra cozinha.
Coronel: Bagulho tem que ser assim mermo.- Falei fechando o cigarro e ele sentou na minha frente.- Tô orgulhoso de você, pô!
Gaspar: Qual foi, tu sabe que essa parada tem maior importância pra mim.- Falou olhando pro meu cigarro.- Tu é meu irmão pô.
Coronel: Tamo na merma batida, tua felicidade é a minha!
Luana: Vocês são tão lindos, eu amo vocês.- Falou sorrindo e vindo na nossa direção.
Balancei a cabeça terminando de bolar o cigarro e ia acender mas a Luana sentou na minha frente, o celular do Gaspar tocou e ele olhou com maior cara feia.
Gaspar: Moleque que tá de olheiro no morro, deve tá acontecendo algum b.o.- Falou se levantando e foi lá pra frente, eu tava juntando os bagulhos e a Luana continuou me encarando.
Coronel: Qual foi, loira? - Olhei pra ela.
Luana: Você já pensou em ter filhos? - Fiquei calado por uns minutos e ela continuou me olhando curiosa, desviei o olhar dela e minha mente marolou nas lembranças.
Coronel: Era meu sonho, já fui pai por alguns segundos...- Falei balançando a cabeça.
Luana: Como assim? - Falou sem entender.
Coronel: Minha mulher morreu junto com a minha filha uns minutos depois do parto.- Falei baixo olhando pro cigarro.
Luana: Desculpa, eu não sabia.- Falou toda sem jeito, eu olhei pra ela e neguei com a cabeça.
Coronel: Tá suave pô, relaxa.- Falei engolindo no seco e ela levantou do sofá, sentando no chão do meu lado.- Eu era novin ainda, 17 anos só, tava no auge dos corre e encontrei uma fiel.
Luana: Você sempre foi fechado assim? Como é hoje em dia?! Na sua, quietinho...- Falou me olhando interessada.
Coronel: Eu era suave, falava com todo mundo, queria andar com geral. Era que nem o Goiaba, dava moral pra todo mundo.- Luana sorriu e o Gaspar entrou com o celular na mão.- Parei com isso depois que um moleque que eu considerava tentou me matar pelo poder.
Gaspar: Alice foi levada pro hospital.- Falou balançando o celular e Luana levantou a cabeça pra olhar.- Parece que tá passando mal, desidratação.
Coronel: Qual foi da segurança? - Encarei ele.
Gaspar: Teus seguranças tão com ela.- Confirmei mais tranquilo.
Coronel: Tá na hora dela já. Quando eu voltar resolvo isso! - Gaspar confirmou se sentando no lugar que a Luana tava.
Luana: Continua...- Falou me cutucando e eu ri.
Coronel: Pô, aí desse bagulho eu mudei né. Fiquei mais na minha e aí conheci os moleques, sosseguei com eles no corre e ficou suave. Mas eu conheci ela e agi na emoção, ela igual. Na primeira vez foi sem proteção e pá, ela apareceu grávida.
Luana: Você conhecia ela antes? - Neguei.
Coronel: Bagulho é assim mermo pô, conhecer pra que? - Gaspar riu e Luana encarou ele.- Só que ela era mais foda que eu, mente fechada. Vivia bebendo, fumando, falava que não fazia tão mal, que era suave. Não cuidava muito da saúde dela, tá ligado? E eu nem entendia as paradas muito bem, mas tava animado pelo bebê.
Gaspar: Era uma menina, né? - Confirmei.- Eu lembro, maior princesinha no morro, ganhando presente de geral.
Coronel: Filha de famoso, famosa é.- Brinquei sorrindo fraco.- Aí foi isso pô, o parto foi com sete meses nas pressas, só tive a sensação de ser pai por cinco minutos, não cheguei nem a pegar a garota no colo. A mãe dela morreu assim que ela nasceu e ela morreu depois.
Luana: Você gostava da mulher? Ou só pelo bebê?
Coronel: Pô, gostava. Ela era maneira, topava qualquer rolê comigo, curtia minha vida mermo. Naquela época eu só ficava com ela, via futuro mermo, o erro dela foi não ter se cuidado, e o meu achar que tava tudo bem.- Olhei pra Luana que me encarava pensativa.
Luana: Depois dela, não teve ninguém? - Gaspar soltou uma risada fraca.
Coronel: Teve, mas a mina maior alemã. Quase fudeu com os esquemas e eu tive que matar.- Falei tranquilo, mas essas paradas batiam na mente.- Tenho muita sorte nessas paradas não.
Luana: Eu consigo te visualizar sendo um pai incrível, sua forma de cuidado com as pessoas é tão bonita.- Gaspar olhava ela falar e eu sorri de lado.
Coronel: Tu acha que eu sou assim com geral? - Falei irônico.- Tu é a primeira depois de anos, loirinha.
Gaspar: Por ele tu tinha morrido no começo, sem dor de cabeça pra ninguém.- Luana fez cara feia.
Coronel: De qualquer forma, tamo aqui hoje! Tenho maior consideração por tu e tu já tá ligada. Minha maior marola é pra nenhum de vocês dois cometer os mesmos erros que eu cometi, no papo de amigo mermo!
Luana: Eu prometo cuidar minha bem desse bebê, quero ele grandinho chamando você de titio.- Falou olhando pra mim sorrindo.
Gaspar: Mandando o tio bancar os gostos dele, dando uma grana maneira.- Gastou me fazendo rir.
Coronel: Quando fizer cinco anos ganhar uma arma de presente.- Falei rindo e a Luana me deu um tapa.
Luana: Tava tão bonitinho, tinha que estragar.- Falou brava.- Eu vou dormir, tô cansada e enjoada.
Balancei a cabeça e ela beijou minha cabeça, passei a mão pelo cabelo dela fazendo carinho e ela se levantou, Gaspar balançou a cabeça pra mim e foi subindo as escadas com ela.
Sorri vendo os dois e peguei meu cigarro me levantando dali e indo pra perto da piscina, pra poder acender e fumar, enquanto minha mente relembrava o que tinha acontecido.
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Química Bandida
RomanceHistória do Coronel e Andressa. Ele sempre foi fechado, na dele, odiava tudo aquilo que tirava ele do seu conforto. Já ela, sempre amou ser atenção, sempre amou se sentir visualizada. Talvez opostos demais para ficarem juntos e indecisos demais pa...