Coronel 🥷
Cinco meses se passaram como vento irmão, papo reto. Pouca coisa havia mudado nesse tempo, tava tudo como deveria ser, ou pelo menos quase isso.
Eu tava suave com a minha gata, a gente quase não tinha motivos pra brigar e isso era porque os dois tavam suaves! As vezes eu ficava bolado por conta da forma de falar dela, e ela ficava da merma forma, pelo mermo motivo.
Mas a gente se entende e se encaixa maneirinho, geral diz que nós somos as mesmas pessoas com as mesmas personalidades, e se pá é. Parei pra analisar esses dias e a gente é igualzin.
Ela tinha voltado pra vida de bandida dela, nenhuma mulher podia me olhar torto que ela perguntava o que a nega queria, e eu nem ia reclamar porque fazia o mermo bagulho. A única coisa que me deixava bolado mermo era ela não querer vim morar comigo, desde o dia dos bagulhos do filho que eu chamo ela, mas acabei entendendo que ela tinha que ficar aqui com a Luana.
O foda era esse, Luana e Gaspar tinham brigado a ponto de terminar. Foi esse um bagulho que eu fiquei "caralho, impossível." Porque eles tavam tão suave, mal brigavam por nada e quando brigaram foi pra terminar.
Luaninha tava com oito meses de gravidez, na última semana do sétimo que aconteceu esse bagulho, e foi o seguinte. Luana queria muito voltar pro Rio, falou que não via sentido continuar aqui e que não queria ficar viajando de avião nas últimas semanas da gravidez, até porque não podia.
Daí o meu irmão Gaspar negou que era pra esperar mais, meteu o mesmo bagulho de Fábio, de invasão e os caralho. Só que a Luana não aceitou, falou que já havia se passados meses e ela não escutou nenhuma vez ele dizer que sabia aí mesmo onde encontrar o Fábio, que não tava nem aí pra porra de invasão e tudo mais.
E por um lado vi ela certa, tá ligado?! Pelo que ela me fala, gravidez é bagulho cansativo, fica viajando de avião perto de ter o bebê era um risco do caralho. E também po, não ia fazer muita diferença esse bagulho do Fábio, ou ele tava se escondendo e não queria nunca mais aparecer, ou ele tava preparando uma guerra muito forte.
E eu tirei de letra que era desculpa do Gaspar, que ele não queria que ela fosse por algum motivo além desses, só não tava sabendo falar! Tentei conversar com ele pra vê se ajudava em alguma coisa mas ele tava bolado com o mundo, acabou metendo o pé pro Rio e eu que fiquei aqui com a Luana e Andressa.
Outro bagulho, quando a Luana fez quatro meses e foi geral fazer a ultrassom, a gente descobriu que era um moleque, só confirmou a certeza que a gente já tinha. E foi uma festa do caralho na clínica mesmo, só falou o Goiaba tirar a arma da cintura e atirar pra cima, e pô, ele tentou!
Mas era um moleque, o nosso moleque pô! O famoso Jorge, o nosso santo guerreiro, como falou a Fernanda. O moleque tava indo bem, a gravidez tava tranquila e a única coisa ruim era os enjoos, pelo menos nessa última semana aqui a Luana tá vomitando demais, ela passou uns três meses da gravidez sem vomitar, e agora veio com tudo.
Outro bagulho era que o Orelha tinha sossegado a mente, fazia um bom tempo que ele não tava pegando ninguém, e se pegava não contava, o que era impossível, então ele não tava pegando ninguém mermo. E eu tava estanhando, fazia um mês só, mas ele dizia que tava mudando.
Andressa: Thiago.- Falou alto me tirando dos meus pensamentos e eu me levantei indo até a cozinha vendo ela com uma bacia cheia de água e gelo.- Leva lá pra Lua, por favor.
Coronel: Só pegando um foguete, e eu nem sei se chego lá.- Cocei a cabeça vendo ela revirar os olhos e me dar um selinho.
Andressa: Vai lá, você quer jantar agora? - Confirmei.
Coronel: Vou tentar fazer ela descer e jantar também, Fernanda tá na casa da amiga ainda ne? - Andressa concordou.
Coloquei a bacia em cima da mesa e subi as escadas, abri a porta do quarto da Luana e ela tava deitada de lado, limpou o rosto assim que eu entrei e vi que ela tava chorando.
Coronel: Que foi, loirinha? - Me sentei do lado dela.
Luana: Fazem quase duas semanas que o Jorge não se mexe direito, quando o João estava aqui ele só faltava pular pra fora.- Falou passando a mão na barriga.- Ele tá sentindo falta.
Coronel: E tu também.- Ela bufou e eu passei a mão na barriga dela.- São Jorge gosta de um dragão, por isso tá sentindo falta do pai.
Luana gargalhou e o Jorge chutou também, encarei ela que abriu um sorriso e eu neguei.
Coronel: Boto fé que ele tá sentindo mais falta da mãe alegre, do que do pai.- Ela fez careta.- Bora jantar.
Luana resmungou e eu ajudei ela a levantar, desci as escadas com ela e deixei ela sentada na sala, Andressa colocou comida pra ela e eu entreguei pra ela, peguei meu prato e sentei na sala pra comer com ela também.
A gente ficou trocando uma ideia até a Luana querer vomitar, depois que vomitou ficou no sofá chorando e eu fiquei só olhando a Andressa conversando com ela.
Coronel: Pô, Lua. A gente volta pro rio sexta feira, pode ser? - Chamei a atenção dela.
Luana: Gaspar não me quer lá, decidi que vou ter o Jorge aqui mesmo.- Eu neguei.
Coronel: A gente vai na sexta e eu tomo a responsabilidade por vocês dois, vai ser melhor ficar por lá.- Falei sério.
Luana abriu um sorriso e Andressa me encarou com preguiça, fazia dias que ela reclamava que tava sem coragem nenhuma pra arrumar as coisas dela e agora que ela ia pra ficar de vez, ia ser pior ainda.
Mas tava tranquilo, hoje ainda era sábado e tinha quase uma semana inteira pra isso. Mais tarde eu tava trocando uma ideia com os mano, Goiaba tava me falando da Ana, que tinha saído com ela e tava na maior paz, Orelha fofocando que o Goiaba tava todo besta e eu só sabia achar graça.
O único que não tava na linha era o Gaspar, passei maior cota conversando com os moleques até o Gaspar entrar, quando ele entrou tava com voz de moleque sério, parecia bolado pra caralho, depois de trocar uma ideia rápida, ele falou que o Fábio tava no rio de janeiro de novo, porém tava envolvido com facção inimiga. Eu fiquei calado e olhei pra dentro de casa onde a Luana tava sorrindo e animada conversando com a Andressa, respirei fundo sabendo que tava vindo guerra, e agora mais do que nunca ela precisava tá protegida...
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fim 😘terceira temporada: Vida louca.
espero que tenham aproveitado bastante a paz desse livro!! 😘😘
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Química Bandida
RomanceHistória do Coronel e Andressa. Ele sempre foi fechado, na dele, odiava tudo aquilo que tirava ele do seu conforto. Já ela, sempre amou ser atenção, sempre amou se sentir visualizada. Talvez opostos demais para ficarem juntos e indecisos demais pa...