Luana 🧚♀️
Fiquei surpresa quando eu fui deixada entrar, andei por aquele lugar que me trazia lembranças boas, ou talvez nem tanto.
Ontem fui me despedir da Alice, foi triste e doloroso. Ela me pediu desculpas e eu a perdoei, eu tive que fazer isso pro bem do meu coração e da minha paz.
Mas parece que tudo decaiu quando o Coronel entrou naquela sala e eu escutei o tiro, porque foi o único.
Acordei decidida a falar com meu pai, mas sabia que meu namorado iria protestar contra. Então pedi ao Goiaba pra vir comigo, a gente estava em direção a porta quando ela por si só abriu, olhei pro Goiaba e ele negou.
Goiaba: Te espero aqui e em meia hora a gente mete o pé.- Falou sentando na calçadinha.
Luiz: Esse é seu novo namorado? - Falou quando eu entrei.
Luana: Meu namorado permanece o mesmo e eu não vejo motivos pra mudar.- Falei revirando os olhos.
Luiz: Qual o motivo da sua visita? Achei que não quisesse mais olhar na minha cara.- Falou me fazendo sentar no sofá.
Luana: Só vim ter certeza que estava tudo bem, e queria pegar umas coisas no meu quarto também. Queria dizer que eu te perdôo por tudo que me fez passar, por cada palavra dita ou até mão levantada pra mim, recomecei minha vida, estou em uma nova fase dela e não quero levar esses problemas comigo.
Luiz: Eu faço parte da sua nova vida? - Sorri fraco.
Luana: Não, não faz. Meu namorado e meus amigos fazem, apenas eles. Te deixo pra trás assim como você deixou, como eu disse, eu te perdoo e deixo tudo pra trás, inclusive você!
Luiz: Você vai fazer isso com seu próprio pai? Eu não tenho mais ninguém, Luana.- Confirmei com a cabeça.
Luana: Eu também não tinha, nem se quer uma instabilidade. E pessoas que nem me conheciam cuidaram de mim, garantiram um futuro pra mim, me colocaram em uma família, me entregaram uma sensação de amor que eu nunca senti.
Luiz: Suba pra pegar suas coisas e saia logo daqui.- Falou sem me olhar.
Confirmei com a cabeça e fui pegar meu celular enquanto subia as escadas, porém estava descarregado. Eu bufei indignada e entrei no meu quarto fechando a porta, procurei meu carregador antigo vendo no mesmo lugar e coloquei o celular na tomada.
Peguei minha mochila e corri pra minha gaveta, me sentei no chão junto com ela e fui pegando os paninhos, roupinhas de bebê e mil coisas de bebê que tinham ali, que haviam sido minhas.
E quando eu era criança jurei pra mim mesma que quando eu encontrasse o amor da minha vida e fosse ter um filho com essa pessoa, eu iria usar minhas roupinhas. Imensamente brega porém enche meu coração de amor.
Soltei até umas lágrimas vendo aquilo tudo e peguei algumas roupas minhas também, alguns ursos de pelúcias preferidos quando menor, coisas que eu gostava muito de ter.
Fui pra perto do meu celular quando terminei e vi o desespero de mensagens e ligações de todos do morro, liguei de volta pro Gaspar na hora e ele me atendeu em segundos.
"Gaspar: Aonde você tá? - Gritou.
Luana: Amor, eu vim na minha antiga casa pegar algumas coisas. Não sabia se você iria gostar ou me proibir, por isso vim com...
Gaspar: Não sai dali, Luana. Eu tô indo te buscar."
Ele desligou e eu encarei a tela do celular, cocei a cabeça sem entender e fui mandar mensagem pro Goiaba, "Amigo, se quiser ir embora pode ir, o Gaspar tá vindo me buscar desesperado."
Porém quando a mensagem não chegou eu estranhei porque quando estávamos vindo, seu celular não parava de chegar mensagem. Fui ligar e ele não me atendeu, tirei o celular da tomada com a mochila nas costas e fui abrir a porta do quarto, girei a maçaneta e estava trancada, bati na porta tentando abrir e percebi que estava trancada.
Luana: Luiz, abre essa merda.- Gritei chutando a porta.
Luiz: Parece que temos muito a resolver ainda.- Gritou lá de fora.
Merda! Gritei com ódio chutando a porta e senti minha barriga doer, parei encostando na parede e respirando fundo, me acalmei por causa do bebê, era meu primeiro mês, um estresse grande poderia facilmente me causar um aborto instantâneo, e isso era a última coisa que eu queria agora.
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Química Bandida
RomanceHistória do Coronel e Andressa. Ele sempre foi fechado, na dele, odiava tudo aquilo que tirava ele do seu conforto. Já ela, sempre amou ser atenção, sempre amou se sentir visualizada. Talvez opostos demais para ficarem juntos e indecisos demais pa...