Coronel
Passou dois dias depois de todo b.o e eu continuava na minha e tranquilo. Tinha resolvido umas paradas do morro e Goiaba infernizou minha mente pra gente descer pro bar e eu só concordei porque o Orelha ia chegar de viagem hoje e ele iria vim pra cá depois. Hoje era sexta, na terça ia geral lá pra casa da Fernanda porque no outro sábado era aniversário do Gaspar e ia comemorar geral lá.
Goiaba: Irmão, eu tô há três dias sem comer ninguém.- Falou batendo nas minhas costas.
Coronel: Pau tá subindo não? - Falei olhando pra seda e bolando meu verdinho em cima da mesa.
Goiaba: Jamais irmão, só tô sem vontade. Qual foi desse bagulho, acho que jogaram uma macumba maneira.- Eu neguei com a cabeça e os moleques acionaram o raidinho.
— Ou, chefe. A Andressa tá batendo numa mina aqui, é pra fazer o que? - Olhei pro Goiaba que riu e eu fiquei sem entender.
Coronel: Por qual motivo?
— A mina tava jogando gracinha pra cima dela, chamou até de vagabunda.
Coronel: Deixa ela bater então, daqui uns cinco minutos tu tira ela.- Desliguei a linha.
Goiaba: Andressinha bandida voltou! - Falou tomando a cerveja dele e eu voltei a fechando beck.- Já se resolveram?
Coronel: Não. Ela deve ter vindo buscar uns bagulhos dela que tão lá em casa.
Goiaba: Não tem volta? - Cruzou os braços.
Fiquei calado tirando o isqueiro do bolso e acendi o cigarro, a linha ativou novamente e os moleques falaram que a Andressa tava subindo. Continuei fumando até ver ela de cara feia pra todo mundo que olhava pra ela, ela veio na minha direção me encarando e eu desviei o olhar.
Andressa: Oi goiaba.- Sorriu pra ele e me olhou.- Podemos conversar?
Coronel: Agora não tô afim, pode ser depois.- Ela me encarou por uns minutos e concordou com a cabeça.
Andressa: Ta ótimo então.
Goiaba: Ei pô, tu tá por onde? - Chamou atenção dela e eu desviei o olhar.
Andressa: Vou tentar ir pra casa agora de noite.- Falou pegando o celular.
Goiaba: Pede pros menor te levar.- Ela riu.
Andressa: A não ser que você tenha um jatinho particular, não vai rolar! Eu vou tentar comprar um voo que tem pra hoje de madrugada. Mas agradeço a ajuda.
Goiaba: E tu já vai voltar? - Falou indignado e eu vi o Orelha descendo da moto sorrindo.
Andressa: Vou, o que tinha pra resolver aqui não quer ser resolvido.- Deu os ombros e o Orelha chegou atrás dela batendo na cabeça dela.
Ela olhou pra trás e sorriu abraçando ele, Goiaba levantou maior animadão e a Andressa me olhou mas virou o rosto levantando a cara e ia sair. Me levantei abraçando o Orelha de lado e puxei o braço da Andressa até um canto, me encostei na parede e ela me encarou.
Coronel: Fala aí o que tu quer!
Andressa: Não tô afim, pode ser depois.- Falou me encarando.
Coronel: Jae então. Aproveita que tá aqui e passa lá em casa pra pegar o resto dos teus bagulhos que ficaram.- Apontei e ia saindo.
Andressa: Terminamos? - Falou quando eu já tava de costas pra ela.
Coronel: Não?! Tu não vai meter o pé? - Andressa soltou uma risada falsa.
Andressa: Não vou ficar no Rio pra ficar em hotel sozinha, prefiro ir pra minha casa. Mas não se preocupa, eu vou buscar minhas coisas e sumo.
Coronel: Eu não te expulsei da minha casa, eu só queria um tempo sozinho.- Apontei.
Andressa: E eu dei, se você realmente não tivesse me expulsado poderia ter ligado depois do seu tempo, pelo menos me dando passe livre pra voltar.
Coronel: Não fui eu quem errei pra te correndo atrás! - Ela confirmou com a cabeça.
Andressa: Eu sei bem o que aconteceu, ainda não tô maluca da cabeça. Já pedi desculpa e peço novamente, falei coisas de maneira totalmente errada, esse é o ponto. Não sei o que você passou e foi chato ter me metido na sua vida.- Cruzou os braços.
Coronel: Jae.- Concordei com a cabeça respirando fundo e desviei o olhar.- Não precisa ir embora.
Andressa: Não estamos bem, tô olhando pra sua cara e consigo ver isso.- Apontou e eu continuei sem olhar pra ela.
Coronel: Tá suave, Andressa.- Olhei pra ela.- Fica.
Ela respirou fundo me olhando e me abraçou, demorei uns segundos pra abraçar ela e encaixei o rosto entre o ombro e o pescoço segurando a cintura dela.
Andressa: Desculpa.- Falou fazendo carinho na minha nuca.
Coronel: Não deveria ter jogado esse bagulho de filho nos teus peito assim também.- Falei baixo.
Andressa: Daqui alguns meses a gente pensa nisso.- Se afastou beijando minha bochecha.
Dei um beijo nela com mil neuroses batendo na mente e eu sempre tentando desviar, ela me soltou me abraçando de novo e a gente voltou pra mesa vendo o Goiaba contando altos bagulhos que tinham acontecido pro Orelha.
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Química Bandida
RomanceHistória do Coronel e Andressa. Ele sempre foi fechado, na dele, odiava tudo aquilo que tirava ele do seu conforto. Já ela, sempre amou ser atenção, sempre amou se sentir visualizada. Talvez opostos demais para ficarem juntos e indecisos demais pa...