Capítulo Quinze

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Connor Wessex:

Nem adianta negar nesse momento. Pedro Alves, com seu jeito único, mexe profundamente com meu coração. Desde que nos conhecemos, ele tem conquistado cada pedacinho de mim, lentamente, como quem constrói algo sólido e verdadeiro. E, por mais que eu tente resistir, é impossível não me sentir atraído por ele, mesmo com todas as suas particularidades.

Ao perceber que estávamos prestes a nos beijar, senti minhas pernas fraquejarem, como se o chão sob meus pés estivesse se dissolvendo. Quando ele mencionou que o beijo seria a melhor parte da noite, meu coração disparou. O calor do momento crescia, e a antecipação fazia cada célula do meu corpo vibrar.

Depois, com uma mistura de saudade e vontade de ficar, me despedi de todos na loja. Samuel me deu um abraço forte, seus pequenos braços rodeando minha cintura, e se afastou com uma expressão triste, quase formando um bico.

— Da próxima vez, saímos juntos com seu pai — prometi, vendo seus olhos brilharem de esperança. — Que tal irmos ao cinema? Será só nós três.

Ele sorriu e estendeu o mindinho, selando nossa promessa com um toque delicado e sincero. A proximidade da nossa conexão me comoveu. Agnes, ao fundo, sussurrou algo para Gisele, e ambas riram baixinho, provavelmente comentando sobre o nosso momento.

Inclinei-me e dei um beijo suave na testa de Samuel. Depois, me virei para Pedro, que me observava com um olhar intenso, difícil de decifrar. Houve um segundo de hesitação, mas, por fim, dei um beijo leve em sua bochecha. O calor de sua pele e o perfume discreto que ele usava fizeram meu coração bater ainda mais rápido.

Quando saímos da loja, Mariano, sempre direto, começou a conversar comigo sobre como era bom estar de volta à cidade depois de tanto tempo.

— Acho que não devia ter arrastado você para vir comigo agora. Dá para ver que queria ficar mais um pouco com seu maravilhoso Pedro — disse ele com um sorriso malicioso. — Eu vi a cena de vocês lá na loja, foi bem romântica. Meu amigo mudou muito desde que fui embora.

Ele bateu no meu ombro, e o toque fez com que eu desviasse o olhar por um instante. Mariano queria saber mais sobre minha relação com Pedro, sempre curioso.

— Não fizemos o que você está pensando — respondi, tentando soar firme, mas o sorriso brincalhão dele me desarmou. Sua sobrancelha se ergueu quase até se juntar aos cabelos. — Precisamos de, pelo menos, um encontro de verdade para conversar sobre isso.

— Certinho como sempre — Mariano riu. — Mas, pela cena, parecia que vocês já tinham feito isso várias vezes.

Dei-lhe um leve tapa no ombro, rindo também, mas minha mente vagava pelos momentos que passara com Pedro, tentando decifrar o que realmente estava acontecendo entre nós.

— Você está pegando no meu pé desde que voltou — brinquei, balançando a cabeça em descrença, enquanto ele dava de ombros, despreocupado. — Agora conta, por que voltou para a cidade? Sua mãe disse que você cortou relações quando se casou.

Mariano parou por um instante, seu olhar ficou distante, lembrando-se da história. Ele havia se casado com um homem chamado Barney Mosby, mesmo sabendo que corria o risco de ser rejeitado pela família.

— Fui um idiota — ele suspirou profundamente, e pude sentir a dor em suas palavras. — Achei que, depois de três anos, seria capaz de amolecer o coração de Barney. Mas quando ele me fez ajoelhar na frente da família para confessar erros que eu nunca cometi, percebi que ele nunca me amaria de verdade. A gota d'água foi quando o ex-namorado dele caiu na piscina ao meu lado, e Barney pulou para salvá-lo sem hesitar, enquanto eu, que não sabia nadar, tive que esperar o salva-vidas. Foi nesse momento que percebi que eu estava lutando por um amor que não existia.

Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora