Pedro Alves:
Quando voltamos para a cidade, após a nossa lua de mel, Connor praticamente mergulhou no trabalho assim que pisamos em casa. Claro, eu fiquei preocupado. Não conseguia parar de pensar que, a qualquer momento, algo poderia dar errado em uma das reuniões com os sócios, e ele acabaria sobrecarregado. Meu coração apertava só de imaginar.
Insisti que ele me prometesse que, se algo saísse do controle, ele mandaria uma mensagem imediatamente. Não queria que ele guardasse o estresse para si, como sempre faz. Para garantir, pedi a Zahra que também ficasse de olho nele. Conheço o Connor – ele é mestre em esconder o que sente quando está à beira de explodir.
Meu pai, que observava tudo de canto de olho, soltou uma risada suave e disse, com um tom divertido:
— Vejo que você já está voltando a ser o pai superprotetor.
Fiquei confuso por um instante. Ele sorriu.
— Quero dizer, você está agindo exatamente do mesmo jeito que agia quando Samuel estava para nascer.
Minha mãe, que ouvia a conversa com um sorriso no rosto, acrescentou, radiante:
— Ah, mas ele ficou assim com todos os nossos filhos! Sempre passava as noites ao lado de cada um, só para garantir que ninguém estava passando mal. Um verdadeiro sentinela da madrugada.Olhei para o meu pai, e pela primeira vez em muito tempo, vi ele ficar vermelho. Sim, o grande cavaleiro de batalhas lendárias, envergonhado.
— Eu... eu só estava sendo um pai cuidadoso — ele disse, meio sem jeito, lançando um olhar na minha direção como se estivesse buscando apoio. — Sabe, os livros de cuidados com bebês que a gente leu falavam sobre tantas coisas que poderiam dar errado.
Minha mãe, sempre com sua habilidade de desarmar qualquer resistência, riu baixinho e disse:
— Como é que eu acabei com um marido que, além de ser um cavaleiro incrível, é essa fofura de preocupação? Quanta teimosia para achar que vai parecer fraco só por mostrar esse lado adorável dele.
Eu ria internamente. Não tinha preço ver o meu pai, que sempre fora tão rígido e sério, ser descrito como "fofo". Era um lado dele que eu nunca teria imaginado antes de crescer, mas agora, olhando para o jeito como ele age com Samuel, tudo faz sentido.
A conversa eventualmente voltou para a realidade mais urgente, com minha mãe perguntando, séria:
— Falando nisso, não houve mais notícias sobre Lilly, certo? Nada como os últimos dias? Ainda acho que ela está longe de completar o que planeja.
Suspirei. A tensão voltou. Lilly tinha conseguido informações sobre alguns dos nossos agentes e já tinha agido contra nós. Mesmo assim, sua verdadeira intenção ainda parecia um mistério.
— Ainda estamos tentando encontrá-la — falei, tentando soar mais confiante do que me sentia. — Mas ela é boa em desaparecer quando precisa. Não será fácil.
Minha mãe, com um ar mais leve, decidiu mudar de assunto.
— E como estão os preparativos para o quarto da Kara? Connor me disse que está tudo perfeito, mas você também precisa dar sua opinião, não acha?Sorri, sentindo o calor familiar de ter minha mãe tão envolvida em tudo
.
— Mãe, confia em mim, seu gosto é impecável. E o Connor também tem um ótimo senso de estilo. O quarto vai ficar perfeito para a bebê, tenho certeza de que está em ótimas mãos.Ela sorriu para mim, aquele sorriso que só mães sabem dar, o tipo que diz "eu sabia que você ia dizer isso". E, por um breve momento, com a ameaça de Lilly e todas as preocupações à espreita, senti uma leveza. Aquele instante, em meio à nossa família, me lembrou que, apesar de tudo, tínhamos amor e cuidado de sobra para lidar com qualquer desafio que viesse pela frente.
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Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família Alves
RomanceConnor Wessex em um certo dia, depois de sair para resolver alguns assuntos da empresa do seu pai, conhece um garoto adorável e o salvou. Foi assim que se viu entrando na vida da família e construindo um relação de amizade com o pai do garoto e lent...