Capítulo Vinte e Sete

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Connor Wessex:

Passar a noite na casa do Pedro foi mais divertido do que eu esperava. Especialmente quando consegui convencê-lo a usar um pijama combinando com o meu e o do Samuel. Claro que não podia deixar passar a oportunidade de tirar uma foto nossa, todos vestidos como uma adorável família de tigres. E, claro, no meio de nós estava o senhor Bigodes, o bichano de Samuel, que parecia bastante à vontade com a situação. Olhando para aquela cena, não pude evitar rir baixinho – parecia algo saído de uma daquelas fotos perfeitas de catálogo de loja de pijamas, exceto pela expressão ligeiramente desconfortável do Pedro.

É claro que eu tive que prometer solenemente que nunca mostraria aquela foto para Vicenzo. Pedro foi bem claro sobre isso. Mas, sinceramente? Seria uma boa moeda de troca para tirar sarro dele no futuro, uma daquelas que guardo na manga para momentos estratégicos. Só de imaginar o rosto do Pedro quando o assunto surgisse, já sinto meu sorriso se alargando.

Depois das risadas e da sessão de fotos improvisada, fizemos uma refeição simples com o que havia na cozinha. Não era nenhum banquete, mas, considerando a situação – três tigres famintos –, foi o suficiente. Samuel estava de castigo por algum motivo que eu nem me dei ao trabalho de perguntar, então aproveitamos a noite criando jogos e desenhos. Cada risada dele era uma pequena vitória, e ver o Pedro se soltar, mesmo que só um pouco, fazia tudo valer a pena.

Mas a melhor parte, sem dúvida, foi a hora de dormir. Samuel, com seu jeito encantador e absolutamente irresistível, bateu ao lado de Pedro na cama, indicando claramente que ele queria que eu ficasse entre os dois. E lá estávamos nós, como uma verdadeira cena de filme, aqueles romances em que a família inteira se reúne para dormir junta. Não pude evitar o pensamento: "É assim que seria...?"

O calor da presença deles, a respiração tranquila de Samuel enquanto ele se ajeitava ao meu lado e o olhar carinhoso de Pedro, mesmo que um pouco exausto, me fizeram perceber o quão genuíno e acolhedor aquele momento era. Foi impossível não sentir o coração aquecer, como se por um instante o mundo lá fora deixasse de existir e estivéssemos apenas nós três, naquela bolha de conforto e afeto.

Eu olhei para Pedro, tentando disfarçar o sorriso que teimava em se formar nos meus lábios. Ele sabia o que eu estava pensando, é claro. Com um suspiro, ele sussurrou baixinho:

"Nem pense em mostrar aquela foto pra ninguém."

Eu ri, acenando com a cabeça em concordância. "Fica tranquilo, essa é só para minha coleção privada de momentos ridiculamente fofos."

E assim, com Samuel dormindo profundamente e Pedro finalmente relaxando ao meu lado, me dei conta de que aquela noite não poderia ter sido mais perfeita.

Na manhã seguinte, o clima estava leve e alegre enquanto comíamos. Samuel, como sempre, estava cheio de energia, fazendo piadinhas e rindo de tudo, o que tornou o café da manhã ainda mais animado. Pedro, por outro lado, estava tranquilo, mas com aquele sorriso preguiçoso no rosto, observando Samuel e eu com um olhar quase carinhoso.

Quando percebi que já estava na hora de ir, me levantei, ainda com um leve pesar. O ambiente era tão acolhedor que sair parecia um pequeno sacrifício.

— Sinto muito, mas o escritório está uma bagunça, e eu realmente preciso ir — disse, pegando minhas chaves e enchendo minha garrafa com um pouco do café que trouxe há alguns dias. — Vou para casa depois do trabalho. Preciso começar a me mexer.

Samuel, sempre fofo, correu até mim com seu sorriso contagiante e me deu um beijo na bochecha.

— Até depois! Tenha um bom dia! — ele disse, acenando animadamente.

Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora