Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família Alves

Capítulo Catorze

Pedro Alves:

Não sei por que pensei que minhas férias me livrariam do estresse da espionagem e, principalmente, da confusão que Vicenzo sempre trazia para a minha cabeça. Como eu estava enganado. Assim que estava no meio do café da manhã, tentando relaxar, meus pais, acompanhados de Agnes, invadiram a casa como uma tempestade, seguidos por Vicenzo, que caminhava com dificuldade, claramente ainda sentindo os efeitos do castigo que minha mãe lhe aplicara. A visão dele mancando me arrancou um sorriso interno.

— Não posso nem tomar café em paz sem ser incomodado! — resmunguei, pegando alguns papéis da mão do meu pai. — Eli Durant foi visto perto da cidade? Ele está planejando alguma coisa?

— Melhor ficar de olho nos seus próximos passos. Nada de vacilar sem seus equipamentos ou negligenciar a proteção — meu pai advertiu com a seriedade que lhe era típica. — Pelo que conseguimos descobrir, parece que houve rumores de que Dru White e Han Moore foram vistos juntos em Los Angeles, mas por enquanto não passa de especulação. Vou verificar para ver se tem algo de concreto nisso.

— Esses dois não são grande coisa pra mim — murmurei, tomando um gole do meu café. — O que fizeram para serem presos, mesmo? Já me esqueci.

— Dru se envolveu em desvio de dinheiro de várias empresas. Já Han... ele foi apenas um idiota que não conseguiu completar seu plano, porque o vazamento estragou tudo. — Meu pai riu baixinho, e Vicenzo fez o mesmo. — Se bem me lembro, sua mãe apelidou o caso de "o caso do palhaço."

— Ela sempre sabe como dar nomes criativos para as missões — comentei, divertido, enquanto a porta do escritório se abriu de repente, revelando minha mãe, agitando seu vestido florido.

Antes que eu pudesse perguntar o que havia acontecido, ela entrou no escritório com Agnes logo atrás, exibindo um sorriso triunfante, e Samuel, com uma expressão culpada, fechava a comitiva.

— Como você não tem nada de decente para usar no seu encontro? Só ternos! — minha mãe reclamou, aproximando-se com passos firmes. — Pode se levantar agora mesmo, vou te levar para fazer compras.

Eu resmunguei, tentando protestar, mas minhas tentativas foram ignoradas. Fui praticamente arrastado para fora de casa, com Samuel ainda cabisbaixo por não ter conseguido enganar as avós. Olhei para ele e baguncei seus cabelos de leve, tentando animá-lo.

— Não se preocupa com isso — falei, enquanto ele erguia os olhos. — É difícil demais enganar essas duas quando estão juntas.

— Esse feito nunca vai ser possível — disse Agnes, soltando uma risada que ecoou pelo corredor.

Entramos no carro, minha mãe ao volante, e eu aproveitei o tempo para fazer uma rápida pesquisa sobre o melhor amigo do Connor e o novo agente que estava ao lado dele. O sistema da agência Alves, como sempre, mostrou-se eficiente. Eles eram rápidos e precisos, localizando tudo o que eu precisava saber.

Um dos detalhes mais intrigantes era sobre Nicolas Wright, uma estrela em ascensão na cidade, que havia tentado machucar George Taylor, um nome quase irrelevante na indústria do entretenimento. As informações não traziam nenhum detalhe explícito sobre a relação deles, e nenhum dos agentes da agência ousaria comentar publicamente, mesmo se fossem pressionados.

Observei, em silêncio, as informações fluírem na tela do meu celular. George, aparentemente, havia sido expulso da família Wright após um acidente misterioso, três anos atrás, e desde então havia se juntado à Starlight. Mesmo com todas essas informações, havia uma névoa de mistério envolvendo sua história.

Quanto a Oleg William, ele se mostrou ser um caso mais complexo. Suas informações estavam muito bem protegidas, mas depois de cavar um pouco mais, consegui o que precisava. Oleg era o segundo filho de uma família de cinco pessoas, e, pelo visto, havia se apaixonado por George na primeira vez que o viu atuar. Era fácil perceber que ele via essa como uma oportunidade de ouro para se aproximar de seu ídolo, e a história, por mais obscura que fosse, parecia estar longe de terminar.