Pedro Alves:
Quando estávamos nos aproximando do local do evento, percebi que Connor dava uma última conferida em si mesmo, ajustando a roupa impecável que Alice havia escolhido. Mesmo que eu nunca admita em voz alta, ela havia feito um trabalho incrível. A escolha do traje e a maquiagem suave destacaram o melhor dele, realçando ainda mais sua presença marcante.
Estacionei o carro em frente ao hotel e me virei para encará-lo. Ele estava nervoso, e isso me fez sorrir por dentro. Com o braço apoiado nas costas do banco, ele me olhou com uma expressão de expectativa.
— E então, como estou? — Connor perguntou, sua voz carregada de uma leve hesitação, como se realmente precisasse da minha aprovação.
Eu o observei por um momento, apreciando cada detalhe da sua aparência, mas, fiel ao meu estilo, mantive minha expressão neutra.
— Nada mal — respondi, de forma simples.
Connor sorriu timidamente, mas eu podia ver que meu comentário havia atingido o ponto certo. Talvez ele soubesse o peso que aquele elogio carregava vindo de alguém como eu, que raramente verbaliza emoções. E, para ser sincero, ele estava muito mais que "nada mal". Ele estava deslumbrante, e a confiança que Alice havia ajudado a construir em sua aparência agora transbordava dele.
De repente, sem aviso, Connor se inclinou e me envolveu em um abraço apertado, o tipo de abraço que transmitia uma mistura de agradecimento e afeto.
— Pedro, me desculpa por não ter respondido antes sobre sair com você e Samuel... — ele começou, a voz mais suave do que o normal. — Mas eu adoraria passar esse tempo com vocês.
Antes que eu pudesse responder, ele se aproximou e, com delicadeza, selou seus lábios nos meus. Foi um beijo rápido, mas cheio de sentimento. Eu, por impulso, o puxei para mais perto, aprofundando o beijo, como se quisesse prolongar aquele momento um pouco mais.
Mas a realidade logo nos puxou de volta, e relutantemente, o soltei. Connor precisava ir, o evento o aguardava. Ele me deu um último sorriso antes de sair do carro e caminhar em direção ao hotel. Eu o observei se afastar, meu coração batendo mais rápido do que eu esperava. Havia algo no jeito que ele olhou para mim, no beijo que compartilhamos, que fez meu peito se aquecer de uma maneira que eu não sentia há muito tempo.
Assistir Connor caminhar para longe foi um momento cheio de um calor suave que me envolveu completamente. Após lutar sozinho por tanto tempo, essa foi a segunda vez que senti algo tão profundo e reconfortante, desde o nascimento de Samuel.
Suspirei, observando a entrada do hotel por mais alguns segundos antes de ligar o carro novamente e dirigir de volta para casa.
Quando cheguei em casa, encontrei Samuel brincando com o gatinho de estimação, enquanto Alice, como sempre, estava entretida no celular. A cena era tranquila, e o som suave das risadas de Samuel ecoava pela sala, criando um ambiente de paz que eu sempre valorizava ao voltar para casa.
— Que milagre os outros não estão com você — comentei, jogando-me no sofá ao lado dela.
Alice olhou para mim, com um sorriso relaxado, e colocou o celular de lado. — Eles sabem que sou perfeitamente capaz de ser a babá oficial do meu adorável sobrinho e do bichinho dele. Além disso, estou aproveitando para ficar um pouco mais tranquila.
Eu soltei uma risada curta. — Você diz isso, mas parece estar bem à vontade com seu "trabalho" por aqui — provoquei. — Mas, vai lá, me diz de uma vez: o que foi que o Caio fez desta vez para te irritar?
Alice suspirou profundamente, soltando toda a frustração de uma vez. — Eu simplesmente não suporto como ele tenta se sentir superior em cada missão que fazemos. E quando ele não segue meus planos, ou qualquer plano que seja, age como um completo palhaço. — Ela cruzou os braços, como se revivesse o aborrecimento. — Seria pedir demais o Vincenzo substituir o Caio por um tempo? Você comanda a agência, poderia fazer essa transferência acontecer.
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Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família Alves
RomantikConnor Wessex em um certo dia, depois de sair para resolver alguns assuntos da empresa do seu pai, conhece um garoto adorável e o salvou. Foi assim que se viu entrando na vida da família e construindo um relação de amizade com o pai do garoto e lent...