Capítulo Cinquenta e Dois(Final)

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Pedro Alves:

O verão chegou, trazendo com ele a alegria que esperávamos há meses. As tão aguardadas princesinhas finalmente nasceram, enchendo nossas vidas de luz e sorrisos. Kara e Stella vieram ao mundo com a energia e a beleza que nos faziam acreditar que o futuro seria repleto de momentos inesquecíveis. E, claro, com isso veio a grande pergunta que rondava nossas cabeças desde o início: quem seriam os padrinhos dessas meninas tão especiais?

No começo, Connor parecia ter perdido toda esperança de encontrar alguém adequado. Tanto ele quanto seu irmão haviam hesitado, adiando a decisão. Mas naquele dia, ele me olhou com aqueles olhos brilhando de ternura e carinho, e eu soube que algo tinha mudado.

— Acho que já sei quem será o padrinho da nossa filha! — Ele disse, um sorriso suave se espalhando em seu rosto.

Fiquei intrigado, mas antes que pudesse perguntar mais, Connor continuou.

— Será o Luiz. Estávamos conversando sobre isso, e como as meninas nasceram quase ao mesmo tempo, faz sentido. Ele vai ser um padrinho incrível para as duas. — E antes que eu pudesse reagir, ele se aproximou, me dando um beijo suave nos lábios.

Soltei uma risada, o calor do momento me atingindo. Nosso amor, construído ao longo de tantos desafios, parecia mais forte do que nunca. No início, me esforcei tanto para me aproximar dele, sem saber que Connor já havia se apaixonado por mim muito antes de eu sequer perceber. O destino nos uniu de uma maneira que eu nunca poderia ter previsto, e cada dia com ele parecia um sonho.

— Ganhamos tanto, não é? — Eu sussurrei, olhando para ele com gratidão. — Seu amor, seus beijos, nossos momentos... E agora, nossas filhas. O que mais eu poderia querer? Você faz da minha vida um sonho perfeito.

Connor sorriu, seus olhos cheios de emoção, e naquele instante eu soube que, por mais difíceis que fossem os desafios que enfrentamos, tínhamos tudo o que precisávamos para superá-los: um ao outro.

Nossas meninas já estavam cercadas por amor. Kara, sempre cheia de energia e curiosidade, estava crescendo rápido, assim como Stella. Toda a família estava de bom humor, e Connor não conseguia esconder o quanto estava encantado com suas filhas. Ele passava horas segurando Kara, admirando cada pequeno movimento que ela fazia, como se o tempo parasse ao redor deles.

Samuel, agora com quase onze anos, também estava se ajustando à nova dinâmica da casa. Ele tinha crescido um pouco, mas ainda era baixinho em comparação aos adultos. Todos os dias, ele fazia questão de se deitar ao lado do berço de Kara, cutucando delicadamente a mãozinha dela com a ponta dos dedos, rindo sempre que ela reagia.

— Kara é engraçada — ele comentou um dia, enquanto observava a irmã. — Ela não fala muito, mas é como se ela estivesse prestando atenção em tudo ao mesmo tempo. Acho que ela é muito atenta!

E ele estava certo. Desde cedo, Kara demonstrava uma personalidade observadora. Havia algo nos olhos dela, uma curiosidade silenciosa, como se estivesse sempre absorvendo o mundo ao seu redor. No entanto, houve momentos em que nos preocupamos. Kara era mais quieta do que esperávamos, e, às vezes, parecia um pouco distante, o que fazia com que alguns familiares ficassem nervosos.

Agnes e Elio, meus pais, ficaram especialmente apreensivos. Eles temiam que Kara estivesse seguindo meus passos e se tornasse uma versão miniatura de mim, com a reputação que tinha de ser "uma estátua de gelo" quando era criança. Eles se esforçavam diariamente para fazê-la rir, tentando espantar qualquer traço de seriedade prematura.

Mas, à medida que os anos passaram, ficou claro que Kara era muito mais do que uma versão minha. Aos três anos, sua personalidade já começava a brilhar. Ela não era fria ou distante, mas sim atenta e justa, sempre observando antes de agir. As preocupações desapareceram, e o que restou foi o reconhecimento de que nossa pequena Kara era especial à sua própria maneira.

Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora