Capítulo Vinte e Quatro

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Connor Wessex:

Pedro estava a poucos metros de mim, encostado de forma despreocupada numa viga da empresa, e as pessoas que passavam lançavam olhares de admiração e desejo na direção dele. Ele tinha essa presença, esse magnetismo que era impossível ignorar. Seu olhar se fixou em mim, e meu coração disparou de leve.

— Quem é aquele? — Beth perguntou, a curiosidade cintilando em seus olhos. — Como ele é gato!

Antes que eu pudesse responder, Cody se meteu.

— Ei, eu também sou bem gatinho, tá? — ele disse, com um sorriso brincalhão.

Zahra soltou uma risada curta, lançando um olhar divertido para Cody.

— Ah, amigo, vamos discutir essa sua frase mais tarde — ela provocou, estalando a língua com um ar de falsa seriedade.

Pedro finalmente me localizou no meio do grupo e acenou, decidido a vir na minha direção. O ar entre nós parecia eletrizar-se, e eu podia sentir Beth quase vibrando ao meu lado.

— Connor, você conhece um gato desses e não conta pra gente? — Beth exclamou, chocada e, ao mesmo tempo, claramente impressionada.

— Ele é o cara com quem estou saindo — respondi, tentando parecer casual, mas o sorriso que escapou não me deixou enganar ninguém.

— Sério? — Zahra me olhou de soslaio. — Tem certeza que quer vê-lo agora? — Ela perguntou, com uma expressão que misturava preocupação e apoio.

Assenti, firme. Mesmo com o nervosismo que corria por mim, eu sabia que queria vê-lo. Mais do que qualquer coisa.

— Tenha cuidado — Zahra disse, o tom mais suave. — Mas, se precisar, pode dizer para ele que estou de olho. E que, se ele te machucar, a Beth e eu vamos lidar com isso. Cody... bem, ele será nosso apoio moral. — Ela piscou para mim com um sorriso.

— Ok, vou cuidar de avisar isso pra ele — falei, rindo.

— Sim, faça isso — Beth falou, determinada. — Ninguém magoa um dos nossos.

Caminhei na direção de Pedro, sentindo os olhares das pessoas acompanhando cada passo meu. A pressão era real, mas minha ansiedade parecia se dissipar a cada passo mais perto dele. Quando estava prestes a cumprimentá-lo, tropecei nos meus próprios pés e fui direto ao chão, batendo o joelho. Ótimo momento para ser desastrado.

— Ah, você está bem? — Pedro perguntou, se aproximando com um salto rápido, a preocupação evidente no rosto.

Levantei-me rapidamente, tentando esconder a vergonha enquanto limpava as calças.

— Sim, sem nenhum machucado sério — falei, tentando parecer casual, mas minha mente estava em caos, como sempre ficava perto dele.

Pedro me observou por um momento, seus olhos escuros escaneando meu rosto com cuidado.

— Você realmente não parece estar em seu melhor estado — ele comentou, a voz suave, mas direta.

Suspirei, tentando organizar meus pensamentos. Ele sempre conseguia me desarmar com tão pouco.

— Não precisa se preocupar — eu disse, com um sorriso fraco. — Mas por que veio até aqui?

— Bom, já que você disse que está tudo bem... — Ele hesitou, me estudando com aquela intensidade típica. — Podemos conversar por um instante?

Assenti, e começamos a caminhar devagar pela rua, em silêncio, mas não o tipo de silêncio desconfortável. Era aquele tipo de silêncio que só existe quando há uma conexão entre duas pessoas, onde as palavras não são tão necessárias. Estávamos sincronizados, mesmo que eu ainda estivesse me sentindo um pouco fora do eixo.

Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora