Pedro Alves:
Desliguei o telefone e, por um instante, fiquei olhando para o corpo caído de Vincenzo no chão. Soltei um suspiro, preferindo ignorar a situação. Afinal, havia coisas mais urgentes a resolver. Caminhei até onde estavam as mulheres da minha família, junto de Samuel, que parecia determinado a negociar mais alguns minutinhos para adiar sua hora de dormir.
— Cadê o seu irmão? — Minha mãe perguntou, sem desviar o olhar da agitação familiar ao redor.
— Está dormindo no chão da sala — respondi com naturalidade. Ela, no entanto, balançou a cabeça, reprovando.
— De novo, Pedro? Já te disse para parar com isso. — Ela falou em tom de reprovação, sacudindo a cabeça. — Não foi assim que te criei. Que tipo de exemplo você acha que está dando ao Samuel, fazendo isso com o seu irmão?
Antes que eu pudesse responder, Alice, sempre animada, bateu palmas de um jeito exagerado.
— Que ele não leve desaforo para casa, nem da própria família! — ela disparou, claramente se divertindo com a situação.
— Alice, isso não resolve nada — minha mãe retrucou, ainda com o ar sério.
— Resolve sim! Para o Vincenzo e o Caio, vai resolver muitos dos problemas que eles causam — Alice respondeu, e Agnes, do outro lado, soltou uma risada, balançando a cabeça.
— Vocês estão decididas a discordar sobre como lidar com folgados, hein? — Agnes falou, lançando um olhar desafiador enquanto as duas começavam uma discussão que prometia durar.
Enquanto isso, Samuel se aproximou de mim com aquele jeitinho persuasivo que só ele tinha, estendendo a mão para mim.
— Quero falar com o tio Connor, a gente nem passou meu número pra ele ainda — disse, tentando parecer muito sério para a idade.
Sorri, mas balancei a cabeça. — Já está tarde, Samuel. O Connor está cansado depois de tanto trabalhar. Amanhã vocês conversam, ok?
Samuel fez um bico, daqueles que me fazia querer rir. Ele olhou discretamente para a minha mãe, que estava por perto, como se estivesse tramando algo. Seus olhos brilhavam como os de um bichinho fofo que sabia exatamente como conseguir o que queria.
— Por favor, papai — ele pediu, fazendo aqueles olhinhos pidões que me derretiam sempre, mas eu sabia que tinha que ser firme. Balancei a cabeça de novo.
— Samuel, hoje não. Amanhã você fala com o Connor. — Cruzei os braços, tentando parecer sério. — Nem adianta insistir.
Ele inflou as bochechas, claramente contrariado, pegou seu gato de estimação e começou a se afastar emburrado. Foi engraçado demais para deixá-lo escapar assim. Fui atrás dele, pegando-o no colo de surpresa.
— Acha que vai fugir tão fácil? — brinquei, fazendo cócegas na barriga dele. Ele explodiu em risadas, tentando se contorcer para se livrar.
— Para, pai! — ele gritava entre gargalhadas, se dobrando todo. — Não estou bravo!
Quando parei, segurei-o firme contra mim, sentindo o calor dele se aconchegar no meu peito. Era incrível como aquele pequeno momento me trouxe de volta à primeira vez que o segurei nos meus braços, logo que nasceu. Naquele instante, meu mundo mudou. A alegria tomou conta de mim de um jeito que palavras não descrevem. Era um tipo de felicidade que eu nunca tinha experimentado antes. Saber que eu seria responsável por ele, que ele contaria comigo para tudo... Meu coração quase explodiu de amor.
Samuel sempre me faz sentir algo indescritível. Eu olho para ele agora, tão crescido, tentando ser independente, e é como se o tempo tivesse passado num piscar de olhos. Não faz tanto tempo que ele estava tentando dizer as primeiras palavras, e agora, aqui está ele, querendo agir como um mini-adulto na minha frente. E o pior? Ele consegue ser ainda mais adorável a cada dia.
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Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família Alves
DragosteConnor Wessex em um certo dia, depois de sair para resolver alguns assuntos da empresa do seu pai, conhece um garoto adorável e o salvou. Foi assim que se viu entrando na vida da família e construindo um relação de amizade com o pai do garoto e lent...