Capítulo Um

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Pedro Alves:

Flores frescas perfumavam o ar, enquanto o vinho fino era servido em taças cintilantes. As luzes deslumbrantes refletiam o brilho de cada detalhe cuidadosamente elaborado, e a sinfonia suave que preenchia o ambiente parecia dançar no ar. A atmosfera era pura elegância, uma celebração do luxo e do prestígio. Eu não deveria estar aqui, mas entrei sem chamar atenção, disfarçado no meio de figurões e damas elegantes.

Os garçons, impecavelmente treinados, deslizavam pela multidão com a graça de quem havia feito isso a vida inteira. As bandejas estavam sempre cheias de copos de vinho, que mal se esvaziavam antes de serem substituídos por outros, ainda mais refinados. As filhas das famílias nobres, com seus vestidos de noite deslumbrantes e joias que reluziam sob as luzes, desfilavam com sorrisos perfeitos. Suas conversas discretas, repletas de fofocas, flutuavam pelo salão, como notas de uma melodia silenciosa.

Eu me virei discretamente na direção delas, mantendo meu disfarce intacto. Meu olhar seguiu uma jovem ricamente vestida que comentava em um tom de voz que sugeria um orgulho sutil, mas evidente.

— Ouvi dizer que a família Dryns gastou uma fortuna nesta festa — disse ela, seu dedo delgado apontando para as rosas-brancas dispostas no jardim do lado de fora.

As outras filhas, sempre ávidas por uma boa fofoca, se aproximaram.

— Ah, sem dúvida! As 999 rosas-brancas foram todas trazidas da França, pelo céu noturno — comentou outra, com um ar de satisfação, como se o simples fato de saber disso a tornasse especial.

Uma terceira, segurando delicadamente um copo de vinho tinto, girou o líquido dentro da taça, observando-o com a atenção de uma conhecedora.

— E este vinho? Apenas o melhor é servido aqui. De primeira qualidade, sem dúvidas.

A filha da família Ravenxs, não querendo ficar de fora, comentou com entusiasmo:

— E ouvi dizer que todos os hotéis, restaurantes e até mesmo os shoppings da família Dryns estão com 20% de desconto hoje!

Mais alguém se juntou à conversa, confirmando:

— Sim, sim! Eu acabei de vir da joalheria...

Enquanto suas vozes ecoavam pelo salão, me afastei lentamente. Sabia que dali não sairia nada que valesse meu tempo. Precisava focar no objetivo.

Longe da multidão agitada, o riso delicado de uma mulher ecoou de uma sala cuidadosamente decorada, chamando minha atenção. A missão estava se desenrolando ali.

— Não me faça rir, Damon. Eu já estou pronta. Agora vá e traga alguns clientes para mim. Vou te ligar quando for o momento certo — a voz suave e sedutora de uma mulher soou através da porta entreaberta. Sabia que ela estava flertando com meu irmão, Damon, enquanto o provocava com suas palavras, uma leve tensão tingindo suas frases.

— Claro, minha linda, já estou indo. Espere por mim — respondeu Vicenzo, com seu charme natural. Ele sempre foi o galanteador do time, e sabia exatamente como jogar o jogo.

Bati na porta com força, forçando uma pausa no diálogo.

— Senhorita, estão te esperando! — anunciei, meu tom impaciente.

Do outro lado, ela suspirou, evidentemente contrariada.

— Essas pessoas realmente não sabem o que é bom... Nem sequer me deixam aproveitar a noite! — disse ela com um toque de drama. — Já estou saindo.

A porta se abriu, revelando uma mulher em um vestido luxuoso vermelho e dourado, que ondulava ao redor de sua figura esguia. Embora impecável na frente, pude notar um pequeno amassado na parte de trás, como se tivesse sido descuidada em algum momento. Seus cabelos ondulados, caindo até a cintura, reluziam sob a luz, e sua pele pálida brilhava como porcelana. Cada movimento seu exalava poder e graça; ela sabia que dominava aquela festa e todos ali jogavam sob suas regras.

Espião Amoroso (MPreg) | Livro 1 - Família AlvesOnde histórias criam vida. Descubra agora