𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO

10. Azul esverdeado do passado

{Estelar}

Depois de usar meu poder de controle mental em Harry, logo ele ficou decidido a se declarar ou tentar algo amanhã, mas como Alina teve um pesadelo, isso acabou se adiantando mais do que o esperado e quando passei a ouvir os gemidos, tratei de sair de lá para não ficar com inveja e me lembrar do quanto sou sozinha, por opção própria.

A cada dia que se passa, os homens, vampiros e qualquer outro ser, estão cada vez mais deprimentes e mesmo tendo a aparência de 18, já tenho 40 anos de existência e esses anos foram muito corridos para mim, que sempre fujo das regras e acabo vivendo da forma que quero.

Também odeio esse ar de superioridade da minha família, eles se acham donos do mundo, mas não sabem criar os próprios filhos. Pelo que andei observando, os humanos se assemelham, será que é um mau universal?

Saindo de meus pensamentos reflexivos, vagava em busca de algo para me distrair, e acabei por ouvir vozes masculinas. "Por que não me distrair atormentando esses pobres homens?".

Através de galhos tortuosos, pude observar um rapaz alto, de cabelos castanhos e olhos verdes como uma floresta. Ele estava andando de um lado para o outro ouvindo o seu colega atirar palavras ofensivas, esse era mais baixo e tinha cabelos castanhos e olhos bem azuis, mas parecia ser um pouco mais velho e também bastante indignado.

Eles tinham vestimentas comuns como botas pretas, calças da mesma cor e blusas de manga cumprida branca e o principal, capas pretas.

Parei de observar e comecei a dar ouvidos à conversa:

"Eu ainda não creio que tenha perdido a bússola!" - disse o mais baixo.

"Já te disse mil vezes que não foi por querer." - Falava o mais novo com a voz embargada.

"E agora?" - O homem estava quase a pular no amigo de raiva. -" Como vamos localizá-la, e o pior, como explicaremos que perdemos a bússola por um descuido seu?"

Eles estavam com um problema e precisavam de uma solução, não demorou muito para me vir a ideia de ajudá-los e também descobrir os seus planos.

"Você ouviu isso?" - O rapaz triste perguntou já temeroso para o seu colega, no instante em que começam a prestar atenção aos barulhos estranhos vindos da floresta.

"Pegue sua espada! Em posição!" - Os dois ficam com as costas coladas, enquanto apontavam as espadas para lados opostos.

Risadas, barulhos de animais e galhos se quebrando. O rapaz indignado apenas sentiu um vento gelado em suas costas e, quando virou-se, seu amigo já não se encontrava ao seu lado. O medo lhe subiu a espinha e agora gritava por ele, já desesperado.

- Me solta! Quem é você?? - Soltei o garoto no chão e ele se arrastava rapidamente tateando o chão, à procura de sua espada, que deixei jogada no lugar onde o raptei.

- Sou a sua salvação. - Joguei o cabelo para lado enquanto me fitava de sobrancelhas franzidas.

- Q-Quê? Você é um demônio? - O terror ultrapassou seu rosto e olhava trépido pros lados, pensando em uma forma de fugir.