𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO

22. Culpas e segredos

{Estelar}

O sentimento de culpa é como um luto amargo, o corpo de meu irmão foi levado para o castelo e posto num altar, enquanto o meu pai acariciava uma mecha do cabelo de seu primogênito, não conseguia ver expressão alguma além de uma tristeza profunda em seus olhos vermelhos. Todos estavam calados e sombrios como sempre, mas dessa vez era diferente, a minha mente me castigava ao lembrar do corpo dele em meus braços e o pensamento de que eu podia ter evitado tudo isso, era o que me matava lentamente.

Passei todo esse tempo fora em busca de uma cura ou um feitiço para ele voltar, até conseguir através da ajuda de um mago muito antigo, mas infelizmente cheguei tarde demais...

Não queria ter trato a Alina mal, mas foi preciso para saber se ela realmente era uma bruxa e agora sei que é, e que também tende a ser bastante forte.

O coral cantava uma música de família, enquanto todo o exército estava do lado de fora do Reino esperando um pronunciamento de meu pai. Vejo uma grande fumaça negra cobrir o corpo despido de Harry e o levitar, estavam o levando para uma sala no alto da torre, o seu corpo não irá se decompor e permanecerá em descanso pela eternidade.

Quando chegamos do lado de fora, todos os vampiros e criaturas sombrias haviam saído de suas tocas para saber o que tinha acontecido e o rei Kardan começou a se pronunciar.

- O príncipe Harry santtevares, foi morto pelo primogênito de Odo falk.

Explicou e os cochichos e frases indignadas soavam, mas meu pai pediu silêncio, sendo ouvido.

- Devemos vingar o nosso príncipe! - Exclamou Alantis, o comandante.

- Temos que pensar antes de agir, o meu filho será vingado, mas não iremos sacrificar o nosso povo. - Respondeu o rei em sensatez.

Claro que eu não apoiava guerras e faria o possível para evitar, mas pelo menos meu pai não era louco de sair matando todos pela frente, pois sabia onde estava se metendo, só espero que Zayn também saiba...

{ Zayn }

Após ter matado o Santtevares, corri o mais longe possível do local, e tinha noção de que tinha feito algo terrível e que colocaria a vida do meu povo em risco novamente, porém não consegui me controlar naquele momento.

Parei de correr e comecei a chorar igual a uma criança, havia deixado Alina sozinha naquela cena, eu deveria protegê-la, mas se me pegassem iriam demonstrar minha cabeça como um troféu e isso seria o estopim de uma tragédia ainda maior.

Mesmo assim, não poderia ter sido tão. "covarde".
"Por que eu faço besteira?"
"Meu irmão tinha razão, eu não mereço tudo que tenho."
"Eu não sei dar valor a nada de bom na minha vida!"
"Porque meu peito dói tanto?".

Agarrei a terra do chão com força e me arrastei como se minha vida estivesse me abandonando, soluçei enquanto abraçava uma árvore.

Eu estava mais perdido do que sempre fui em toda à minha vida.

- Por quê chora meu rapaz? - Uma voz feminina me faz levantar rapidamente.

Não podia deixar que uma dama me visse nesse estado deplorável.

- Perdão, eu... - Falei, e ao levantar o olhar para encarar a moça, percebi que era muito bela.

Seus cabelos loiros como mel ainda meio escondidos embaixo do capuz de sua capa vermelha se contrastavam com um belo par de olhos azuis vibrantes, tinha um angelical rosto e uma boca rosada, e a sua pele branca como a neve fazia ela parecer até irreal.