𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO

32. Caminhos cruzados

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~Trilha na mídia~

♤Boa leitura♤

{Pov Alina}
Com o demônio em meu corpo, agi normalmente e com Gawain voltamos a nosso caminho ao amanhecer, debaixo de um sol morno e uma brisa fria, pude sentir que a entidade havia sido presa na minha rede e eu só precisava arranjar uma forma de matá-lo de uma vez.

- Eu sei que está mantendo o demônio preso em você. - explanou, apenas o olhei de soslaio sem responder.
- Alina, por favor..., me deixe ajudar.

- Não posso exorcizá-lo e correr o risco de soltá-lo por aí. - falei parando ao lado de uma árvore me escorando.

Eu estava exausta com a série de torturas na minha mente, fechei os olhos sonolenta até sentir minha mão sendo rasgada.

Abri os olhos assustada visualizando Gawain fazendo um corte na palma de minha mão e na dele também, depois juntou nossas feridas e uma magia nos rodeou, os olhos dele brilhavam naquele roxo igual aos meus e num momento estávamos num lugar vazio e escuro porém algumas luzes iluminavam o ambiente.

- Aonde estamos? - sussurrei fazendo minha voz ecoar.

- Em um dos piores lugares que existe... uma prisão para almas perdidas. Aliás, uma delas. - explicou e comecei a seguir seus passos.

Ouvimos uma tosse rouca acompanhada de um suspiro profundo, em nossa frente surgiu dentro de uma gaiola gigante, uma criatura humanóide de cor preta e sem pêlos, parecia uma pessoa muito magra.

- Você é o demônio que entrou no corpo de Alina, me diga o que quer. - o bruxo ordenou.

- Talvez um dia eu quisesse, mas agora nada mais me importa. - a voz da criatura era amargurada.

- Quem você era antes de morrer? - perguntei olhando com tristeza.

- Yoran, bruxo de tenebris montibus. - respondeu, aquilo me deixou boquiaberta.

Nunca imaginei que houvesse homens naquele clã, mas porque ele estava nessa situação e o mais importante, ele deve saber mais coisas sobre minha origem.

- Yoran, quem te mandou para cá? - perguntou Gawain.

- Morana...,me matou em um sacrifício, condenando-me ao inferno, mas fugi do destino, porém agora vago sem rumo na forma de um demônio possessor. - contou. - eu deveria ter ido embora antes.

Gawain olhou para mim se deparando com minha feição triste por ouvir o nome de minha mãe, essa mulher me parecia mais cruel do que eu pensava.

- Entendi, você esteve presente no nascimento da filha de Morana? - perguntava o bruxo.

- Sim..., mas não entendo o interesse, o que ganharia dando estas informações? - indagava desconfiado.

- Esperto, bom podemos fazer uma troca. Conte-me tudo sobre o que aconteceu naquela época e eu lhe darei uma vida novamente. - ofereceu e vi os olhos do demônio brilharem.

- Eu aceito! Não tenho nada a perder. Apenas quero minha vida de volta. - suplicou.

- Certo! Primeiro, conte-me. Eu sei que tem problemas de confiança, mas confie dessa vez. Por favor. - falou o bruxo e o yoran concordou com a cabeça.

- Após algumas bruxas terem abandonado o clã, elas ficaram fracas e como estávamos na linha de frente contra os santtevares, teríamos que arranjar uma forma de fortalecer nossa base. - continuou após uma pausa para se lembrar. - Morana como líder, arquitetou um plano e nele a mesma iria gerar uma criança para ser a mais forte entre todas..., o ritual durou sete dias, durante esse tempo não dormíamos e nem paramos de trabalhar com poções e rezas.