07. Asas da origem

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"Você?"

Meu corpo se arrepiou com a visão daqueles olhos negros que um dia foram os mais belos paraísos florestais que fui capaz de conhecer...

"Harry?"

Ele não disse nada e apenas me levou de novo à terra firme e quando pousei no chão novamente, parecia que tinha perdido um pouco das forças e cambaleei.

Olhei para as asas pretas que iam se encolhendo até voltar para o corpo dele, enquanto esfregava os olhos e balançava a cabeça até levantar o olhar e eles estarem normais como conheci.

- O que é você? - gaguejei, com as sobrancelhas juntas.

Limpou a garganta, hesitando por um instante antes de falar: - Seria bem confuso se te contasse tudo agora.

- O que eu acabei de ver, Harry! São apenas lendas e isso é o que aprendemos desde pequenos - alterei a voz, tentando convencer a mim mesma.

O problema não era estar ao lado de uma criatura, e sim o Harry ser essa criatura.

- Eu sei que é uma garota esperta, e o que viu, sabe que é real - falou, se aproximando calmamente.

- Você poderia ter me matado ou era isso que planejava quando me fez aquela proposta? - disparei, e noto a cor fugir de seu rosto.

- Não, não, Alina, eu nunca faria isso! - nega freneticamente e sinto o meu estômago se revirar.

- Como vou ter certeza? Eu deveria ter desconfiado desde o início, aquilo tudo parecia um plano para fisgar uma presa! - me afastei bruscamente, o fazendo arregalar os olhos.

- Não pense isso! Eu só quero te proteger. Olha, eu sei o porquê de está fugindo e eu não acredito nisso que falam de você - disse com a respiração descompassada e exalava estar muito aflito.

- Mesmo se eu fosse o que dizem, você nem teria medo, então por que quer me proteger? Você nem me conhece - falei com as bochechas ardendo, querendo chorar, mas eu não podia agir como uma criança.

- Você tem razão! Eu não te conheço, mas sinto que não tem maldade e, acredite, eu posso ver - respondeu com um brilho no olhar.

Me recordei de ter ouvido ele em minha mente.

- Você quem estava dentro da minha mente ontem? - perguntei e o vejo suavizar a expressão e voltar a respirar normalmente.

- Sim, eu ouvi você e já estava à sua procura desde que fugiu, e agora te encontrei como prometi...

Ele me perfurava com o olhar e por dentro eu ansiava pular em seus braços, mas ainda havia paranoias me sufocando.

Dou as costas, sem coragem mais para encará-lo, e busquei minha mochila próxima ao poço.

No mesmo instante, me dou conta da espada de Zayn e não sinto necessidade em deixar Harry saber o que aconteceu nessa noite, então antes que ele chegasse perto, a escondi na cintura debaixo da capa e me levantei disfarçando.

- Você não pode viver fugindo, Alina - trombei em seu peitoral e o nossos olhares se encontraram, suas pupilas ficaram enormes.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora