40. Salva-me

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~Trilha na mídia~

Boa leitura

Um grito em minha garganta ameaçava brotar enquanto meu coração batia fortemente me fazendo ter a noção do quão desesperada eu estava, com medo de ser um monstro, com medo de errar novamente, eu não suportava mais viver descobrindo podres do meu passado, não aguentava mais correr e fugir de todos os meus problemas.

Se Deus existe, porque deixa seus filhos viverem dessa forma, se alguém no passado comeu do fruto proibido, não é motivo para fazer toda a sua descendência sofrer, da mesma forma que nós não podemos nos culpar por erros que nossos pais fizeram, sendo que todos tem seu próprio livre arbítrio.

Eu realmente não entendo e não procuro mais entender, sobrevivência pra mim está se tornando inútil, pelo o qual eu não tenho um plano de vida para poder lutar, não tenho mais um propósito pelo qual eu vou debater e defender até meu último suspiro.

Quando minha avó me pediu para procurar um lugar seguro, ela não estava falando de uma casa longe dos bichos perigosos, na verdade a mesma quis me dizer que eu deveria achar o meu lugar seguro, onde eu possa ser quem eu quiser e me sentir confortável, apenas fui entender todas mensagens sublimes que já recebi nesse dia de hoje.

Mas também não posso ser egoísta em não reconhecer que eu fui feliz mesmo que por alguns dias ou horas... é assim que funciona a vida. Uma hora de alegria e outra de tristeza, temos que nos conformar e valorizar aqueles momentos bons para não sucubir em seu próprio inferno.

Risadas, danças, músicas, amizades verdadeiras, amor...eu amei muito ele, meu coração erra todas as batidas quando o vejo, mesmo estando obstinada a ir embora daquele castelo em sete dias, não fui capaz de resistir nenhum sequer.

Muita coisa mudou a partir dali, mas o que eu sinto...continua queimando em meu peito.

O vento batia contra meu rosto e meus cabelos voavam como folhas secas, com as mãos firmes na barra do vestido eu o segurava deixando minhas pernas sentir a brisa fria da noite, provavelmente há um mês atrás se me perguntassem se eu imaginava um dia viver um conto de livro, diria que não, e que nada se baseava em fantasias.

Meu corpo se fragilizou e acabei caindo em um chão falso onde mergulhei em um rio denso e profundo, meu corpo afundava e nenhum músculo conseguia reagir a nada, estava pronta para receber meu fim igual sempre estava, naquele dia em que fugi dos homens na floresta, quando aquela armadilha iria me acertar e harry me protegeu, quando caí naquele poço e ele me salvou novamente.

Pelas mãos do próprio eu aceitei minha morte, como agora não irei resistir a mais nada...

﹝•••﹞

Abri os olhos sentindo-me estranha, estava no meio de uma feira em uma vila e meu corpo era pequeno igual uma criança e minha avó ao meu lado pegava algumas frutas e colocava em uma sacola de pano, enquanto conversava com a vendedora da barraca.

- Alina? Querida? - Chama minha atenção e pisquei repetidamente os olhos até enxergar mais nitidamente.

- Vovó? - murmurei olhando para cima e a senhora de olhos azuis passou a mão em meus cabelos.

- Pode ir até a nossa carroça pegar uma cesta pequena, por favor? - pediu gentilmente e assenti, andei até a carroça do outro lado da rua.

Tinha um pequeno cavalo amarrado nela e comia maçãs, olhei para o interior e já tinha alguns mantimentos, ao lado visualizei o cesto e o agarrei pela alça.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora