16. Meu guardião

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{Alina}

Um cheiro de comida no fogo me fez despertar, as minhas pálpebras abriram se lentamente visualizando um homem de costas com uma armadura e cabelos longos da cor branca igual a neve e isso me causava um estranhamento, pois nunca havia me deparado com ninguém parecido.

Ele quem estava preparando a comida que tinha um cheiro muito agradável por sinal. Meu estômago reagiu dando indícios de estar faminto, então me levantei ficando sentada na beirada da cama e pude observar melhor o lugar em que estávamos abrigados.

Era uma cabana um pouco grande, com uma lareira acesa e alguns móveis de madeira, também o fogão onde ele preparava a comida. Lá mesmo estava de costas para mim.

Eu deveria ter ficado com você desde sempre...

Ouço sua voz grave acompanhada de um ar de arrependimento.

— Quem é você? — Indaguei, e soltou o ar dos pulmões antes de se virar para mim revelando a sua face.

Seu rosto era grande, a barba bem feita e um nariz comprido, mas que combinava perfeitamente com a simetria de seus olhos e boca, mas o que mais me chamou a atenção foram as suas íris violetas, logo me veio à lembrança de que esse tipo de cor é pertencente às bruxas do clã mediano.

Deveria estar com medo dele agora,mas algo me trazia uma paz,  uma sensação de estar em casa, então continuei parada observando o grande homem à minha frente.

— Sou Gawain, filho de Vanilay e descendente das bruxas do vale de gamut, fui designado a ser seu guardião.

Fiquei paralisada no mesmo lugar processando o que havia me dito sem saber qual reação deveria ter,  enquanto encarava confusa aquele par de olhos sérios.

Ele respira fundo antes de voltar a falar: — Sei que é confuso, mas se eu lhe contar tudo agora parecerá ainda mais. Só peço que escute com calma... — cerrei os olhos começando a criar teorias.

Hum...

No mesmo instante me veio um memória do que aconteceu antes de adormecer. — E o Harry?

— O vampiro? — Pergunta despreocupado.

— Sim, o que fez com ele? — Insisto, o mesmo olhou para cima fingindo se de desentendido.

— Eu não o matei ainda, apenas o  deixei bem acabado antes de devolvê-lo para o território da família, se bem que poderia tê-lo jogado no território dos falks, assim pagaria por tudo que já fez... — Respondeu.

Levantei as sobrancelhas em surpresa enquanto ele voltava a mexer o conteúdo da panela.

— Bom, não vou defende-lo porque mereceu, o meu pescoço ainda dói... — Comentei, talvez tivesse tido uma paixão passageira por Harry, mas também tenho o senso que não posso deixar nenhum homem me tratar daquela forma.

— Está com fome? — O meu estômago faz um barulho falando por mim e o mesmo ri abafado. — Não precisava nem perguntar, né.

Me sentei em uma mesa após ele colocar a sopa em um vasilha, depois se juntou a mim para se alimentar e aproveitei para puxar assunto.

— Er... então quer dizer que é o meu guardião? Por que um bruxo seria meu guardião? Você é um bruxo, certo? — Perguntei, tentando conter a ansiedade.

Recebi um olhar sereno de Gawain em meio a tantas perguntas.

— Sim, sou um bruxo e sou seu guardião desde de que tinha dez anos, sempre estive ao seu lado e salvei a sua vida diversas vezes, mas fiz questão que não percebesse.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora