04. Ilusão ou realidade?

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Querida? Acorde...

     Abri as pálpebras mansamente, sentindo o meu corpo ranger de dor. Um broto de gemido doloroso saiu de minha garganta e a minha visão embaçada aos poucos ficava nítida, me fazendo ver o Sr.Santtevares sentado na beirada da cama, ao meu lado. A sua mão acariciava o  meu rosto, enquanto distribuía beijos leves e demorados por todo ele.

   Não sabia o que estava acontecendo, mas estava tão bom, que seria um crime refutá-lo.

— Você dormiu muito, creio que estava exausta... — Sussurrou contra a minha face com aquele sorriso amaldiçoado.

   Seu nariz tocou o meu carinhosamente me deixando ainda mais fremida.
 

Murmurei, e assim senti o seu dedo indicador tocar os meus lábios.

— Sua pele é tão macia, quanto a neve que está lá fora... — Desceu o rosto até a curva de meu pescoço — Me deixe prová-la... — Começou a depositar selinhos até cravar uma mordida.

   Tive um espasmo instantâneo, mas seus  dentes não me machucavam. Um calor impuro começava a atacar minhas coxas. Até tentei fechar às pernas na intenção de reprimir aquele desejo, mas à mão dele foi mais rápida, agarrando um delas e a posiciando em sua cintura E só agora havia me dado conta que ele já estava em cima de mim.

   O corpo dele estava quente assim como o meu e o seu inebriante perfume invadia os meus sentidos. Era impossível resistir e logo eu ansiava para sentí-lo dentro de mim e quanto mais nossos corpos se pressionavam, mas eu choramingava em seu ouvido. Ele roçou os lábios contra os meus, enquanto fazia pressão nos quadris  contra a minha intimidade, me fazendo sentir o que eu queria ter, mas sem essas roupas nos impedindo, então ele começou a puxar o meu vestido...

ALINA!

   O grito do Sr.Santtevares me fez pular da cama.

  Olhei para o mesmo, ofegante e com alguns botões da camisa abertos.

   — Sr.Santtevares? O que aconteceu?

   — Você estava febril e delirando... eu não sabia o que fazer... me perdoe por acordá-la assim. — Apesar de sua expressão estar neutra, os seus olhos pareciam esconder a verdade.

Ele percebeu que eu estava o encarando demais e se levantou meio desnorteado, saindo cômodo logo em seguida.

Chequei minha temperatura e parecia estar normal. Como eu vim parar aqui?

   No impulso, fui atrás dele para perguntar. O pior, é que eu não sabia qual era o seu quarto, mas segui o caminho mais provável e depois de muitas portas, eu finalmente encontrei uma porta que ainda balançava, então era ali que ele havia entrado.

Entrei meio receosa, e já tive a visão encantadora dos seus aposentos. Uma  decoração ainda mais sofisticada do que a presente no castelo. Mobílias raras, uma mesa redonda, cheia de livros. Anotações, cartas... estava tudo uma bagunça. Talvez,  ele não deixe ninguém entrar aqui, nem mesmo a Judith.

Mas aqui estava eu, desafiando o homem que me deu abrigo e proteção como se já fosse íntima dele.

  Às vezes, parece que eu não tenho medo de morrer, mas eu tenho, apesar de não ser tão ruim...

A cama parecia tão macia com aqueles lençóis de camurça que, não resistir em provar.

— Senhorita Alina?

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄𝐒 | 𝐓𝐞𝐦𝐩.𝟏| | ALINE RIBEIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora