Regra Número 13:

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🟦 ̶N̶ã̶o̶ Siga os Conselhos Dele

- Vem cá! - Agarrou meu braço e saiu me puxando para cima de uma das onças. - Precisamos de uma foto aqui!

Tentanto me equilibrar, já que Mateus me arrastava, fiquei de pé sobre as costas da onça pintada que enfeitava a entrada da cidade. Meu amigo sentou na escultura e me encarou para que fizesse o mesmo. Vencida, sentei ao seu lado, enquanto Rafa se aconchegava a sua direita.

Tiramos muitas fotos no Monumento das Onças Pintadas, elas eram lindas e enormes, ficamos maravilhados com aquele primeiro vislumbre de São Raimundo Nonato, no Piauí. Após cada grupo tirar suas próprias fotos com os seus amigos, a turma toda, junto com os professores, se reuniu ao pé da onça para uma fotografia em grupo, a animação ali reinava e o que não se cansava de escutar eram risos.

Depois desse breve ato turístico nós voltamos para o ônibus, me acomodei ao lado de Rafa que reclamava por estar sentindo cólicas e por não ter levado consigo um único remédio. Eu, por outro lado, tinha uma bolsinha com alguns medicamentos e curativos, pois minha mãe tinha montado e me obrigado a levar - o obrigado, na verdade, é só para promover um tom dramático, pois eu concordava complementarmente com aquela precaução.

Sendo assim, levantei para pegar minha mochila no compartimento acima dos nossos lugares e vi, através da janela do ônibus, Mateus e o professor Benjamin ainda próximos as onças conversando e rindo. Fiquei curiosa para saber sobre o que falavam e me detive por instantes observando-os.

- Achou, amiga? - Perguntou Rafa em tom arrastado.

Despertada do transe da curiosidade, puxei a bolsinha de dentro da mochila, sentei no meu lugar e entreguei a cartela de ibuprofeno para Rafa e, enquanto ela tomava distraidamente, eu tentava me infiltrar na conversa dos dois que estavam fora do ônibus, de maneira fracassada, é claro, àquela distância e com a algazarra que se perpetuava entre meus colegas, era impossível que qualquer resquício daquela conversa pudesse escapar e chegar até mim.

Não demorou muito e todos já estavam de volta ao ônibus, inclusive Mateus e o professor que, inclusive, subiram ainda conversando. Confesso que quis perguntar ao meu amigo sobre aquela intimidade toda com Benjamin, mas me controlei e deixei para lá, por que me importar tanto com isso?! Esquece esse Benjamin, Alice!

Meu celular tocou enquanto o ônibus estacionava em frente a pousada onde ficaríamos. Era minha mãe buscando por notícias, fui conversando com ela enquanto me encaminhava para pegar minha mala, a mochila pesava nas costas, mas ansiava que aquele momento de espera fosse breve.

- Está com fome? Já vão tomar café, não é? Não podem deixar vocês até uma hora dessas sem comer...

- Vamos, mãe, é porque demoramos um pouco no monumento das onças, mas é só nos organizarmos e já vamos comer.

Tinha chegado minha vez de receber a mala, apontei para a preta com rodinhas no canto e o moço me entregou. Agradecida, me retirei da fila e fui estar com os outros na calçada da pousada.

O lugar parecia aconchegante, a fachada era bege com um painel de cerâmica que lembrava madeira, tinha alguns bancos de ferro pintado de branco embaixo de uma árvore baixa e possuía duas entradas, a coordenadora e o professor Wagner foram pela primeira e mais convidativa, enquanto Benjamin ficou conosco do lado de fora aguardando.

- Pois tenha cuidado, Alice, e não esqueça de me ligar mais tarde. - Advertiu e, se despedindo, desligou.

Guardei meu celular no bolso e olhei ao redor em busca de meus amigos, mas acabei pegando o professor me encarando. Sim, foi uma surpresa para mim perceber que Benjamin me olhava e, ainda mais, que desviou quando notei. Aquilo me deixou com os nervos a flor da pele de animação, mas logo me controlei e fui ao encontro de Rafa que conversava com Mateus em um canto.

Como  ̶N̶ã̶o̶  Se Apaixonar Pelo ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora