🟦 ̶N̶ã̶o̶ Seja AudaciosaPérola caminhava ao meu lado falando sem parar sobre os meus antigos colegas de sala, aquilo não me caia muito bem, mas sentia como se ela precisasse desabafar sobre os acontecimentos de sua sala com alguém que não fizesse parte dela, mas conseguisse acompanhar a história e, por isso, nunca contei como era desagradável escutar sobre os eventos, sobre as briguinhas de classe e afins para ela.
Adentramos o Parque Josefa Coelho ao mesmo instante em que um grupo de três mulheres passaram correndo por nós. Eu não sabia muito bem onde estaria a tal exposição de fotografias da irmã de Benjamin, o parque era imenso e poderia ser em qualquer canto. Porém, segui como se soubesse, já que disse a Pérola que saberia o local exato.
Esperava que Pérola não percebesse que eu olhava atentamente para todos os cantos do lugar procurando uma certa aglomeração de pessoas. Percebi um pequeno grupo se encaminhando para esquerda, eles usavam roupas que não eram de prática de exercícios e, pelo horário, se não se vestiam assim, não estavam ali para correr. Poderia ser só um grupo passeando, mas mesmo assim quis arriscar, não tinha outra ideia.
Mas que boa analise eu fiz, aquelas pessoas me guiaram diretamente para uma árvore frondosa da qual desciam de seus galhos finos fios de nilón que seguravam as fotos.
Genial! - pensei ao contemplar aquela exibição exótica, de todos os lados da árvore pendia fotografias. As pessoas perambulavam pelo entorno vislumbrando as imagens, não havia um grande público, parecia que a maioria se tratava de amigos da fotógrafa que estavam ali para apoia-la.
- Coisa de gente de humanas, viu?! - Julgou Pérola com um pouco do que senti ser desdém.De fato, para o meu ponto de vista, aquela exposição tinha realmente cara de gente sonhadora e crítica.
Conforme fui me infiltrando por aquele despencar de fotos, percebi que a sensação causada era de estar envolta em sonhos, como se cada imagem daquela configurasse um trecho sem nexo do todo.
Tinha um olho nas fotos e outro nas pessoas buscando ativamente pela figura de Benjamin que, só fui encontrar após concluir meu tour artístico completo pela árvore, pois estava sentado há alguns metros da exposição e digitava ativamente em seu smartphone.
Meu coração disparou assim que o vi, tentei controlar aquela reação, mas foi em vão. Pérola estava ao meu lado com pouco interesse pelas imagens, por duas vezes a vi olhando na direção da pista de Skate, provavelmente reflexo de sua vontade de ver David.
Se fosse em outra ocasião, com certeza iria estar dissertando sobre os possíveis motivos daquele garoto emo atrair tanto minha amiga, especialmente em pleno ano de 2017, em que essa moda já tinha se perdido! Mas minha parte julgadora ficou quietinha, porque naquele momento era mais importante encontrar uma forma de me afastar de Pérola e ir falar com Benjamin sem que ela percebesse.
Tudo bem, esse era um plano que não daria certo, ela me seguiria com toda certeza e eu não conseguia criar nenhuma desculpa que fosse boa o suficiente, por isso a puxei em um canto e contei que queria falar com uma pessoa, mas precisava ir sozinha.
Pérola me fuzilou com o olhar, mas abriu um leve sorriso em seguida quando compreendeu que provavelmente se tratava de algum garoto do meu interesse.
- É isso que você está pensando mesmo. - Assegurei, percebendo que a verdade iria funcionar.
- Qual? - Ela olhou ao redor.
- Aquele usando o celular. - inclinei a cabeça na direção de Benjamin.
Pérola olhou para ele, contemplou um pouco e voltou-se para mim estreitando os olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como ̶N̶ã̶o̶ Se Apaixonar Pelo Professor
RomanceQuando as coisas em nossa vida saem dos trilhos e somos arremessados as consequências, fica difícil de lidar e aceitar, ainda mais se você é uma adolescente de dezesseis anos. Os pais de Maria Alice se divorciaram, a mãe perdeu o emprego e o pai, b...