🟦 ̶N̶ã̶o̶ Aceite Carona Dele
Procuravam por oxigênio, arfando, meus pulmões gritavam de desespero em busca de ar. Levei minha mão ao peito, como se ela pudesse acalma-lo. Olhei para a carro estacionado ao meu lado e observei o homem que saia rapidamente dele, vindo em minha direção. Ele parou diante de mim e me olhava preocupado, eu o abracei.
O abracei como se fosse um porto seguro, como se fosse... Minha âncora. Podia sentir meu coração acelerado contra seu corpo que me amparava. As mãos dele me envolviam fortemente, uma sobre minhas costas, a outra em minha cabeça fazendo um pequeno carinho com polegar.Tentei olhar por sobre o ombro dele, mas sem me soltar, procurando pelos homens que me seguiam, mas esses já estavam há uma boa distância de nós, provavelmente ficaram assustados.
Minha reza tinha surtido efeito, um carro havia aparecido na rua deserta e afastado aqueles caras de mim. E o dono do carro era, incrivelmente, meu professor.
Ele me soltou, mas eu não larguei seu corpo, estava assustada e me sentia segura ali. Mas ele pegou delicadamente meus braços e me afastou, ficando a olhar para meu rosto, seu olhar no meu, seu cenho franzido demonstrando preocupação.
Ele retirou alguns fios de cabelo que se grudavam a minha testa por causa do suor. Suas duas mãos repousaram em minha face, uma de cada lado, ele parecia querer se certificar de que eu era real.
- Obrigada. - Agradeci.
- O que estava acontecendo? - Perguntou e olhou pela rua, provavelmente em busca dos homens - Você tá bem?
Assenti e o abracei novamente. Ele me acolheu em seus braços, encostando a cabeça na minha.
- Aqueles caras estavam te perseguindo? Porque você tá sozinha aqui uma hora dessas?
Comecei a chorar novamente, tentei segurar o máximo que pude, mas as lágrimas voltavam a se derramar por meus olhos como uma torrente. Agora era alívio que eu sentia.
- Apenas Alice... - Murmurou ele. - Eles te fizeram algo?
- Não, não, não... - respondi entre lágrimas.
- Graças a Deus! E-eu te vi quando passei pela avenida, dei a volta na mesma hora... O que faz aqui uma hora dessas? - Tornou a perguntar.
- Nada, estava só caminhando.
- Por esse deserto? - Indignou-se.
- Faço isso quando quero pensar melhor. - Expliquei.
- Mas não é bem assim, sabe-se lá o que poderia...
- Já passou. - Murmurei me apertando a seu corpo.
- Já. - Concordou e beijou o topo de minha cabeça. - Vem. - Ele pegou minha mão e me levou até o lado do passageiro de seu carro, abriu a porta para que eu entrasse e deu a volta, sentando-se ao volante.
- Podemos sair daqui? - Perguntou.
Eu assenti e ele deu a partida, pegando a avenida Honorato Viana assim que pode e seguiu por ela. Eu ia com a cabeça encostada no vidro da janela, sentia que uma vez ou outra ele me olhava, mas não dizia nada.- Aconteceu uma coisa - comecei - mas não foi nada com aqueles caras, não - me apressei em explicar - é, poderia ter sido, se você... Você não tivesse chegado.
Respirei fundo pensando nessa possibilidade tão palpável.
- Tive um problema com meu pai, eu faço isso de sair por aí quando fico chateada... Nós estávamos naquele hospital subindo a rua, então eu só saí...
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Como ̶N̶ã̶o̶ Se Apaixonar Pelo Professor
RomanceQuando as coisas em nossa vida saem dos trilhos e somos arremessados as consequências, fica difícil de lidar e aceitar, ainda mais se você é uma adolescente de dezesseis anos. Os pais de Maria Alice se divorciaram, a mãe perdeu o emprego e o pai, b...